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Intranquilidade

por henrique pereira dos santos, em 30.03.20

Vi ontem uma reportagem sobre a equipa do Instituto Ricardo Jorge que tem estado a produzir a informação oficial sobre a evolução da epidemia em curso.

Tinha o mesmo padrão que tenho reparado com demasiada frequência: todos os que apareciam na reportagem eram homens.

E também tenho reparado na clara predominância de homens em muitas das equipas que têm trabalhado na modelação da epidemia (há muitas mulheres nessas equipas, com certeza, mas nem são a maioria, nem estão suficientemente presentes nas funções que definem a orientação geral desses estudos).

Conheço apenas uma modelação com mais impacto que contraria as ideias dominantes, "Fundamental principles of epidemic spread highlight the immediate need for large-scale serological surveys to assess the stage of the SARS-CoV-2 epidemic", é a tal que admite que a população que contactou com o vírus no Reino Unido é muitas vezes mais que aquela que se poderia supor a partir dos testes que se vão fazendo.

Tem como coordenadora e principal investigadora uma mulher, Sunetra Gupta.

Em coisas de elevada incerteza, como é a fase inicial de uma epidemia provocada por um vírus novo, e com elevado impacto nas nossas vidas, como é a ameaça de uma epidemia (e reforço a ideia de que o que tem mais impacto, nesta fase, é a ameaça da epidemia, sobre o impacto real da epidemia sabemos muito pouco), confesso que me deixa muito intranquilo não ver uma maior presença de mulheres no coração da produção de ideias e soluções relacionadas com o assunto.


6 comentários

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De Luís Lavoura a 30.03.2020 às 11:53

Quer o Henrique dizer que, em matéria de epidemias, as mulheres produzem ideias substancialmente diferentes das dos homens?
Porquê?
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De henrique pereira dos santos a 30.03.2020 às 12:28


Não exactamente, quero apenas dizer que a divisão sexual do trabalho, uma das grandes vantagens competitivas da nossa espécie, treinou a generalidade dos homens e a generalidade das mulheres (e estas generalizações são absolutamente inúteis para os indivíduos) para tarefas diferentes.
Em circunstâncias que exigem a tomada de decisões rápidas, com contextos de elevada complexidade e incerteza, fazem falta "intuições" diferentes, isto é, faz falta diversidade.
Uma das formas de obter isso é com diversidade de género, tendo em atenção o que eu disse acima.
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De zazie a 30.03.2020 às 12:43

Por acaso penso o contrário e sou mulher.


Sou muito feminina mas sempre me disseram que tenho cabeça de homem.
Traduzindo-se por extrema racionalidade, zero de "palpitações" quando é preciso fazer alguma coisa e pragmatismo extremo.


Falta saber dar ordens. Quem dirige deve ter esse dom. Para os estudos existem mulheres porque copiamos o bom trabalho científico feito lá fora.
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De zazie a 30.03.2020 às 12:45

Saber dar ordens sempre soube para a prol. Queixava-se a pessoas minhas amigas que eu não dava conselhos mas ordens. E dava, porque sabia que só assim, quando a coisa é a sério e não é para deixar sem guia quem não tem experiência de vida.
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De zazie a 30.03.2020 às 12:45

prole! claro.
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De zazie a 30.03.2020 às 15:44

Uma regra que aprendi em miúda, na "seita das zundapps gamadas"- quando não se pode confiar no médio prazo, gastam-se as munições a sério no curto.


Isto traduz-se por laconismo e acção. Como no kung-fu!


Medidas radicais, já e sem engonhar. Deixar a porcaria do politicamente correcto na prateleira e fechar fronteiras, fechar o que é para fechar, isolar o país
.
Dentro do país, Isolar terras limpas, em vez de isolar as que estão contaminadas e de onde fogem contaminados para as outras.


O vírus avança por onde o deixam avançar. Em tendo hospedeiro, multiplica-se e precisa de cada vez mais. Os vírus conhecem o Lebansraum



Uma regra- quando não há previsões a longo tempo, deve-se usar o curto tempo com todas as armas disponíveis.

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