Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
O boneco acima foi publicado por Paulo Fernandes, com a seguinte legenda: "Há duas Califórnias, uma rica em recursos e conhecimento, com o mais poderoso exército de combate a incêndios do mundo ..., a outra pobre em ambas as coisas mas com muito gado e um mosaico de fogo frequente e pequeno. O mapa mostra bem quem obtém os melhores resultados".
O mesmo Paulo Fernandes deu-me a conhecer um fogo que ele descreveu do seguinte modo: "Foram 1742 ha, 17 de dezembro de 2001 em Góis. Algum vento (20 km/h) mas nada de especial e globalmente perigo meteorológico apenas moderado". Aqui está a fotografia do dito fogo:
E acrescentou informação que me parece de interesse geral: "Em fev-março costumam ocorrer fogos de vento Fohen, como na Califórnia, nas serras de Aveiro, com vento leste. Não é difícil antever que possam ser mais graves com a conjugação certa de vento e secura".
O que se passou na Califórnea (tanto quanto percebi do que fui lendo, se já me custa perceber o fogo em Portugal, menos ainda me sinto à vontade para falar de fogos fora deste cantinho) foi uma conjugação de uma seca prolongada, ventos habituais, mas que desta vez mais fortes e uma lógica de gestão do território que esqueceu as lições do passado sobre o risco de fogo, nomeadamente no que diz respeito à necessidade de preparar as casas para as chuvas de fagulhas que ocorrem nos incêndios deste tipo (muito intensos, com ventos muitos fortes e uma grande quantidade de combustíveis secos disponíveis).
Nestas circunstâncias o combate é practicamente inútil, e o que há a fazer é sair da frente por um caminho seguro, deixando para trás o que tiver de ser.
O facto de isto ter ocorrido no Inverno não é muito relevante, a temperatura não é um factor determinante, sobretudo se comparado com secura e vento, nem um sinal relevante de alterações climáticas (vale a pena ouvir aqui a sensatez de Carlos da Câmara sobre este ponto em concreto).
Falar de alterações climáticas sobre estas matérias, como explica aqui quem sabe, não é muito útil, podendo mesmo ser contraproducente, não porque não estejam a ocorrer alterações climáticas, mas porque para a gestão do fogo é muito mais relevante a gestão de combustíveis e a engenharia das construções que as adaptem para as poucas vezes em que o fogo ocorre em condições extremas porque, tarde ou cedo, isso acontecerá e o combate será pouco mais que inútil.
Fogos de Inverno sempre houve e haverá, a maior parte dos quais, muitíssimos úteis e que devem ser deixados em paz, acompanhados, mas deixados em paz, porque são uma maneira muito barata e eficiente de evitar problemas no Verão.
Mas com combinações de vento e secura que, sendo raras, podem acontecer, a coisa pode ser um problema sério, num Inverno qualquer, se continuarmos neste sonambulismo sobre gestão de combustíveis finos que resulta do abandono das terras marginais e pobres.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
Os democratas nunca lidaram bem com a derrota. Não...
«Dizer que a administração norte americana é anti ...
Trump está a fazer um enorme trabalho, e isso é qu...
Luís, vê se ganhas algum juízo
Há muito que sei da criatura. O que gostava de ver...