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Mas e os jornalistas, Senhor?

por henrique pereira dos santos, em 12.09.16

"para o secretário-geral do PS e primeiro-ministro, “haver mais matrículas no Ensino Superior demonstra bem que a grande quebra não era demográfica, mas sim devida às dificuldades financeiras” que as pessoas sofriam e que, garante, “agora estão um pouco minoradas”. Mais, para Costa o registo que se verificou este ano, depois de terem saído as primeiras colocações no Ensino Superior, é também “um sinal de confiança no futuro“".

As declarações, em si, são de uma indigência que brada aos Céus, mas o que gostava mesmo de perceber é como é possível alguém fazer uma afirmação destas, ser público, notório e verificável que esse aumento de matrículas existe pelo terceiro ano seguido, e a generalidade dos jornalistas acharem que não faz parte da sua função informarem os seus leitores disso.

Aparentemente a generalidade dos jornalistas acham que a sua função consiste em reproduzir declarações de terceiros, e não relatar factos e ajudar a compreender a realidade a partir de informação verificável. Declarações de terceiros deste tipo, isto é, com recursos a tretas, se não escrutinadas pelo jornalismo, são a essência do populismo e não se percebe por que razão são reproduzidas sem mais.

A responsabilidade dos jornalistas no crescimento do populismo é inegável quando qualquer pessoa (podemos discutir se é mesmo qualquer mas não é isso que agora me interessa) sabe que pode fazer declarações destas sem ser verdadeiramente escrutinado e posto a ridículo pela imprensa.

 


8 comentários

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De João Lopes a 12.09.2016 às 11:09

Não existe imprensa em Portugal no seu verdadeiro sentido. Está tudo controlado de alto a baixo. Cada vez mais é uma classe desprestigiada por culpa própria que se deixa vender e controlar. Limitam-se a debater o que não interessa e transmitir os famosos "sound bytes".
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De a. pinho cardão a 12.09.2016 às 14:54

Muito bom e directo aos alvos, caro HPS.
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De carlão a 12.09.2016 às 15:57

Ridículo é este post...inacreditável e insultuoso para um Primeiro ministro que está a puxar pelas portuguesas e pelos portugueses de pois de quatro anos de depressão e de infelicidade geral. Tudo por culpa da direita que arrasou com as esperanças e com os rendimentos da população. Todos os sinais de esperança, todos os sinais positivos - e são muitos, mas nunca falam neles aqui - são apoucados e postos a ridículo. O país melhora, as pessoas vêm a sua esperança aumentar, apesar de tudo ser muito lento devido ao cego diretório alemão e á falta de solidariedade dos países do norte da Europa e da direita europeia que tem sempre os seus Paulos Rangéis disponíveis. Que tristeza.
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De José Coimbra a 12.09.2016 às 22:08

O desespero de causa é tão grande que já não se comentam os assuntos em concreto, antes aplicando princípios "políticos" gerais que dão para tudo e o seu contrário. isto parece mais uma igreja em que o que é preciso é ter fé.
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De José Mendonça da Cruz a 12.09.2016 às 17:04

Meu caro Henrique, lembrei-me, não sei porquê, desta passagem de O Triunfo dos Porcos: 
«...Nos domingos de manhã, Garganta, segurando uma comprida folha de papel, lia-lhes relações de estatísticas comprovativas de que a produção de todo o tipo de géneros alimentícios aumentara de duzentos, trezentos ou quinhentos por cento, conforme o caso. Os bichos não viam razão para desmenti-lo, especialmente porque já não conseguiam lembrar-se com clareza das exactas condições de antes da Revolução. Mesmo assim, dias havia em que prefeririam ter menos estatísticas e mais comida.»

(As ovelhas não vêm referidas neste excerto, e ainda bem: é que não se sabe se as ovelhas são o povo ou os jornalistas)

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De comunista a 12.09.2016 às 18:04

"Tenho o vento de Lisboa colado à minha pele e a água do Tejo colada à minha alma."



E não há noção do ridículo?
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De José Coimbra a 12.09.2016 às 22:11

Deixem-me trabalhar! deixem-me trabalhar!
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De Júlio Andrade a 13.09.2016 às 23:47

As declarações de António Costa não são apenas "de uma indigência que brada aos céus". São também delirantes, como comentei no meu blog:
«António Costa regozija-se com o aumento do número de alunos colocados em cursos universitários na 1.ª fase. É natural, é uma boa notícia e só fica bem ao PM reconhecê-lo. Mas os termos em que o fez tocam o delírio: "O aumento do número de alunos no ensino superior representa a morte do modelo de desenvolvimento que a direita quis impor neste pais, de um país sem salários, sem direitos e sem Estado Social (http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2016-09-11-Costa-diz-que-aumento-de-colocacoes-no-ensino-superior-e-a-morte-do-modelo-da-direita)". Em primeiro lugar, não se vislumbra a relação entre o aumento do número de alunos no ensino superior e as características de AC julga definirem o modelo da "direita". Se é certo que as dificuldades financeiras podem dificultar as famílias a investir na educação superior dos seus jovens, não foi o "modelo de desenvolvimento da direita" que causou essas dificuldades financeiras, mas a bancarrota que o PS provocou, pelas políticas de José Sócrates, e as exigências que constavam do acordo que o PS negociou com a troika. Em segundo lugar, o aumento de alunos verifica-se há 3 anos consecutivos (https://www.publico.pt/sociedade/noticia/numero-de-colocados-no-ensino-superior-sobe-pelo-terceiro-ano-consecutivo-1743756), mesmo com o infame modelo da "direita". Os louros desse resultado não podem ser, portanto, atribuídos à política deste governo. Em terceiro lugar, quando AC fala de "um país sem salários, sem direitos e sem Estado Social" não pode estar a referir-se a Portugal. Os cortes nas remunerações dos funcionários públicos, por muito penalizadores que tenham sido, não podem ser comparados à ausência de salários, muito menos atribuídos a todo o País. A referência à ausência de direitos e de Estado Social, mesmo como uma imposição que a "direita" pretenderia, é um puro delírio.

Querer ficar com os louros do aumento de alunos no ensino superior, atribuindo este bom resultado à morte de um modelo de direita não resiste a uma rápida análise da realidade.»

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