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Luís Aguiar Conraria (LAC) é um dos meus comentadores preferidos, um bom economista, inteligente, liberal e honesto. O seu único problema, fica patente na sua cronica de hoje do Expresso: é quando ensaia ser um liberal....de esquerda.
Da esquerda, vai buscar uma característica que é, simultaneamente, a sua maior gloria e o seu maior pecado: o optimismo.
Sei que LAC sabe que, um mercado livre pressupõe que a liberdade se mantenha em todos os mercados e que, infelizmente, quem falha, não vive muito bem. Não pode existir uma rede obrigatória que corrige completamente o que o desempenho das pessoas e dos mercados determinam. Na sua tese de hoje no Expresso, “A esquerda liberal e a direita iliberal”, defende com Inteligência e elegância que afinal a direita é toda iliberal pois é contra a absolutamente livre circulação de pessoas. Até sugere que Milton Friedman , no caso Português, se renderia à imigração legal, já que os imigrantes contribuem positivamente para os cofres da segurança social. Caso para dizer, è ben trovato ma non è vero.
Como sei que é honesto, tamanho erro só se pode justificar, ou por lhe ter apetecido provocar, num humor mais diletante ou, por um arroubo de esquerda, que acredito que o tempo vai curar. Da esquerda, LAC vai buscar uma característica que é, simultaneamente, a sua maior gloria e o seu maior pecado: o optimismo.
Senão vejamos.
Se as contribuições dos Portugueses para a segurança social, não são suficientes para a sua sustentabilidade, porque seriam as dos imigrantes? Pretendemos não honrar as obrigações do Estado para quem faz as suas contribuições só porque são estrangeiros? Não lhes vamos pagar pensões ou subsídio de desemprego se chegar a situação em que a elas tenham direito? Se forem embora não os deixaremos reclamar as suas contribuições? Não considerar que, no final, as presentes contribuições terão que ser pagas é franco optimismo.
Se abrirmos as portas a toda, mesmo toda a gente, nomeadamente aqueles que passam pior, daquele mundo medonho, em que as pessoas morrem mesmo de fome e têm todos os incentivos para dele fugir, vamos mesmo deixa-los todos vir (corolário lógico da total liberdade)? E depois, vamos deixá-los morrer de fome nas nossas ruas ou vamos deporta-los? Não será um enorme optimismo pensar que a liberdade total, de mundos tão diferentes do nosso não resultará numa catástrofe humanitária?
Também se esquece que, as portas não se fecham à imigração, desde que obtenham um contrato de trabalho em Portugal: só a mais absoluta liberdade é limitada. Acredito que se esqueceu desse pormenor, simplesmente porque estragava a sua tese, absolutamente tão brilhante como errada. Francamente, acho que LAC é mais brilhante quando é só liberal e se esquece de ser de esquerda.
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