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Há um primeiro ministro português que tomou muitas decisões sobre educação, embrulhadas em considerandos modernos e razoáveis. Essas decisões resultaram numa redução da população escolar em cerca de 90%, para além de uma diminuição drástica da qualidade de ensino, tendo o país demorado 170 anos a voltar a uma situação de escolarização que se aproximasse da que existia antes das decisões tomadas.
Há outro primeiro ministro que tomou muitas decisões sobre educação, embrulhadas em considerandos reaccionários. Estas decisões resultaram num aumento de alunos que se traduziu na triplicação do número de alunos, numa diminuição do analfabetismo de 40% pontos percentuais e na erradicação do analfabetismo na população em idade escolar, tornando real a escolaridade obrigatória que o país tinha decidido cem anos antes, sem qualquer resultado prático.
Em qualquer manual escolar português, o primeiro é apresentado como um profundo modernizador da educação em Portugal, a quem se devem muitos avanços, apesar da destruição do sistema de ensino que promoveu, o segundo é apresentado como um obscurantista responsável pelas baixas qualificações no país, apesar de ter de facto escolarizado o país, ainda que apenas no nível básico.
É um bom retrato do que somos: o que fazemos é relativamente pouco importante face ao que conseguimos parecer.
E é uma parte da explicação para a falta de qualidade das políticas públicas, quase sempre discutidas nas suas intenções e com base nas opiniões de quem as defende, raramente avaliadas nos seus resultados concretos e com base nos dados empíricos existentes.
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