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A partir do momento que os “partidos do arco do poder” passaram a contar com PCP e Bloco de esquerda, ganhar as eleições, que no passado significava ser o partido mais votado deixou de ter o mesmo sentido: ganha as eleições quem consegue governar.
Estranhei por isso a declaração de Montenegro. Faz algum sentido que se à direita do PS, existirem mais votos, seja o PS a governar, mesmo que seja o partido mais votado?
Basta olhar para a situação em Espanha para dizer: depende. Governar fazendo concessões que não podem ser feitas pode fazer sentido democrático formal, mas são uma perversão absoluta da democracia. Neste sentido, caso exista uma maioria à direita do PS mas, hipoteticamente o Chega faça exigências absurdas, por exemplo a expulsão de ciganos Portugueses, se o PS for o partido mais votado, caberá ao PSD viabilizar a governação socialista em baías predeterminadas de um acordo de regime. Se o PSD for o mais votado, caberá ao PS viabilizar o governo do PSD nos mesmos moldes.
Na realidade as coisas ainda são mais complicadas: e se o PS for o partido mais votado, mas o PSD e a IL, dois partidos que só Pedro Nuno Santos e outros alucinados podem considerar radicais, em conjunto, tiverem mais votos? Parece-me obvio : deveria ser o PS a viabilizar esse governo.
Caso o Chega não faça exigências esdrúxulas, como acredito, nada me parece mais natural, que, se à direita do PS existir uma maioria, essa governe. Porque é pior o Chega do que o PCP ou o Bloco de esquerda?
Certo é que, hoje, depois de Antonio Costa e de 2015, ganhar as eleições, ao contrário de outros tempos, não acaba no dia das eleições, é quem é empossado que as ganhas.
PS : as próximas eleições serão uma inevitavelmente uma disputa entre o PS e partidos de esquerda por um lado, e o PSD e os partidos mais à direita, por outro Seria bom que esse facto fosse assumido por todos.
INSCRITOS: 100% (10.813.246).
VOTARAM: 51,46% (5.564.539).
NULOS: 1,50% (83.721).
BRANCOS: 1,13% (63.103).
ABSTENÇÃO: 48,54% (5.248.707).
399.659 votos (Chega) têm menos legitimidade democrática do que 244.603 (Bloco de Esquerda) ou de 238.920 (PCP)?
Não foi este o resultado das Eleições Legislativas de 2022?
1 – O Chega é alimentado pelo PS para dividir o PSD. O Chega é uma espécie de marca branca, invertida, do PS. Uma espécie de agente infiltrado.
2 – É uma questão matemática. A maior dispersão de votos provoca menos deputados. A concentração de votos permite, com menos % de votos, ter mais deputados.
4 – Isto é a luta política. Uma guerra teatralizada. Através da palavra, da imagem, e da visualidade. As emoções que exibem, de aparente repúdio e asco, escondem a racionalidade da perpetração.
5 – E, na luta política, tal como na adaptação à Natureza, uma das armas mais eficazes do ser-humano é o disfarce, a heteronomidade, o fingimento (usada tanto na poesia ou na literatura, nos comentários, como na economia, na ascensão social, no emprego, ou na guerra).
6 – O PS usa o Chega para que o eleitorado do PSD não se reúna. Finge uma repulsa, que é uma peça teatral a que se poderia dar o nome de «A Farsa do Abominável». O PS não é sincero, é uma armadilha perpetrada.
7 – O A.Costa foi um dos principais autores dessa estratégia. Enquanto a maioria dos outros o imitavam, na sua expressão facial da emoção de repulsa, por seguidismo, ele fazia as contas e usava isso num outro patamar de acção (a Política).
8 – O que mostra que o PSD está carente de uma Liderança a sério.
9 – Analisem-se os números com frieza.
– Por exemplo, os das eleições legislativas de 2022.
– O PS consegue 120 deputados com 2.302.601 votos. O PSD, com 1.539.415 votos, só consegue 77 deputados. Porquê? Porque o Chega, com 399.659 votos, divide o eleitorado tradicional do PSD, e com isso, apenas com 7,38%, consegue 12 deputados.
– Essa divisão está cavada. E não desaparecerá até 10 de março 2024.
– E mesmo com uma aliança com o Chega, os votos serão contados separadamente. Logo, o PSD arrisca-se a não ganhar ao PS enquanto o Chega não diminuir a sua influência, ou o voto-útil não funcione.
ELEIÇÕES.
10 de março em Portugal.
Eleições no Regime Republicano da Dicotomia PS/PSD.
RECUEMOS 115 anos.
Tudo com música de Giacomo Puccini.
E reescrito por L.Illica e G.Giacosa.
Primeiro em 17 de fevereiro de 1904 no Scala de Milão.
Depois, exactamente em 10 de março de 1908. no Teatro de São Carlos em Lisboa.
Tudo antes da República.
A GUEIXA, CANTA:
“Não há nada que se possa aproveitar disto. O que nunca se teve, nunca se poderá perder. Nada realmente importa. Nem mesmo isso. Eu sei que todas as coisas mudam. E o que amamos num momento, passará a estranho e distante. Sim, eu sei. Voltarei às ruas, mudando-me de cidade em cidade. Mas não sei para onde, nem por que vou. Não sei o que é o alto ou o baixo. O que é isto ou aquilo. Se sou ou estou. Simplesmente não sei. Gostaria de poder apaixonar-me novamente. Mas não consigo”.
A GUEIXA, DIZ:
"Com honra morre, quem não mais com honra viver pode".
A GUEIXA, FAZ:
Beija ternamente o seu filho, fruto do amor com o tenente americano que esperou durante tanto tempo, para o ver chegar com outra esposa. (Tal como nós agora com a Justiça). Venda os olhos ao menino, tira a faca do baú, e faz hara-kiri.
É O FIM?
Não, não é. Ainda continuamos na República da Dicotomia PS/PSD.
É apenas música. É a ópera do Impronunciável.
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Não percebi o que tem a história do seu sogro com ...
Boa tarde, Henrique P. SantosTem a certeza que o p...
A ideia de que as decisões do Estado são imunes à ...
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