Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]




Minorias

por henrique pereira dos santos, em 26.04.23

"É aí que nos podemos juntar todos", é como acaba o post anterior do Corta-fitas, escrito pelo João Távora.

E é um bom ponto de partida para saber como chegámos ao circo de ontem, no 25 de Abril (com direito a intermezzo cómico no momento em que Santos Silva declara, enfáticamente, que "chega de degradar as instituições", o que vindo de quem vem, só pode mesmo ser piada).

A questão central é a do respeito pelas minorias, aquilo em que nos podemos juntar todos.

Eu sei que se dirá que é o Chega que se quer pôr de parte, e isso é parcialmente verdade.

Mas por que razão um partido que se quer pôr de parte tem sucesso eleitoral?

Porque há gente suficiente que está farta de ser excluída do sítio onde nos podemos juntar todos.

O caso de Lula é um bom exemplo disso.

Se não há precedente, se há um partido que se opõe veementemente a uma opção meramente simbólica (na verdade, não apenas um, porque a Iniciativa Liberal também se opôs e o PSD não apoiou, embora aceitasse institucionalmente), sem nenhum efeito real na vida concreta das pessoas, por que razão a maioria insiste em impor uma acção simbólica às minorias (com argumentos de treta, se alguém convidasse Bolsonaro para discursar no 25 de Abril com o argumento de que era o presidente do país irmão, o resultado seria evidente, portanto o que está em causa não é a figura institucional do Brasil, mas a pessoa concreta de Lula, a que a esquerda atribui um valor simbólico diferente do que lhe é atribuído pelas minorias actuais)?

Simples, porque pode (é maioria) e acha que não tem a menor responsabilidade na procura do chão comum, considerando que se os seus adversários querem que as coisas sejam de maneira diferente, então que ganhem as eleições.

No momento em que os seus adversários ganharem as eleições, é bem provável que o ressentimento das minorias que agora são maioria as empurre para a falta de respeito pela anterior maioria e actual minoria e, nessa altura, a nova minoria vai passar a defender o respeito pelas minorias que não praticou enquanto foi maioria.

Se este processo for continuando, vai-se degradando o regime e aumentando o número de pessoas que não se reconhecem no chão comum.

Infelizmente, por razões conjunturais e de mercearia eleitoral, o primeiro e terceiro partidos em expressão eleitoral, têm todo o interesse em aprofundar estas clivagens e nenhum interesse em procurar o sítio onde nos podemos juntar todos.

O que não augura nada de bom, do ponto de vista do reforço das instituições.


20 comentários

Sem imagem de perfil

De Bilder a 26.04.2023 às 08:43

"Se este processo for continuando, vai-se degradando o regime e aumentando o número de pessoas que não se reconhecem no chão comum." --------------------  Seria pertinente procurar entender quando realmente começou esse processo de divisão e aversão ideológica na sociedade portuguesa (presume-se que a nível europeu começou com a revolução francesa) a qual virá já do século 19, e aumentou bastante com o advento do progressismo dentro do sistema liberal monárquico. Só depois no século xx se radicalizou completamente com o comunismo e depois o fascismo e por aí fora já sabemos. 
Sem imagem de perfil

De Jorge a 26.04.2023 às 08:52

Se por-se de parte significa denunciar e rejeitar o nepotismo e a corrupção desta classe politica dominante, então faz muito bem. O que incomodou ontem a classe politica dominante e o jornalismo subserviente não foram as pateadas do Chega . Foi o discurso do Ventura a alertar para a prescrição do processo Socrates e a corrupção larvar do estado socialista. Até aqui eles abafavam tudo mas agora há uma voz que os incomoda e os põe loucos de fúria. 
Imagem de perfil

De henrique pereira dos santos a 26.04.2023 às 08:56

Pôr-se de parte é exactamente o que acabou de fazer: procurar a clivagem em vez de procurar o chão comum, insistir no nós contra o mundo, passar o tempo a inventar que só nós dizemos ou fazemos isto e aquilo porque os outros estão todos feitos com sistema e por aí fora.
Sem imagem de perfil

De xarneca a 26.04.2023 às 09:11

se non è vero, è ben trovato 

(https://pt.wiktionary.org/wiki/se_non_%C3%A8_vero,_%C3%A8_ben_trovato)
Sem imagem de perfil

De Jorge a 26.04.2023 às 18:59

O Henrique não percebeu. Não percebeu nem procura perceber o fenómeno do Chega.  Nas próximas eleições elegerão mais 2 ou 3 deputados e nessa altura muitos continuarão sem perceber. Ouça o Telmo Correia hoje . Ele explica melhor que eu.
Imagem de perfil

De Ricardo A a 26.04.2023 às 20:48

Dois ou três senão forem 5 ou 6,e depois o st Montebranco vai dizer que se equivocou ou então faz um novo bloco de urgências...perdão, bloco central com o futuro grande chefe do largo do Rato. 
Sem imagem de perfil

De Hugo Filipe a 27.04.2023 às 00:38

Não é possível qualquer chão comum com o PS. O PSD infelizmente faz parte do problema. Está demasiado cristalizado para mudar. Está absolutamente minado. Não há líder que consiga alterar alguma coisa naquele partido.
Têm que se fazer escolhas e pedir aos portugueses para as fazer. Não se trata de colocar a esquerda contra a direita mas sim todos contra a corrupção, pelo menos como princípio de chão comum... Com o panorama actual, não há.
Sem imagem de perfil

De xarneca a 26.04.2023 às 09:12

ditadura cor-de-rosa cheia de espinhos
Sem imagem de perfil

De xarneca a 26.04.2023 às 08:52

o ps é a única instituição que conheço nesta ditadura marxista
Sem imagem de perfil

De xarneca a 26.04.2023 às 10:36

Simone Weil escreveu sobre democracias fracas e fim dos partidos
Imagem de perfil

De O apartidário a 26.04.2023 às 16:29

Parece que muitos não conhecem esse autor pois só leêm as cartilhas anti-fassistas. 
Sem imagem de perfil

De balio a 26.04.2023 às 10:29


Insistiram que Lula tinha que ir à Assembleia da República no dia 25 de abril porque a sua agenda muitíssimo ocupada não permitia outras datas nenhumas. Mas o facto é que Lula chegou a Portugal na manhã de sexta feira e passou todo o resto desse dia sem nada na agenda (OK, talvez estivesse a curar o jet lag adquirido na viagem), e passou todo o domingo em Portugal sem nada na agenda (OK, talvez seja um cristão obediente e se recuse a trabalhar ao domingo).
E o facto é que há múltiplos Presidentes da República de muitos países que visitam Portugal sem se deslocarem à Assembleia da República e sem discursarem lá. Não havia qualquer necessidade de Lula lá ter ido.
Enfim, o PS lançou um chamariz ao Chega para ver se ele mordia o anzol. O Chega mordeu. Tanto o Chega como o PS colhem agora os louros das suas bravas ações.
Imagem de perfil

De O apartidário a 26.04.2023 às 16:37

Entretanto, e depois da festa e daquela vergonha na Assembleia, temos esta reportagem bem no centro de  Lisboa https://imagenssem.blogs.sapo.pt/26-de-abril-no-centro-de-lisboa-29172
Sem imagem de perfil

De Alexandre N. a 26.04.2023 às 12:03

A bitola é a marxista, da qual fazem parte todos os partidos do meio do PSD para a esquerda.
É mais que evidente que os que não fazem parte da corrente são para meter de parte, são os de direita, onde os seus apoiantes são rotulados de fassistas, xenófobos e racistas e não são esses partidos que não querem entendimentos conforme se vê.
Mas o burgo estava mal habituado e daqui para a frente vai ter de conviver com os fassistas, eu sei que é difícil, eles são chatos, andam em cima de tudo, mas é a vida.
Imagem de perfil

De O apartidário a 26.04.2023 às 16:32

Pois é, é a vida já dizia aquele sr que fugiu do Pântano para o pantanal global da O-nu. 
Sem imagem de perfil

De Elvimonte a 26.04.2023 às 17:15

Resumo da situação.


“O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os carácteres corrompidos. A práctica da vida tem por única direcção a conveniência. Não há principio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias em cada dia. Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença de cima abaixo! Toda a vida espiritual, intelectual, parada. O tédio invadiu todas as almas. A mocidade arrasta-se envelhecida das mesas das secretárias para as mesas dos cafés.


A ruína económica cresce, cresce, cresce. As quebras sucedem-se. O pequeno comércio definha. A indústria enfraquece. A sorte dos operários é lamentável. O salário diminui. A renda também diminui. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. Neste salve-se quem puder a burguesia proprietária de casas explora o aluguer. A agiotagem explora o lucro. A ignorância pesa sobre o povo como uma fatalidade. O número das escolas só por si é dramático. O professor é um empregado de eleições. A população dos campos, vivendo em casebres ignóbeis, sustentando-se de sardinhas e de vinho, trabalhando para o imposto por meio de uma agricultura decadente, puxa uma vida miserável, sacudida pela penhora; a população ignorante, entorpecida, de toda a vitalidade humana conserva unicamente um egoísmo feroz e uma devoção automática.


No entanto a intriga política alastra-se. O país vive numa sonolência enfastiada. Apenas a devoção insciente perturba o silêncio da opinião com padre-nossos maquinais. Não é uma existência, é uma expiação. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte: o país está perdido! Ninguém se ilude. Diz-se nos conselhos de ministros e nas estalagens. E que se faz? Atesta-se, conversando e jogando o voltarete que de norte a sul, no Estado, na economia, no moral, o país está desorganizado - e pede-se conhaque! ”


(in Farpas, por Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão, publicado em Junho de 1871)
Sem imagem de perfil

De Elvimonte a 26.04.2023 às 17:27

O "chão comum".


''Para sufocar antecipadamente qualquer revolta, não deve ser feito de forma violenta. Métodos arcaicos como os de Hitler estão claramente ultrapassados. Basta criar um condicionamento coletivo tão poderoso que a própria ideia de revolta já nem virá à mente dos homens. O ideal seria formatar os indivíduos desde o nascimento limitando as suas habilidades biológicas inatas…


Em seguida, o condicionamento continuará reduzindo drásticamente o nível e a qualidade da educação, reduzindo-a para uma forma de inserção profissional. Um indivíduo inculto tem apenas um horizonte de pensamento limitado e quanto mais 0 seu pensamento está limitado a preocupações materiais, medíocres, menos ele se pode revoltar. É necessário que o acesso ao conhecimento se torne cada vez mais difícil e elitista….. que o fosso se cave entre o povo e a ciência, que a informação dirigida ao público em geral seja anestesiada de conteúdo subversivo. Especialmente sem filosofia. Mais uma vez, há que usar persuasão e não violência direta: transmitir-se-á maciçamente, através da televisão, entretenimento imbecil, bajulando sempre o emocional, o instintivo.
Vamos ocupar as mentes com o que é fútil e lúdico. É bom com conversa fiada e música incessante, evitar que a mente se interrogue, pense, reflicta.


Vamos colocar a sexualidade na primeira fila dos interesses humanos. Como anestesia social, não há nada melhor. Geralmente, vamos banir a seriedade da existência, virar escárnio tudo o que tem um valor elevado, manter uma constante apologia à leveza; de modo que a euforia da publicidade, do consumo se tornem o padrão da felicidade humana e o modelo da liberdade.


Assim, o condicionamento produzirá tal integração, que o único medo (que será necessário manter) será o de ser excluído do sistema e, portanto, de não poder mais acessar as condições materiais necessárias para a felicidade. O homem em massa, assim produzido, deve ser tratado como o que é: um produto, um bezerro, e deve ser vigiado como deve ser um rebanho. Tudo o que permite adormecer a sua lucidez, a sua mente crítica é socialmente boa, o que arriscaria despertá-la deve ser combatido, ridicularizado, sufocado…
Qualquer doutrina que ponha em causa o sistema deve ser designada como subversiva e terrorista e, em seguida, aqueles que a apoiam devem ser tratados como tal ''
(Günther Anders , '' A obsolescência do homem '', 1956)
Sem imagem de perfil

De anónimo a 26.04.2023 às 19:02


"...é bem provável que o ressentimento das minorias que agora são maioria..."


A realidade nua e crua é que nem o PS, nem o PSD, nunca tiveram uma maioria dos eleitores a apoiá-los.

Uma distorcida Lei Eleitoral coloca na AR deputados ao molho, oriundos, eleitos dentro dos partidos.

Representam o chefe de esse partido. Pior, a distorção é tanta que nas votações na AR "levantem-se os deputados a favor" uns valem 1/3 dos votos de outros!. Maioria?.

Na última eleição "legislativa/governativa" o PS teve a seu favor 1/4 do eleitorado. Contra o PS o outro 1/4 do eleitorado.

Metade do eleitorado já não vai a semelhante jogo. Uma Lei Eleitoral, nunca sufragada, digna dos seus autores.

Apenas a "santa bovina estabilidade" nos seus cargos políticos e noutros.
Sem imagem de perfil

De Elvimonte a 26.04.2023 às 19:32


Minorias e sistema eleitoral.


Com um sistema eleitoral baseado em listas fechadas, são os partidos - uma minoria de cidadãos - que, ao colocarem determinados candidatos nos chamados lugares eligíveis, procedem à sua eleição. A subversão do processo eleitoral, esse autêntico esquema mafioso, é de tal forma evidente que é possível saber a priori, após a divulgação das listas de candidatos, quem vai ser eleito com probabilidade superior a 80% - no topo das listas, em grande parte dos casos, a probabilidade ronda 100%.


Aos partidos - uma minoria de cidadãos - interessa a manutenção de listas fechadas em que eles decidam quem será eleito muito antes do primeiro voto cair nas urnas. Condição sine qua non para a corrupção, para o tráfico de influências, para a recompensa de lealdades partidárias à margem dos interesses dos eleitores - a maioria.


O truque vem desde a monarquia constitucional e levou Eça a dizer que "eles elegem-nos e nós votamos neles". Eles, os partidos, continuam hoje a eleger os deputados que querem eleitos colocando-os nos lugares eligíveis das listas fechadas. Aos eleitores apenas compete o direito de subscrever essa eleição partidária prévia e por isso se vota em listas. Podem votar em branco, podem não votar para conscientemente não serem colaboracionistas na fraude institucional, mas pouco importa. Os partidos continuam a eleger os deputados que querem ver eleitos.


Se é assim, para quê votar? Não sabemos nós eleitores, depois da divulgação dessas listas, quem vai ser eleito com probabilidade de 100%, 90%, 80%? E se sabemos quem vai ser eleito com probabilidade acima de 80%, não configura esse facto um tipo de fraude eleitoral?


Repare-se na continuidade das listas fechadas desde a monarquia constitucional. Caíram vários regimes entretanto - em concreto três e sempre fruto de "revoluções" - e nunca as elites partidárias do momento abdicaram da vantagem digna do casino de elegerem quem querem. 


Que os regimes não se consigam reformar internamente até é compreensível. Que após três "revoluções" tudo continue como nos tempos da monarquia constitucional, à excepção das duas câmaras, é algo que não se entende. Curiosamente, ou nem por isso, da direita à esquerda não há um único partido que proponha a reforma do sistema eleitoral e que a transforme em bandeira. O vício impede-os. Há que os desmantelar e enviá-los para a reabilitação. Não vejo outra solução.


Acrescente-se o facto da actual CRP, nunca referendada tal como as anteriores, ser o resultado do cheque em branco que os eleitores emitiram e que os partidos preencheram.
Sem imagem de perfil

De Elvimonte a 26.04.2023 às 21:00

A crise da Democracia.


«Living in the West, I understand that in my society, the politicians are just actors, or comedians as the case may be, playing roles on the stage. These roles can be switched rather easily. All it takes is feeding a new script into the teleprompter. When the parties change from power to opposition, they largely just switch scripts. A bold plan for the future suddenly becomes an inflationary swindle, and vice-versa.


Of course, I live in a society where the ‘content of the character’ of the politicians is collectively pretty much zero. They just talk to their consultants and find out what phrase this week is the best way to gain money and power, then they go out and say it. They just do whatever the modern Rasputin’s advise them to do.»


«Well, you just described what Democracy turns into eventually – as Plato did two millenia ago.


It is the nature of the Beast. It will inevitably degrade into an oligarchy of the unscrupulous with a front face of Democracy. A politician to be successful in such a system does not need an opinion, or an idea. That is actually detrimental. One needs good acting skills and to have their spine removed. That is effectively prerequisite for success. Should someone with a spine and own agenda manage to convince enough people to be elected, that person will be dutifully destroyed. If necessary by physical means.»


«Note that the original Athenian democracy chose by random chance ... they had a primitive random generator contraption, and the people did not vote. Why not? Because they thought that people who sought power were the last you should elect. Better to have people who don't want the job!»


«The G7 begins to meet a year after its first program report in 1975, “The Crisis of Democracy”, which predicted a “new fascism” for Europe.»

Comentar post



Corta-fitas

Inaugurações, implosões, panegíricos e vitupérios.

Contacte-nos: bloguecortafitas(arroba)gmail.com



Notícias

A Batalha
D. Notícias
D. Económico
Expresso
iOnline
J. Negócios
TVI24
JornalEconómico
Global
Público
SIC-Notícias
TSF
Observador

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Comentários recentes

  • cela.e.sela

    de Rasputine a putine.o Corão merecia mais respeit...

  • Nuno

    Comentar o quê?

  • lucklucky

    Rui Ramos só pecou por defeito. É ir ler a Constit...

  • Anonimus

    Há tanta gente com vontade de ir para a guerra... ...

  • Anónimo

    Infelizmente por vezes há que jogar para o empate....


Links

Muito nossos

  •  
  • Outros blogs

  •  
  •  
  • Links úteis


    Arquivo

    1. 2024
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    14. 2023
    15. J
    16. F
    17. M
    18. A
    19. M
    20. J
    21. J
    22. A
    23. S
    24. O
    25. N
    26. D
    27. 2022
    28. J
    29. F
    30. M
    31. A
    32. M
    33. J
    34. J
    35. A
    36. S
    37. O
    38. N
    39. D
    40. 2021
    41. J
    42. F
    43. M
    44. A
    45. M
    46. J
    47. J
    48. A
    49. S
    50. O
    51. N
    52. D
    53. 2020
    54. J
    55. F
    56. M
    57. A
    58. M
    59. J
    60. J
    61. A
    62. S
    63. O
    64. N
    65. D
    66. 2019
    67. J
    68. F
    69. M
    70. A
    71. M
    72. J
    73. J
    74. A
    75. S
    76. O
    77. N
    78. D
    79. 2018
    80. J
    81. F
    82. M
    83. A
    84. M
    85. J
    86. J
    87. A
    88. S
    89. O
    90. N
    91. D
    92. 2017
    93. J
    94. F
    95. M
    96. A
    97. M
    98. J
    99. J
    100. A
    101. S
    102. O
    103. N
    104. D
    105. 2016
    106. J
    107. F
    108. M
    109. A
    110. M
    111. J
    112. J
    113. A
    114. S
    115. O
    116. N
    117. D
    118. 2015
    119. J
    120. F
    121. M
    122. A
    123. M
    124. J
    125. J
    126. A
    127. S
    128. O
    129. N
    130. D
    131. 2014
    132. J
    133. F
    134. M
    135. A
    136. M
    137. J
    138. J
    139. A
    140. S
    141. O
    142. N
    143. D
    144. 2013
    145. J
    146. F
    147. M
    148. A
    149. M
    150. J
    151. J
    152. A
    153. S
    154. O
    155. N
    156. D
    157. 2012
    158. J
    159. F
    160. M
    161. A
    162. M
    163. J
    164. J
    165. A
    166. S
    167. O
    168. N
    169. D
    170. 2011
    171. J
    172. F
    173. M
    174. A
    175. M
    176. J
    177. J
    178. A
    179. S
    180. O
    181. N
    182. D
    183. 2010
    184. J
    185. F
    186. M
    187. A
    188. M
    189. J
    190. J
    191. A
    192. S
    193. O
    194. N
    195. D
    196. 2009
    197. J
    198. F
    199. M
    200. A
    201. M
    202. J
    203. J
    204. A
    205. S
    206. O
    207. N
    208. D
    209. 2008
    210. J
    211. F
    212. M
    213. A
    214. M
    215. J
    216. J
    217. A
    218. S
    219. O
    220. N
    221. D
    222. 2007
    223. J
    224. F
    225. M
    226. A
    227. M
    228. J
    229. J
    230. A
    231. S
    232. O
    233. N
    234. D
    235. 2006
    236. J
    237. F
    238. M
    239. A
    240. M
    241. J
    242. J
    243. A
    244. S
    245. O
    246. N
    247. D