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Hoje o Público tem uma resposta dos pastéis de Belém a um artigo de Joana Gorjão Henriques publicado em papel no dia 9 de Dezembro, mas actualizado no on-line às 17 e 59 do dia 10 de Dezembro, na sequência dos esclarecimentos da fábrica dos pastéis de Belém, que Joana Gorjão Henriques achou dispensável ouvir antes.
Logo quando li o artigo em papel, no dia 9, como acontece com dezenas de artigos deste tipo, e como acontece com boa parte dos jornalistas militantes do Público (como Joana Gorjão Henriques ou Sofia Lorena, por exemplo, que na verdade deveria antes caracterizar como militantes jornalistas), a história me pareceu muito mal contada, basta conhecer um mínimo da sociedade portuguesa para ser evidente que as informações que constavam do artigo não podiam estar totalmente certas, se não na letra, pelo menos, o que é frequente, nas omissões (um exemplo clássico consiste em referir o ordenado base de uma pessoa, referir horários muito pesados, e omitir que ao ordenado base não corresponde o ordenado referido porque há pagamentos suplementares por causa das horas de trabalho além do horário base).
A resposta da empresa dos pastéis de Belém é arrasadora na demonstração da total incompetência da jornalista (na hipótese benigna), ou da mais pura manipulação (na hipótese menos benigna do papel de militante se sobrepôr ao papel de jornalista).
O Público, bem, tem uma nota de redacção sem rodriguinhos e justificações parvas, limitando-se a reconhecer o erro e assumindo a responsabilidade do jornal.
O problema que subsiste é, no entanto, um problema bem mais de fundo: o jornal reconhece o erro, que é um erro de palmatória inadmissível em jornalistas estagiários (noticiar factos que não foram verificados jornalisticamente, sobre os quais se constroi uma visão do mundo que se apresenta como verdadeira, apesar de ser um mundo de fantasia), mas não nos informa do seu efeito na carreira da jornalista, na prática da jornalista, nas opções do jornal em manter o contrabando ideológico mascarado de notícias de jornal.
O resultado é que pessoas como eu (e eu ainda sou dos que continuam a comprar o jornal e a pagá-lo todos os dias em banca), dão enormes descontos às notícias de lêem, pura e simplesmente saltam tudo o que é escrito por jornalistas concretos, salvo algum interesse específico em avaliar se o Estado de alienação se mantém inalterado e, de hoje para amanhã, quando aparecer um demagogo qualquer a inventar ele próprio uma realidade alternativa, tratá-lo-ei com a mesma desconfiança que dedico ao jornalismo, estando totalmente dependente do meu tempo e da minha capacidade para interpretar a realidade para distinguir o que é facto e o que é fantasia.
Ou seja, nessas circunstâncias, o jornalismo é inútil.
Obrigado pela sua contribuição para isso, Joana Gorjão Henriques e toda a tribo de militantes que escrevem nos jornais, bem como toda a tribo de contemporizadores que criam o ambiente geral de manada que lhes permite que o que escrevem seja publicado, sem escrutínio sério que separe o jornalismo das causas dos jornalistas.
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