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Há muitos anos que defendo que a verdadeira prioridade dos governos deveria ser a justiça, e não a educação, não porque desvalorize a educação, mas porque não há sociedades decentes sem uma justiça decente, ou seja, tão rápida quanto possível (um problema muito sério da justiça portuguesa) e generalizadamente respeitada pelas pessoas comuns.
Há mais anos ainda (acho eu), que Sócrates e eu estamos em pontos muito distantes no que entendemos por bem comum e por decência.
Dito isto, não alinho no coro de indignações (também é verdade que me indigno pouco com o frisson do dia) sobre o facto do caso Marquês correr agora com outro juiz (o que aliás aconteceria sempre, desde que chegasse a julgamento) e numa altura em que está indicada uma nova Procuradora Geral.
Sócrates sempre argumentou (com a bovina complacência de grande parte da imprensa a quem nunca ouvi perguntar-lhe como era possível sustentar a sua tese tendo havido, até hoje, dezenas de juízes a tomar decisões sobre o processo e Sócrates só tenha ganho num caso, por sinal com um juiz indiciado por corrupção) que o problema eram umas pessoas concretas que o perseguiam (outras pessoas, envolvidas ou não no processo, responsabilizadas judicialmente ou não, preferem concentrar-se nas fugas ao segredo justiça e eventuais violações de direitos individuais, como se todo o enredo que hoje conhecemos fosse uma questão menor).
Agora, daqui para a frente, a banda segue com outros maestros.
Para quem, como eu, tem uma razoável confiança no nosso sistema de justiça (o que é bem diferente de dizer que é perfeito, ou mesmo que é muito bom), estas circunstâncias são muito favoráveis para fortalecer a confiança da sociedade no sistema de justiça, até porque estou convencido de que não será fácil desmontar o conjunto impressionante de factos conhecidos (mesmo na versão do próprio Sócrates) e é bom que isso seja feito com outras pessoas.
Se há coisa que me impressiona no processo de Lula é o facto do juiz de instrução ser o mesmo que o julga, coisa que em Portugal, felizmente, não é possível.
Veremos como tudo evolui, mas não me parece que no caso Marquês o fundamental seja o juiz ou a procuradora geral, o fundamental mesmo é o que os acusados fizeram.
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