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Honra a Hipólito Raposo

por Daniel Santos Sousa, em 26.08.23

PSX_20230826_203648.jpg

A voz dos mestres fala-nos das profundezas da história, os seus ensinamentos são eternos, a sua conduta inspiradora, a sua moral inquebrável. Passou mais um aniversário da partida do mestre do pensamento português, Hipólito Raposo (falecido a 26 de Agosto de 1953), do qual nem mesmo os rivais podiam acusar desvios de conduta. Indómito, até ao fim permaneceu íntegro e coerente. Moldado na honradez e no sentido do dever jamais se vendeu ao reviralho.

O Hipólito Raposo que agora lembro não será outro que não o doutrinador dos anos de guerra politica na velha Coimbra, em vésperas da revolta republicana. O mesmo impermeável às influências modernistas e aos desvairos da juventude empedernida no pecado do século: a revolução. Aquele Hipólito que, rejeitando o caminho dos católicos designados "democrata-cristãos", para os quais a forma do regime já não era importante, aceitando mesmo a República, reunidos em torno do CADC, efervesce monárquico e católico.

Era então o "Beirão robusto e enorme" (Júlio Dantas dixit) jovem estudante e depois doutrinador de singular talento. Com ele a monarquia foi arrancada ao serôdio tempo do constitucionalismo liberal. Que regime podia propor? Jamais o da partidocracia, do parlamentarismo burguês oitocentista, desligado de qualquer concepção natural, metafísica, histórica.

Pois que monárquicos há que enganados procuram modelos estrangeiros, pusilânimes, reivindicam a "monarquia" à inglesa, esquecendo as tradições pátrias e o exemplo dos nossos maiores. O doutrinador do Integralismo demonstrou como a monarquia orgânica e tradicional (i.e. a monarquia católica) podia formar-se, constituindo-se em torno da autoridade forte, embora reconhecendo os seus limites. Determinou como o regime social em que a boa autoridade governa e domina os baixos instintos tem na realeza o seu expoente. Pela Realeza hereditária se alcança a estabilidade, enquadrada dentro dos princípios cristãos.

A Monarquia portuguesa pensada nas suas antigas instituições e inspirada pelas velhas constituições do reino é a base fundamental, se para alguns não passa de passadismo ali ressurge a fonte de todo o pensamento político português.


4 comentários

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De passante a 26.08.2023 às 22:33

constituindo-se em torno da autoridade forte, embora reconhecendo os seus limites


Os donos da república romana (uns trezentos senadores) derrubaram o seu rei, declaram qualquer monarquia uma tirania, e trataram de espremer a plebe mais do que qualquer monarca. O monarca, ou até o tirano, precisa do apoio da plebe, uma turba de senadores nem por isso.


O modelo fez escola, e agora que os donos jogam em dificuldade máxima (com eleições e voto universal), a guerra psicológica é implacável. A plebe é forçada a acreditar em coisas manifestamente absurdas - como por exemplo a igualdade dos cidadãos - e é incapaz de aceitar verdades óbvias.


Estou para ver os urros de raiva com que os esclarecidos da praça vão acolher esta peça ...



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De O apartidário a 27.08.2023 às 19:16

Os trezentos agora são outros, e dominam as Repúblicas e as monarquias europeias(estas desde o século 19). 
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De Anónimo a 28.08.2023 às 19:28

Mais uma bela lembança sua, caro Daniel.
Venham outras para os portugueses que restam e bem precisam.

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