De Carlos Sousa a 04.08.2020 às 17:46
Pois é, o outro também era muito honesto era tão honesto que eu tinha de nascer duas vezes para ser igual a ele. Mas depois apareceram as acções manhosas, a quinta da coelha, o saco azul do BES, enfim tudo coisas íntegras.
Criticar é fácil, fazer é um bocadinho diferente. Porque é que esse senhor não apresenta soluções?
Deixem governar quem está a governar e as eleições se encarregarão de punir os responsáveis. Tal como fizeram quando correram com o passos.
Na minha opinião, a alternância dos actuais partidos não tem corrido bem.
Somos um pais na cauda da Europa em termos de riqueza, sem que eu encontre uma explicação que não seja incompetência. Mesmo os casos de policia que têm acontecido não justificam tanta falta de criação de riqueza.
Acredito que os partidos tradicionais mudam, surge um novo que seja bom e tome conta do poder ( pouco provável) ou então vamos continuar alegremente a marcar passo.
De Carlos Sousa a 04.08.2020 às 19:55
Você tem razão os actuais partidos são medíocres. Mas veja a alternativa de votar nas extremas.
Veja o que aconteceu em Espanha, quanto tempo é que tiveram para formar governo? E o governo é melhor?
Para governar é cada vez mais necessário arranjar consensos, não só nacionais mas também internacionais.
Olhe para Cuba (supondo que o povo apoiava o governo) o que é que o povo ganhou em manter aquele regime?
Agora em ponto mais pequeno. A reivindicação dos professores. O que é que os professores ganharam com o extremismo do Mário Nogueira?
Casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão. É evidente que esta “crise pandémica” rebenta com qualquer economia e isso inevitavelmente dá origem a populismos e os populismos dão origem a ditaduras. A ascensão do Hitler por exemplo teve a sua origem numa crise económica.
Cabe a cada um de nós manter a lucidez necessária para distinguir o trigo do joio. Caso contrário aquilo que iremos obter nas próximas eleições é uma vitoria de Pirro.
De Anónimo a 05.08.2020 às 15:54
Acho que a sua observação acerta na mouche do dilema. Se nada fizermos ( continuar a votar nos de sempre) continuamos com a mediocridade do costume. Se votarmos em partidos de protesto ou pequenos, gera-se a ingovernabilidade.
Apesar de tudo, acredito que os partidos de poder têm que perceber que têm que mudar. Não é para eles confortável fazerem coligações com extremistas.
Se conseguem mudar, o que é realmente o ideal, é que não sabemos!
E no entretanto, como em Portugal, lá temos o PS atrelado a pior que por cá anda!
Em 2011, Henrique Neto foi o convidado de Mário Crespo no Plano Inclinado, programa da Sic-Notícias. Nesse programa, Henrique Neto falou muito criticamente da influência que a maçonaria tem no PS. Na semana seguinte já não ouve emissão do Plano Inclinado: o programa fora "suspenso para ponderação". No universo de Harry Potter, havia "aquele-cujo-nome-não-deve-ser-pronunciado". Para António José Teixeira, na altura director de programas da Sic-Notícias e eterno satélite do poder socialista, há "organizações fraternas" cujo nome também não deve ser pronunciado.
De Anónimo a 05.08.2020 às 09:14
João Sousa, nem mais. E uma influência muito maior e muito mais perniciosa do que nós julgamos, pobres ignorantes profanos. Pretendem um Homem Novo? Novinho em folha? Uma outra "civilização", não a que tínhamos. Pois o seu esboço ou projecto (como queiram) está aí, bem à vista para quem queira "ver". Já foi demolido o "Trono" e ao "Altar" já só falta um bocadinho. O resto vem por acréscimo... em grande, mas de joelhos diante de um outro "altar".
Segui sempre esse programa de que fala e todos nós constatámos como se cumpririam as profecias feitas por Medina Carreira. Não faltaram avisos sábios alertando (para quem quis ouvir) daquilo que se estava a passar com a governação da altura e do desastre que se seguiria em consequência. Estava mesmo à frente do nariz que iríamos bater estrondosamente no fundo e em cheio, mas como sempre... ninguém fez caso. Como a Cassandra que também ninguém ouviu.
E cá estamos a pagá-lo até hoje. Mas pior "mesmo" é essa incapacidade que se mantém de grande parte das pessoas não conseguirem relacionar e estabelecer nexos de causalidade. Continuaremos pobres e cada vez mais, mas sobretudo pobres de espírito. E com um problema persistente de iliteracia, acrescento. Porque é aí, principalmente, que reside a relação verdadeira com tudo o resto. Um povo inculto, pouco educado/instruído é pouco atento e pouco dado a exigências com o "resto". E como os fizeram (intencionalmente) dependentes e estão em maioria, é a vontade da maioria que prevalece. E assim "levamos" com governos a quem dá um jeitaço (oh! se dá!) de que tudo, assim, se vá mantendo e perpetuando. Alimentam-se uns aos outros... e estamos nisto, sem solução à vista. Um caso de estudo.
Tudo isto é tão confrangedor e de uma indigência tal, que dói. Refiro-me aos governantes. Que gente é esta? Que nos tem apoucado de forma continuada? E consentido que nós e a nossa História sejamos rebaixados, enxovalhados e o nosso passado insultado? E permitido que um povo seja calcado e tenha de suportar tamanha humilhação?
Onde há quem nos possa _ com um golpe de asa _ valer?
LR
De Anónimo a 05.08.2020 às 15:56
O paradoxo é exatamente o afastamento daqueles que poderiam mudar, para melhor, a classe política. Como podem os potencialmente melhores políticos chegar ao poder?
De Carlos Sousa a 05.08.2020 às 16:41
É tão reconfortante saber que a culpa disto estar mal é sempre dos outros. Ah! Malvado governo, malvada democracia.
Porque é que as maiorias é que têm de prevalecer? Porque é que o meu voto num partido insignificante não tem mais valor?
Vem Dom Sebastião, vem.
De Anónimo a 05.08.2020 às 17:35
Julgo que o D. Sebastião regressaria de bom grado à sua Ilha envolta em nevoeiro, se visse como lhe puseram o país.
De Anónimo a 05.08.2020 às 19:02
Não faça julgamentos precipitados, Carlos Sousa. O que lhe permite dizer ou concluir que eu esbanjo o meu voto em pequenos partidos? Não o faço.
E se está satisfeito com esta nossa democracia, tão peculiar, ainda bem e que lhe faça bom proveito.
Não é uma questão de exigência, mas gostaria de uma Democracia mais consolidada, o que só se atinge com um investimento profundo e sério na Instrução, na Educação, na Cultura, na Ciência. Não tem sido essa a opção feita. Acredito que pessoas mais informadas e eleitores mais atentos ao país, fazem escolhas mais esclarecidas . Não concorda? Sabe, o tal "elevador social" é uma urgência e faria toda a diferença, traria uma grande mudança ao país, de facto. Mas... o que temos é um país muito pobre a quem criaram dependências. Vota-se com os bolsos. Vazios, a maior parte das vezes, infelizmente. Foi isso que eu disse e sublinhei. Agradeço, pois, que não faça interpretações precipitadas ou veja intenções enviesadas nas minhas palavras.
LR
De Carlos Sousa a 05.08.2020 às 21:41
Ó LR,
Eu não estou satisfeito com esta democracia, nem me está a fazer bom proveito.
O que eu acho é que não podemos confundir a estrada da beira com a beira da estrada.
É muito bonito idealizar um país com o tal elevador social, o povo todo ilustrado, os governantes seríssimos, enfim o país das maravilhas.
Mas a realidade infelizmente, é outra. Temos o país que temos, com o povo que temos e com os governantes que temos. E temos de olhar para a maioria como a única forma de garantir uma governação estável para todos.
Fazer eco dos profetas da desgraça obriga o tal “povo inculto” a procurar a solução nos populismos e lá estamos nós a perpetuar o sistema.
Eu não faço interpretações precipitadas, não gosto é de julgamentos baseados apenas na ideologia. Se há culpados são todos da extrema-esquerda à extrema-direita e nós como eleitores também não estamos isentos.
Seja para o bem ou para o mal somos todos responsáveis pela forma como está o país, dizer que os outros fizeram mal e que eu não contribuí em nada, não é uma forma séria de falar sobre a situação do país.
De Anónimo a 06.08.2020 às 09:45
Finalmente! Chegou ao cerne da questâo e parece-me que clama por mudança, ao afirmar:
" estamos a perpetuar o sistema" ; "nós como eleitores também não estamos isentos (de culpas) ".
Contudo, também considero algumas das suas afirmações de um fatalismo muito conformado e sem esperança :
" a realidade infelizmente é outra, temos o país que temos, com o povo que temos e com os governantes que temos" (sic).
Ora eu não vejo nenhuma razão para não podermos mudar e termos:
"o povo todo ilustrado, com governantes seríssimos, enfim, o país das maravilhas"(sic).
Parece-me que aceita com muita resignação a nossa triste realidade como um Destino ou um desígnio contra o qual não se pode lutar. Parece-me ver aí uma desistência de quem já não acredita numa mudança no seu país.
Na minha opinião, acho sempre que podemos contrariar a situação, mudar e melhorar.
Por isso, insisto (para voltar de novo ao mesmo princípio): em nome de uma Democracia melhorada, mais avançada e mais desenvolvida é urgente tornar os cidadãos mais informados e mais instruídos. Não há outra maneira. Essa é a base de tudo e a maior riqueza dum país. Caso contrário, continuaremos como sempre, anquilosados, atrasados, com baixos salários, com baixas qualificações, sem perspectivas, sem futuro e submissos, quietos, mansos e contentinhos na "cauda da Europa". Não aceite isso, considere que cidadãos mais esclarecidos não se deixam manipular facilmente e exigem melhores governos e não os largam, fazendo atentamente o escrutínio sistemático dessa governação. Temos pago muito caro porque a nossa pobre democracia tem-se resumido praticamente ao acto de votar e esgota-se aí. Depois "desliga-se", cada um vai à sua vida e passa-se um cheque em branco ao poder. E tudo por não saberem _ não relacionam? _ que também eles têm um grande poder na mão. Na caneta, mais propriamente.
LR
PS- Acha mesmo que a procura de "uma governação estável" é sinonimo de boa governação? É que nós já tivemos esse grande, enorme exemplo de estabilidade. Parece que durou 48 anos.
De Anónimo a 06.08.2020 às 10:50
Mas não deixe de ler o interessante texto que segue, pois é o melhor exemplo de que um grande investimento em políticas públicas em Educação é o caminho e a prioridade para o nosso país.
https://observador.pt/opiniao/mais-vale-acabar/ (https://observador.pt/opiniao/mais-vale-acabar/)
(da autoria de João Pires da Cruz)
De Carlos Sousa a 06.08.2020 às 11:12
Ó LR,
O que tivemos durante 48 anos não foi uma governação estável, foi uma governação imposta, não confunda.
E também não sou fatalista sou realista.
O que é que ganhamos, como povo, em estar a alimentar utopias?
Não acha que contribuímos melhor para o bem comum, se cada um de nós fizer o seu papel?
E é precisamente o facto de haver cada vez mais gente a não " desligar" depois de votar
que faz com que o sistema tenha a sua progressão. Não é com a rapidez que o LR gostaria, mas é aquela que no actual contexto melhor serve o país.
Olhe para o caso de Espanha, quanto tempo tiveram para formar governo?
Acha que o governo deles é melhor que o nosso? Para não falar do regime...
Ó LR não se foque nas coisas más, pense no que temos de positivo e no que pode fazer para ajudar a melhorar.
De Anónimo a 06.08.2020 às 12:04
Não quero essa progressão, que pressupõe um movimento lento, um arrastar contínuo e sem fim.
Quero acção, eficácia e rapidez para ontem. Mudança.
LR
De Carlos Sousa a 06.08.2020 às 13:25
Bom, sendo assim, só mesmo uma revolução. Vamos embora a isso, e apoio já temos? Quantos são?
De Carlos Sousa a 05.08.2020 às 19:24
Pois, foi por o país estar tão bem que o Sebastião fez o 25 de Abril.
A não ser que você tenha a mesma teoria que o outro quando dizia que o país estava melhor mas as pessoas é que não percebiam.