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Imigração e segurança

por João Távora, em 31.01.25

As sociedades ocidentais foram sujeitas à mais extraordinária de todas as experiências. As necessidades de mão-de-obra barata são reais. Mas tentou-se satisfazê-las abolindo as fronteiras. Nações antigas viram-se sob a ameaça de serem reduzidas a uma espécie de aeroportos internacionais, por onde as pessoas passassem sem nada mais terem em comum do que o acatamento de certas regras. Mas o fundamento das democracias liberais ou do Estado social não é simplesmente a obediência à lei, mas a comunhão de valores a que chamamos “nação”. As nações não são dados naturais: são o resultado da história, de séculos de conflito e compromisso. Na sua origem, não está qualquer homogeneidade, mas uma pluralidade que, sem desaparecer, chegou a um sentimento de solidariedade e destino comum que faz pessoas muito diferentes identificarem-se entre si. É a nação que explica que possamos ser diversos sem cairmos sempre em guerras civis. É um património que subjaz a quase tudo o que é precioso no Ocidente: a liberdade, a igualdade, a coesão social, o pluralismo. É a isso que chamamos “segurança”, que não é apenas a contenção da criminalidade, mas o sentimento de estarmos em casa.

Nada disto tem a ver com a cor da pele, dos olhos ou dos cabelos ou com origens geográficas, nem com todas as religiões ou ideologias. É uma questão de valores comuns. O problema das migrações descontroladas não é só a chegada de pessoas que não partilham tais valores, mas a proposta woke, que pareceu dominar os regimes ocidentais, de que não deveríamos pedir nem esperar adesão ou sequer respeito por esses valores. Foi o projecto woke, inspirado pelo ódio da extrema-esquerda ao Ocidente, que acima de tudo criou insegurança. O resto são tremendas dificuldades logísticas, que agravaram a falta de habitação e o colapso dos serviços públicos. O caos migratório não é compatível com qualquer integração. Através da imigração nestas condições, aquilo que a oligarquia fez foi reconstituir a massa de trabalhadores pobres e pouco qualificados que antigamente dava muito jeito à burguesia para arranjar criadas e moços de fretes. Em Lisboa, segundo os jornais, haverá em breve novos bairros de barracas para substituir os que foram eliminados há vinte anos. É isto o “progresso”?

Ler Rui Ramos no Observador na integra aqui


13 comentários

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De cela.e.sela a 31.01.2025 às 16:06

temos uma nova nação na República do Martim Moniz
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De balio a 31.01.2025 às 17:58


que acima de tudo criou insegurança


Qual insegurança? A "perceção"? Só se fôr ela porque, de facto, a insegurança na nossa sociedade atual é bem pouca.
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De cela.e.sela a 01.02.2025 às 10:40

não anda na rua nem frequenta os bairros problemáticos onde deviam instalar o MP
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De M.Sousa a 01.02.2025 às 13:03

Balio, ou tem absoluta má-fé, ou só lhe faltam as penas, ou escreve a mando do Partido, ou não passa de mais um queque woke que vive na bolha, ou tudo isto junto ... 
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De O apartidário a 03.02.2025 às 20:03

Relação direta entre imigração e criminalidade em Portugal, com mais de 2 mil presos estrangeiros(além  das etnias não europeias que são  naturalizados ou descendentes de imigrantes)nas prisões portuguesas, incluindo uma forte presença de criminosos do PCC brasileiro, que usam as prisões portuguesas para recrutar novos elementos para a sua organização. A imprensa esconde o problema, e ainda oculta as nacionalidades dos criminosos, revelando, pelo contrário, as nacionalidades das vítimas.

(Sérgio Tavares, correspondente do Jornal da Oeste na Europa)

https://youtu.be/0IgS8ER9WaA?si=kfifbUxq7JJISYyQ
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De balio a 31.01.2025 às 18:00


Qual é a alternativa que Rui Ramos propõe???


É evidente que, havendo necessidade de trabalhadores, temos que aceitar imigrantes. Muitos imigrantes. Não há alternativa.
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De Silva a 31.01.2025 às 18:31



Rui Ramos, além de comentador e "opinion maker" é professor e investigador, licenciado em História, doutorado em Ciência Política.
Rui Ramos não sabe ou não parece dar relevância aos factores económicos.
Obviamente que o que é preciso não é mão-de-obra barata mas sim a redução dos custos do factor trabalho e isso depende essencialmente da vontade/coragem política de implementar, rapidamente e em força, reformas estruturais, a começar, repito, a começar pela abolição do salário mínimo, liberalização dos despedimentos e abolição dos descontos seguindo-se outras reformas estruturais.
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De Anonimo a 01.02.2025 às 08:20

É preciso mao de obra, mas as empresas diariamente encerram, despedindo centenas de trabalhadores. E cada vez mais a mecanização e digitalização tornam o trabalho humano supérfluo. 
 A matemática não bate.
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De cela.e.sela a 01.02.2025 às 10:42

descapitalização promovida pela geringonça
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De Anonimo a 01.02.2025 às 19:06

Sim, é isso. E o marxismo. 
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De Francisco Almeida a 01.02.2025 às 10:51

Japão e Coreia do Sul recusaram imigração não qualificada. São hoje os países com mais robots. Claro que construção civil e turismo não é a mesma coisa. Mas, entre os dois extremos, seria razoável definir políticas.
Acredito que a cultura japonesa verá o século XXII. Da cultura europeia, judaico-cristã e greco-romana, já tenho grandes dúvidas. Das especificidades portuguesas, infelizmente, não tenho dúvida nenhuma.
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De O apartidário a 02.02.2025 às 15:38

A razão (ou uma das razões) para que "trabalham" os que querem destruir a Europa (do canal Chechu Leduc)

https://youtu.be/C1uLOHF9zxA?si=pDCY3C1og5fmcPx2
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De O apartidário a 01.02.2025 às 15:49

Sobre cultura e sobre leis (do canal Abraço da Verdade)

https://youtu.be/GdjIgMFaazo?si=uJ4ZgkuoyUQqPdjQ

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