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A frase seguinte é do comentário de Miguel Sousa Tavares, hoje no jornal da Sic. Ela surgiu a propósito de Trump, mas extravasa em muito o tema. É uma frase importante e cristalinamente reveladora sobre os conflitos de ideias actuais. A citação é juradamente fidedigna e literal. Disse MST (sublinhado meu): «Quando a vontade do povo é qualquer coisa que vai contra aquilo que nós temos como o bem comum e as melhores ideias, não é preciso ceder à vontade do povo, é preciso resistir à vontade do povo.»
E, então, porque é que a frase de MST é reveladora e importante?
Primeiro, porque o que a esquerda chique e nonchalante pensa e diz em público é o mesmo que a esquerda dura e profissional pensa mas cala: que a sua superioridade intelectual e ética a desobriga de acatar a vontade democrática, visto ser ela, esquerda, que entende, defende e promove o «bem comum» e as «melhores ideias».
Segundo, porque a esquerda debonnaire e vocal (e a dura, também, mas pela calada) compreendeu que há uma revolução em curso e que essa revolução é contra ela: contra o relativismo, contra o muliculturalismo, contra a tolerância da intolerância, contra a tirania do politicamente correcto, contra as políticas legislativas, económicas e laborais celebradas nos salões e nos media, mas empobrecedoras e produtoras de servidão no terreno.
A guerra centra-se, agora, em Trump. A esta luz compreende-se bem o zelo diário de desinformação, omissões, invenções e mentiras dos nossos media. Esse combate vocal é feito de forma mais cordata, como com MST; ou de forma boçal e néscia, como na generalidade dos noticiários, ou nas crónicas do correspondente da Sic em Washington, um Ribas segundo o qual Trump é «um construtor civil que chegou à presidência» e, portanto, «não tem noção» do efeito das suas decisões.
A batalha seguinte é em França. Em França onde a esquerda se ilude com o lirismo arcaico de Hamon e aponta baterias a Marine Le Pen, sem perceber, por enquanto, que o perigo (para ela, esquerda) não vem tanto do ideário estatista a que antigos comunistas aderiram com tão grande facilidade, mas mais dos que, como Fillon, querem quebrar o sistema estatista e assistencialista por dentro do sistema. A esquerda doméstica e os Benoitzitos desta vida ainda não compreenderam nada. Deviam ler mais o Canard Enchainé. O Canard Enchainé tenta assassinar Fillon porque já percebeu tudo.
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