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Ao que parece há uma grande comoção com as eleições brasileiras e o crescimento do fascimo.
Grande parte dessa comoção resulta do facto de se entender que o PT governou mais de dez anos mas não é responsável por coisa nenhuma do que se passa, e de Bolsonaro dizer umas coisas inacreditáveis.
Avaliar as pessoas pelo que fazem com as palavras é do domínio da literatura, no domínio da política o que interessa não é o que as pessoas dizem ou escrevem, mas o que fazem.
No dia em que a independência judicial for posta em causa, em que começarem a fechar jornais ou televisões, em que as eleições forem adiadas ou feitas com a oposição presa (isto é, no dia em que o Brasil funcionar como hoje funciona a Venezuela), aí sim, vou às manifestações contra o crescimento do fascismo.
Até lá, Bolsonaro (tal como Trump e os outros fascistas de turno, cada um que aparece sempre considerado como pior que o anterior) é apenas um político como os outros, que defende coisas certas e erradas, sendo a classificação de certas ou erradas em cada uma dessas políticas uma coisa muito subjectiva (tanto mais que o peso relativo que é dado às diferentes políticas também é muito subjectivo e, no caso do Brasil, há muita gente a valorizar mais o sentimento de insegurança que as tolices sobre orientação sexual ou questões de raça ou género), tal como Lula foi um político como os outros, que fez coisas certas e erradas, mantendo as garantias democráticas intactas, não podendo ser confundido com políticos como Maduro, Chavez ou Raul Castro, só porque, muitas vezes, diz coisas semelhantes ao dizem esses seus amigos.
O que um político diz, interessa muito pouco, o que interessa mesmo é só o que faz.
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