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Jornalistas pouco sérios

por henrique pereira dos santos, em 11.03.23

João Francisco Gomes é um jornalista do Observador que escreve sobre a igreja católica (ele diz que escreve sobre religião, mas não é isso que tenho visto, como leitor).

Hoje, está uma peça dele em destaque sobre o que têm feito os bispos com a tal lista de cem nomes.

A lista, ainda hoje, é descrita por João Francisco Gomes desta maneira: "lista com os nomes dos alegados abusadores sexuais que ainda se encontram no ativo".

Ora hoje já é perfeitamente seguro dizer que pelo menos um terço desses nomes são de pessoas mortas (é preciso uma grande fé para considerar como abusador no activo uma pessoa morta), outros não estão no activo, outros não se sabe quem são, etc..

Ou seja, a lista não é o que o jornalista diz que ela é.

Esta informação está perfeitamente fixada, portanto se o jornalista continua a chamar-lhe uma lista com nomes de alegados abusadores sexuais no activo é apenas porque isso serve os seus objectivos, não porque seja informação fiável, isto é, é porque é desonesto no seu trabalho (essencialmente, está na mesma situação do restaurante que serve gato por lebre).

Ana Sanlez e Ana Suspiro assinavam, há dois dias, uma peça com o título "Distribuição sob pressão máxima do Governo por causa de preço dos alimentos. Medidas de outros países estão a ser estudadas" em que, entre outras coisas, tratam informação do governo sobre ilegalidades nos supermercados como permitindo uma dúvida razoável de que há especulação nos preços dos bens alimentares.

Nada nessa informação, nem numa reportagem que o Observador também fez acompanhando uma fiscalização da ASAE, permite supor isso, tanto mais que o principal argumento usado para essa suspeita (suspeita criada pelo principal interessado em que a suspeita exista, o governo) é simplesmente estúpido: uma comparação entre preços de compra e venda de produtos, feita num relatório que não é público e sem qualquer consideração sobre os custos associados a essa venda, o que as jornalistas sabem perfeitamente.

Puro populismo (igual ao que se passa na conversa sobre rendas de casa, igual ao que se verifica nas reportagens sobre lares de terceira idade, igual à conversa que foi usada durante a epidemia, igual à conversa sobre o governo que geriu o memorando de entendimento que o PS negociou para evitar a bancarrota, igual à conversa sobre a TAP, etc., etc., etc..).

Que assenta na pura desonestidade na escolha de informação, como é típico de populistas e do populismo dominante nas redacções dos jornais.



15 comentários

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De entulho a 11.03.2023 às 10:42

a tvzinha governamental dirigida pelo conhecido intelectual teixeira iniciou a emissão das 8h com 15 min sobre a pedofilia da Igreja e durante 1h nem uma única notícia sobre a situação catastrófica da republiqueta
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De O apartidário a 11.03.2023 às 21:46

O artigo 38º da Constituição da República Portuguesa define que “O Estado assegura a liberdade e a independência dos órgãos de comunicação social perante o poder político e o poder económico, impondo o princípio da especialidade das empresas titulares de órgãos de informação geral, tratando-as e apoiando-as de forma não discriminatória e impedindo a sua concentração, designadamente através de participações múltiplas ou cruzadas”. --------- ---------   ah ah ah ah!
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De Anónimo a 11.03.2023 às 11:53

Não podemos confiar inteiramente nos jornalistas. O que eles querem é brilhar como os do Facebook, Twitter etc.
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De João Brandão a 11.03.2023 às 12:51

Considero que tais jornalistas são cúmplices/instrumentos utilizados na condução do país à miséria em que se encontra. 
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De O apartidário a 11.03.2023 às 21:34

E não me parece que esteja a dizer nenhuma falsidade. 
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De PG a 11.03.2023 às 15:25

O jornalismo actual é pura ideologia mentira e propaganda 
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De Ricardo a 11.03.2023 às 21:32

E isenção e rigor só em fantasia e em palavras que vão no vento. 
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De anónimo a 11.03.2023 às 18:29


Jornalismo panfletário ao serviço do poder político. Acrescentaria à lista do post, o que se publica e divulga, em Portugal, sobre os acontecimentos políticos nos EAU. Portugal, nós, somos uma pequena parcela de um todo União Europeia / EUA. Sentiremos sempre as consequências do que se passa nos EUA.  

Por exemplo sobre os acontecimentos de 6 de Janeiro no Capitólio e especificamente sobre o ex-PR Trump, só a visão pró- governamental EUA é transmitida à opinião pública portuguêsa. Dir-se-ia que ecos do "jornalismo" nos principais orgãos dos EUA que têm estado quase totalmente dependente do partido democrata, esquerda, no poder.

Será que no "jornalismo" de cá, haverá eco das recentes acções políticas na actual Câmara dos Representantes agora com maioria republicana?.
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De O apartidário a 11.03.2023 às 21:50

Nem sobre o que se passa aqui ao lado em Espanha sabemos bem se apenas nos fiarmos nos telejornais. 
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De Anónimo a 12.03.2023 às 16:49

Querias que o jornalismo defendesse nazis? Vai-te catar.
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De Anónimo a 12.03.2023 às 20:04

Qatar?
(não sabia que cabia ao jornalismo atacar ou defender)
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De Alexandre N. a 11.03.2023 às 18:45

Caríssimo Henrique, não tem nada a ver com presente post, mas o que me pode dizer da ONG - GEOTA e da RENATURE?
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De João Brandão a 11.03.2023 às 20:08


Como exemplo:
https://paginaum.pt/2023/03/11/os-assassinos-e-o-mano-do-costa-que-se-orgulha-de-2020/
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De Anónimo a 12.03.2023 às 14:12

Se há bom uso para o Chato GPT, é no jornalismo. 
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De pitosga a 12.03.2023 às 19:57


Henrique Pereira dos Santos,
Breve e excelente.
Abraço

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