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Vasco Graça Moura é do tempo da literatura, do tempo em que se perdia tempo a estudar, do tempo do primado da actividade intelectual. O último dos pensadores. Foi essencialmente poeta, ensaísta e tradutor dos grande autores clássicos. Traduziu a Divina Comédia e a Vita Nuova de Dante; as Rimas e Triunfos de Petrarca; os Testamentos de François Villon, e ainda fez a tradução integral dos Sonetos de Shakespeare. Empenhou-se assim, como tradutor, em enriquecer o património literário disponível em língua portuguesa.
Traduziu para português, ainda, poetas como Pierre Ronsard, Rainer Maria Rilke, Gottfried Benn, Walter Benjamin, Federico García Lorca, Jaime Sabines, H. M. Enzensberger ou Seamus Heaney, e deixou-nos ainda versões portuguesas de algumas das peças mais importantes dos três grandes dramaturgos franceses do século XVII: Corneille, Molière e Racine.
Era um dos últimos intelectuais de direita (ainda nos resta, felizmente, Agustina Bessa Luís).
Vasco Graça Moura era do PSD. Isso custou-lhe o reconhecimento generalizado merecido.
Era um clássico. Um homem de um excelente bom-gosto, visível em tudo o que era da sua autoria. Até a vestir.
Soneto do amor e da morte
Quando eu morrer murmura esta canção que escrevo para ti.
Quando eu morrer fica junto de mim, não queiras ver as aves pardas do anoitecer a revoar na minha solidão.
Quando eu morrer segura a minha mão, põe os olhos nos meus se puder ser, se inda neles a luz esmorecer, e diz do nosso amor como se não tivesse de acabar, sempre a doer, sempre a doer de tanta perfeição que ao deixar de bater-me o coração fique por nós o teu inda a bater,
Quando eu morrer segura a minha mão.
Vasco da Graça Moura (1942-2014)
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