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Matrioska

por Jose Miguel Roque Martins, em 31.03.21

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Não fiquei de todo surpreendido com a ultima enormidade de Francisco Louçã, o caso da galhofa contra a morte pela fome de milhões de Ucranianos nos tempos de Estaline. Mas fiquei radiante por comentadores reconhecidos o estarem (finalmente) a fustigar em jornais de referencia.

Por incrível que pareça, há ainda quem tenha a distinta lata de tentar branquear este triste episódio. Pedro Tadeu, um jornalista do DN, escreve um artigo que me irritou francamente e que poderá consultar aqui. Em síntese, começa por dizer que não viu os comentários de Louçã (?) preferindo centrar a sua discussão no facto histórico em si. A coberto de uma intenção de moderação e contra a "Histeria ideológica", lança-se numa pouco brilhante  diminuição da importância do Holodomor. Tudo somado, a cartilha Leninista completa: Discutir uma questão lateral para desviar as atenções (não as declarações de Louçã mas o tema),  descredibilizar os críticos (são histéricos antissoviéticos),  diminuir o problema (não são 7 milhões de vitimas, mas apenas 3 Milhões), lançar dúvidas sobre o que se passou (a intencionalidade é fundamental e não se pode provar) e desvalorizar a questão (genocídios há muitos, por todo o tipo de regimes) .

Os Leninistas são cada vez mais pequenos, mas pertencem todos à mesma Matrioska, que não parece ( infelizmente) esgotar-se. 


17 comentários

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De balio a 31.03.2021 às 17:37


Não vejo que Pedro Tadeu (que é militante do PCP) diminua a importância do "Holodomor".
O que ele diz é que alguns historiadores reputados afirmam (1) que o número de mortes, embora muito elevado, não foi tão elevado como outros autores dizem, (2) que os mortos não foram somente ucranianos, nem houve intenção de matar especificamente ucranianos, e (3) que não houve intenção específica de promover a fome, somente houve falta de vontade de a evitar.
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De Anónimo a 01.04.2021 às 09:23

Peço desculpa, mas o sr. parece um mente capto, às vezes.
Não sabe ler? Não teve a argúcia suficiente para ver/ "ler"  e interpretar as entrelinhas da mais cavilosa manipulação, camuflada atrás de um ardiloso tom sério e uma suposta isenção? O objectivo era "semear" a dúvida. Pelos vistos "colheu"!  Comecemos:
1-O Tadeu NEGA o holodomor ;  2-  DESVALORIZA-o ao considerar que é uma coisa muito comum de acontecer e até é habitual em democracias e ditaduras (dá outros exemplos para "diluir" este crime) ; 3- afirma que é HISTERIA ideológica, insinuando facciosismo e PROPADANDA ANTICOMUNISTA de académicos condecorados por isso ;  4- com um pretenso ar de seriedade e de imparcialidade INSINUA que nada se sabe em definitivo nem em concreto, "PLANTANDO a DÚVIDA"  de que tudo está em aberto, e que «sim senhor, tudo deve ser estudado, discutido, vamos a isso» Em nome das vítimas, claro, que tudo merecem!!!
Haverá forma mais cínica de negar  holodomor, do que tentar demonstrar que há muita fantasia em torno do tema e tudo está em aberto e por estudar?
E, no entanto, tudo está documentado. As imagens do horror não são exibidas por serem demasiado chocantes ao ser humano (só acessíveis a estudiosos). Cito esta passagem:
"Em reacção ao livro de Timothy Snyder, Ta-Nehisi Coates, uma das vozes mais activas nos Estados Unidos a denunciar o racismo sistémico da sociedade Norte-Americana, escreveu, em 2014, na Atlantic que, apesar de ter um estômago forte a ler sobre o Mal, não conseguiu ler o livro até ao fim".
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De Anónimo a 01.04.2021 às 10:18




Balio: Claro que, com muita habilidade, diminuiu a sua importância, ou então, provavelmente, não lemos o mesmo texto.
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De Anónimo a 01.04.2021 às 10:55

Eu também estou com o estôago a dar horas: não sei se é fome ou vintade de comer.
Será que vai dar ao mesmo?
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De Anónimo a 01.04.2021 às 13:31


" houve intenção específica de promover a fome, somente houve falta de vontade de a evitar". 
A dúvida existencial do comentador parece ser entre "matar à fome" ou "não dar de comer" ! Se calhar nem foi intencional ! foi só "falta de vontade de a evitar"...








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De Anónimo a 02.04.2021 às 09:17


(correção):
"não houve intenção..."
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De Carlos Sousa a 31.03.2021 às 18:03

Um genocídio é um genocídio. Sejam três milhões sejam dez milhões são crimes bárbaros contra a humanidade, e não há forma de os branquear. Senão sou obrigado a dar razão ao Rodrigues dos Santos quando disse que a forma mais rápida de matar a fome aos judeus era metê-los no crematório. 
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De Anónimo a 31.03.2021 às 23:57

E se forem o 3 milhões de indianos que o Churchill deixou que morressem á fome. Como vamos classificar isso?
E seria Churchill um grande humanista se decidisse mandar esse indianos para as câmaras de gás?
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De Anónimo a 01.04.2021 às 03:52

É preciso lata. Os Japoneses invadem a Índia provocam milhares de refugiados e a culpa é do Churchill.
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De Anónimo a 01.04.2021 às 11:33

Em que romance de historia alternativa leu que os japoneses invadiram a India?
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De Anónimo a 01.04.2021 às 13:50

https://en.wikipedia.org/wiki/Battle_of_Imphal
Imphal.
E a pressão não foi só dos refugiados indianos mas tembém dos refugiados birmaneses.
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De Anónimo a 01.04.2021 às 19:14

A batalha de Impall deu-se em 1944. Demasiado tarde para causar uma fome em 1943.
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De Elvimonte a 31.03.2021 às 20:51

Já dizia Lenine numa célebre entrevista conduzida por Bertrand Russell: "primeiro colocámos os camponeses contra os senhores das terras; depois deixámo-los morrer à fome", se não me falha a memória.
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De SAP3i a 31.03.2021 às 21:54

Pela calada da noite, com chaimites, para fugirem ao escrutínio democráticos de eleições, vieram em nome desses deuses ideológicos, que pintaram por todas as paredes de Portugal, os quais, afinal, foram igualados ao nazismo pelo Parlamento Europeu. E é isto um actual Conselheiro de Estado? O estertor e o embuste do 25abril começa a desnudar-se.
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De Anónimo a 01.04.2021 às 10:53

O pastor Louçã foi à lã e veio tosquiado.
Uma graçola que lhe está a sair cara. Pôs na ordem do dia a lembrança e a discussão em torno de Holodomor. Tanto melhor, para não esquecermos os crimes contra a humanidade perpetrados pelos mestres de Louçã e quejandos.
E se a terriola não fosse uma paróquia apenas, o sujeito era corrido dos lugares para onde o alçaram. A começar pelo de Conselheiro, se houvesse vergonha e decência.
 (Ou não foi grave a graçola, Sr. Presidente?)
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De Anónimo a 02.04.2021 às 15:07

1-Paulatinamente, vão-se "aproximando" do poder. 
2-Depois "encostam-se" ao poder. 
3- Gradualmente, começam a ter aspirações de se "tornar parte" do poder.
4- Finalmente são "parte da solução" governativa.
5- a revolução é agora levada a cabo "a partir de dentro" do mesmo sistema (que anteriormente rejeitavam) e agora vão minando, subvertendo. Não porque se tenham rendido à democracia representativa, mas aproveitando tácticamente a oportunidade  "a via que de repente lhe abriu a esquerda supostamente moderada, agora interessada na sua companhia."


Gente perigosa esta! Lobos compele de cordeiro "com o objectivo de derrubar regimes democráticos, onde havia eleições livres e liberdade de expressão. Não o fizeram por um desvio ideológico qualquer, mas, muito coerentemente, em função de um culto da violência que é inerente à tradição da esquerda revolucionária. Através da sua violência..."
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De Anónimo a 01.04.2021 às 17:41

O artigo de Tadeu começa logo por mostrar o seu fastio. Há gente tão cansativa, tão repetitiva, que não se cala, não é?
Uma maçada!


Vejo nas redes sociais que há, outra vez, enésima vez, uma polémica sobre o Holodomor

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