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Grotesco, diz ele, com razão

por henrique pereira dos santos, em 05.11.25

"Estou convencido de que, quando olharmos retrospectivamente para o momento que vivemos, a saliência que a imigração ganhou no debate público destacar-se-á como sintoma de um processo de desagregação social, cavalgado politicamente. Mas também descobriremos que a fixação com os imigrantes era, afinal, parte de uma ofensiva mais vasta que obedecia a uma sequência previsível: primeiro os imigrantes, depois as minorias e, no fim, as mulheres. No que é também uma história grotesca que se repete."

Não faço ideia do que passou pela cabeça de Pedro Adão e Silva para escrever isto como fim de um texto sobre o que disse Ana Paula Martins na Assembleia da República.

Comecemos pelos factos.

Uma senhora imigrante, legalizada, morreu de complicações associadas à gravidez, depois de ter passado pelo hospital uma vez, a terem mandado para casa e depois o socorro não ter chegado a tempo quando, em casa, a situação se complicou.

É uma situação que poderia acontecer a qualquer mulher, embora menos provável em gravidezes mais bem acompanhadas.

Os serviços tutelados (mas não geridos) pela Ministra deram-lhe informação errada sobre o caso que levaram a Ministra a enquadrar, erradamente, o caso como sendo um exemplo de situações que têm ocorrido relacionadas com obstetrícia, descrevendo um contexto que está muito relacionado com a procura de serviços de saúde por imigrantes, quer os que estando há relativamente pouco tempo em Portugal estão menos integrados e têm mais dificuldade de acesso aos sistemas de saúde, quer os que vêm especificamente a Portugal à procura de uma qualidade de assistência médica que os seus países de origem não lhes garantem.

Aparentemente, não há muita gente interessada em discutir a substância do caso, que tem duas componentes: a primeira, saber exactamente o que aconteceu no caso concreto para ver o que se pode melhorar de maneira a que não se repita ou, pelo menos, se repita menos vezes o conjunto de circunstâncias que resultaram na morte de duas pessoas; a segunda, saber se a caracterização que a Ministra fez é sólida porque, a serem as coisas, de maneira geral, como descrito pela Ministra, está identificado um problema a que é preciso dar atenção.

Pedro Adão e Silva escolhe outro caminho, que explica bem por que razão a esquerda a que pertence Pedro Adão e Silva está em dificuldades.

Por um lado, nega que a imigração, quando atinge proproções relevantes num curto espaço de tempo, seja um fenómeno social com implicações sérias que precisam de atenção e por isso emerge na discussão pública, na sua opinião, é um mero "sintoma de um processo de desagregação social", conceito que nem percebo como seja aplicável ao contexto migratório que existe, e menos ainda percebo que seja usado por um sociólogo.

Por outro, acha que a Ministra da Saúde referir-se a problemas - volto a dizer, que não sei se estão bem ou mal caracterizados - relacionado com a prestação de cuidados de saúde a imigrantes, faz parte de uma "ofensiva" (muito gosta a esquerda desta linguagem) planeada para atacar as minorias e as mulheres, usando os imigrantes como desculpa (muito gostam estes homens de esquerda de tiradas paternalistas, dirigidas a mulheres, sobre os direitos das mulheres).

Grotesco, diz ele, e muito bem, um ministro do governo que mais irresponsavelmente tratou o assunto da imigração vir acusar quem tenta resolver os problemas decorrentes da negligência do governo anterior de fazer parte de uma ofensiva mais vasta que visa os imigrantes (que o governo anterior tratou irresponsavelmente), as minorias e as mulheres.


10 comentários

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De cela.e.sela a 05.11.2025 às 11:32

Os media morreram. O que resta é propaganda. (https://blasfemias.net/2025/11/03/os-media-morreram-o-que-resta-e-propaganda/)

3 Novembro, 2025
Cristina Miranda (https://blasfemias.net/author/cristinamiranda505/)
Seria hipocrisia minha fingir surpresa com o estado actual dos media. A reacção dos grandes órgãos de comunicação social – nacionais e internacionais – aos recentes assassinatos de Irina e Charlie Kirk é apenas a mais recente prova da morte do jornalismo enquanto função informativa. O que resta hoje são estruturas de activismo político disfarçadas de informação, a operar em conluio ideológico e com objectivos que pouco ou nada têm a ver com a busca da verdade.
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De O apartidário a 07.11.2025 às 08:21

O viés ideológico nos média (também na internet obviamente) 


https://imagenssem.blogs.sapo.pt/uma-enciclopedia-digital-que-faz-166809
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De anónimo a 05.11.2025 às 12:35

As motivações do então PM ao abrir -sem adequada métodologia e control- as portas a uma onda de heteregéneos, social e culturalmente imiscíveis imigrantes, poderá ter várias interpretações. Nenhuma delas abonatória. Aparentemente nada que preocupe o, os autores. Tudo improváveis vantagens para os nativos, dúbias regalias para os migantes. 
Já ao tempo os pontenciais resultados negativos de essa política fora frizado por quem conhecia as mais que prováveis negativas consequências. Hoje, e no futuro, serão óbvias. Grotesco.
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De Anónimo a 05.11.2025 às 13:18

E você perde tempo com o que diz o Adão e silva ?!

É que entre ele e a realidade, há um abismo evidente.


É verdade que o mesmo vale para a Ministra. 



Mas no caso dela a dimensão da coisa, é visivelmente menor.


Ele falou, mas se não o tivesse feito  alguém dava pela diferença ?! 








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De JPT a 05.11.2025 às 14:47

Esse sujeito nem reparou que a Ministra da Saúde é uma mulher. Mas, também, nunca reparou que o Sócrates era corrupto...
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De Anonimo a 05.11.2025 às 15:43

Coberto de razão, como habitual
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De Anónimo a 05.11.2025 às 15:49

Saiu-lhes a boca para a verdade, que o nosso sistema de saúde está completamente destruído e tudo pela imigração e pelo turismo de saúde.
A conta sai-nos do bolso sob a forma de pagamento monetário (em impostos elevados) e em serviços prestados que são medíocres ou até inexistentes.
Foi o que eu depreendi do "engano" do governo.
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De Anónimo a 05.11.2025 às 17:08

Reduzindo ao essencial o que disse o Pedrinho temos;


Eu detesto a inundação de Indianos, mas isso é uma ronha porque na verdade o que eu detesto são as minorias. Ele não enumerou, mas declaro já; não posso com gajos que colecionam selos, caixas de fósforos, etc.


Acontece é que também isto é só para camuflar o verdadeiro horror, a saber; o que eu quero na verdade é atingir as mulheres.


O Pedro !! O Pedrinho !!  E se fosses tomar a medicação ?!!
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De O apartidário a 06.11.2025 às 08:01

A insanidade pulhitico-mediático por cá é tal(da qual esse Silva é personagem) que nem consigo comentar, daí que me volte para o outro lado do oceano Atlantico  :
Mientras los medios celebran la “filantropía global”, el Senado de Estados Unidos acaba de abrir una investigación que podría destapar una de las redes de influencia más grandes del mundo.
El senador Chuck Grassley acusa a la Fundación Gates, la Fundación Ford y el Fondo Rockefeller Brothers de financiar directamente organizaciones vinculadas al Partido Comunista Chino a través de donaciones “caritativas”.

Según los reportes, millones de dólares exentos de impuestos habrían ido a universidades estatales chinas y entidades conectadas con la iniciativa “Belt and Road” del régimen de Beijing —proyectos con fuerte peso militar, tecnológico y político.

Estas mismas fundaciones, que promueven la “justicia social” y la “igualdad”, hoy están bajo la lupa por usar el dinero de sus contribuyentes para fortalecer a un sistema que persigue minorías, censura la libertad y desafía abiertamente los valores democráticos.

¿Se trata de filantropía o de una nueva forma de poder global?
En este episodio de América Revelada, analizamos qué hay detrás del dinero “caritativo” que termina en manos del Partido Comunista Chino…
y cómo las grandes fundaciones se convirtieron en una herramienta de influencia ideológica y geopolítica a escala mundial.( canal América Revelada en espanhol)

https://youtu.be/wxDgRownMZA?si=GgUY7L1EeKoY9F-V
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De Anónimo a 06.11.2025 às 13:35

Indigência mental semi-alfabetizada...mas de gravata, para se exibir no esgoto telelvisivo...
Juromenha

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