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Caro Francisco,
Ouvi com muito interesse a sua reacção à notÃcia da morte de Alexandres Soares dos Santos.
Resumindo, o que Francisco tem a dizer sobre o assunto é que Alexandre Soares dos Santos foi um grande empresário da distribuição, embora não tenha as dimensões de inovação de outros grandes empresários da indústria (podia logo ter dito que era simplesmente um merceeiro maior que os outros, escusava de ter dado tantas voltas para dizer o que queria), construiu um império e a dinastia familiar de um dos grandes grupos económicos de Portugal.
Compreendo a contenção, no fundo o Francisco, com razão, reconhece que o percurso de Alexandre Soares dos Santos e o seu não são assim tão diferentes.
Os dois provêem de famÃlias burguesas que nunca tiveram dificuldades económicas que os fizessem sofrer na pele a pobreza, os dois criaram organizações que se foram transformando (no caso do Francisco, o PSR, depois da LCI, até que uma operação de fusão e concentração desembocou na sua insÃgnia de maior sucesso, o Bloco de Esquerda), os dois beneficiaram material e socialmente das organizações que criaram, os dois deixaram à famÃlia uma fonte de rendimentos razoável (no caso do Francisco, a sua filha, paga para fazer trabalho parlamentar, faz trabalho partidário na organização que o Francisco criou, gerando sinergias interessantes, por exemplo, publicando o que o Francisco escreve, como aqui, ou fazendo publicidade a livros que o seu genro, e companheiro da editora do esquerda.net escreveu, por exemplo, aqui, sem que seja necessário fazer qualquer declaração de interesses resultante da proximidade pessoal da editora em relação aos autores que publica), os dois criaram muitos empregos nas organizações em que se empenharam (mesmo não contando com "a senhora que ajuda lá em casa", uma criação de emprego de uma dimensão bem diferente da que Alexandre Soares dos Santos criou "com as senhoras e senhores que ajudam lá no supermercado").
Tem pois razão o Francisco em falar sobre a morte de Alexandre Soares dos Santos da forma desprendida como o fez, em vez de espalhar mentiras como a sua filha resolveu fazer com este post cheio de mentiras e distorções. Já agora, o Francisco, que é de economia, explique lá à Joana, que é a editora, e ao Jorge Costa, que escreveu, que dizer "Da riqueza gerada no negócio da Jerónimo Martins em Portugal, pouco mais do que a parte paga em salários é taxada. Os dividendos volumosos são repartidos pelos acionistas na Holanda, para onde foi deslocalizada a sede social do grupo" é uma rotunda mentira de quem não faz a menor ideia (ou faz, mas finge que não) do que é um "estabelecimento estável" para efeitos de impostos, sendo mais que evidente que todos os impostos, incluindo IRC, das empresas do grupo que são portuguesas, como o Pingo Doce e o Recheio, pagam todos os seus impostos em Portugal.
Peço desculpa por esta divagação, estava eu a dizer que realmente tem razão, na essência, o percurso do Francisco e de Alexandre Soares dos Santos é um percurso normal de pessoas normais.
A única coisa que os distingue é a grandeza do que diz respeito a Alexandre Soares dos Santos, incluindo a grandeza de carácter, e a mesquinha pequenez do que diz respeito a Francisco Louçã, incluindo a pequenez de carácter.
No resto, o percurso parece-me muito semelhante, nisso dou-lhe razão.
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