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(...) É cada vez mais difícil preencher decentemente os cargos políticos, do topo à base, ou de prover os altos cargos públicos administrativos. Salários demagógicos, funções desprestigiadas, responsabilidades sem recursos, escrutínio devasso, lapidação certa — sem proveito, nem honra, nem glória. O regime não definha por falta de quem queira alçar-se às suas desconsideradas magistraturas: definha pela deserção dos que efetivamente lhes fazem falta. Os que deviam ser representantes preferem ser representados.
Joseph de Maistre, reacionário bilioso e inspirado, refocilava de gozo com o sistema representativo. Dizia que era este uma maravilha de espantar: incapaz de mobilizar os mais aptos para servir, o sistema bastava-se com a promessa de que todos os franceses poderiam ser representantes e não apenas representados, em suaves ciclos de 60 mil anos.
Estamos a dar razão ao grande advogado do antigo regime: o sistema renova-se, mas renova-se para baixo, nunca para cima.
Sérgio Sousa Pinto no Expresso
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Da dor-de-corno e das suas insondáveis ramificaçõe...
Acho que também já fiz isso
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Desmantelar institutos e demais tralha estatal.
Portugal precisa de um DOGE