por Maria Teixeira Alves, em 04.02.14

Preparamos-nos para massificar a nossa cultura em Miró(s). Já valeu a pena a fraude do BPN!
P.S. Não vou comentar a polémica política, nem o veredicto do Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa, nem o pedido de demissão do Secretário de Estado da Cultura feito pelo Bloco de Esquerda, nem nada deste tema, porque me parece óbvio que toda a gente queria cá os Miró(s). Mas também é verdade que toda a gente se queixa do dinheiro que o BPN custou aos contribuintes portugueses (porque foi nacionalizado - e sem a SLN - pelo governo socialista e porque o governo socialista o integrou na CGD e arrastou o processo de privatização ao ponto de fazer disparar o custo da "limpeza" do banco para o Estado). Queremos tudo, os quadros do Miró, não pagar o buraco do BPN, não deixar o BPN falir, não vender o BPN pelo preço possível ao único comprador que fez uma oferta credível. Queremos tudo. Nem vou entrar nas questões jurídicas da legalidade ou não do leilão recentemente cancelado pela Christie´s, nem dos 35 milhões que ficam por encaixar com a venda das 85 obras do Miró (aonde é que o Estado vai buscar este dinheiro para poder dar-se ao luxo de ficar com os quadros do Miró? À saúde? À educação? Impostos?). Mas sei uma coisa: é que nesta altura já está na rua, na vox populi, a existência de um pintor que se chama Miró, que era catalão, que era surrealista e pintava estas coisinhas surrealistas, como este quadro acima que (não sendo óbvio) pintou aqui "O carnaval de arlequim". Um pintor cujas 85 obras valem 35 milhões de euros que é uma coisa que a larga maioria dos portugueses nunca pôs os olhos em cima. Agora até vão olhar com outros olhos para estes quadros.
P.S.II uma vez que se levantou a dúvida do Miro´s cat encircle by the flight of a bird não ser de Miró. E porque não devemos deixar dúvidas nos nosso queridos leitores, substituo o quadro que ilustra o artigo.