Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Se não estou em erro, a biografia do tenente-coronel Marcelino da Mata nunca foi escrita. Sabemos bocados avulsos da sua extraordinária vida de combatente na Guerra Colonial, do lado das forças do Exército português. Parece, actuou muitas vezes à margem das tropas convencionais, não brincava em serviço e matou tantos quantos (os desaparecidos filhos das famílias da Metrópole que sofriam a angústia do seu destino...) lhe apareciam pela frente, opondo-se às suas operações militares. Foi o mais condecorado dos nossos militares... Porque Marcelino da Mata, nascido na Guiné e negro, embora, português se considerava. Tinha esse direito! Marcelino combateu pela sua Nação.
Apenas o racismo de Esquerda o condena - por ser negro, - como não condena todos os militares, aderentes à III República, que igualmente se bateram em África. Desses se diz - foram uns bravos, uns sacrificados... Principiemos essa longa lista nos oficiais generais (Spínola, Costa Gomes, Rosa Coutinho...) e prossigamos até aos soldaditos sobre quem chovia o choro das suas mães, nas nossas aldeias. Mas Marcelino era negro - logo, havia de ter matado brancos.
Marcelino da Mata é tema actual, como se sabe. O Bloco de Esquerda está lá para tanto. Além de outros. Só agora, por isso, conheceremos a sua biografia, que será da autoria de um Rosas qualquer.
Não importa. Escreveu Bernard Shaw, «biógrafo que não ornamente a nossa biografia com farta quantidade de mentiras agradáveis - é um rancoroso e pérfido caluniador».
Ora, para a Esquerda, a agradável mentira seria uma África pintada a preto e branco, como no jogo das damas. E não era assim, o português de então nunca foi racista. A Esquerda, maldizendo o oficial Marcelino, só o enaltecerá.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.