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Fernando Araújo e Ana Paula Martins

por henrique pereira dos santos, em 16.11.24

"Luís Montenegro devia há muito ter respondido às mortes do dia 4 de Novembro com a demissão da Ministra.

...

Foi também este Governo que achou boa ideia correr Fernando Araújo ... quando a prudência ... aconselharia a deixá-lo implementar algumas reformas primeiro".

As duas frases são de um artigo de João Miguel Tavares, mas poderiam ser de dezenas de outros do comentariado dominante e que expressam a mesma ideia: a demissão de Ana Paula Martins já deveria ter ocorrido há muito e a demissão de Fernando Araújo foi precipitada.

Não tenho opinião sobre o assunto, mas não posso deixar de reparar que Fernando Araújo é anunciado como manda-chuva do SNS em Setembro de 2022, inicia funções em Novembro de 2022 e demite-se em Abril de 2024, ou seja, esteve em funções praticamente um ano e meio e a única referência que lhe conheço sobre o INEM é um desabafo, posterior à sua demissão, referindo que no Verão falava mais com o INEM que com o filho.

O que fez para resolver os problemas do INEM nesse ano e meio (tal como os outros problemas do SNS), não conheço em pormenor, mas os comentadores devem conhecer bem essa actividade, o que faz com que não tenham dúvidas de que um ano e meio é muito pouco tempo para ter resultados, e o Governo deveria ter deixado o senhor no cargo que vinha a exercer há ano e meio, antes de, algures no tempo, fazer uma avaliação da sua actuação em função de reformas que iria, um dia, aplicar.

Ana Paula Martins toma posse em Abril de 2024 e sete meses depois é inquestionável que deveria ter sido demitida há muito tempo, nomeadamente porque perante uma greve que provoca uma ruptura nos serviços de socorro do país, não ter percebido, com antecedência, que a emergência médica no país iria deixar de funcionar dentro de parâmetros mínimos aceitáveis.

Como não perceberam os sindicatos que convocaram a greve (recuso-me a acreditar que os dirigentes do sindicato convoquem uma greve sabendo que vai ter o efeito que esta teve), os dirigentes do INEM, os jornalistas, os técnicos de emergência médica e todos os outros que não referiram, nunca, que se esperaria que a greve tivesse o efeito que teve, nomeadamente ao ser potenciada por outra greve simultânea convocada por outros sindicatos.

Populismo é isto, e não acrescenta nada à boa gestão do país.


3 comentários

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De Anonimo a 16.11.2024 às 10:59

A Comissão Executiva não tem tutela do Inem, logo pode articular com a instituição,  mas não resolver os seus problemas 
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De Anónimo a 16.11.2024 às 11:02

«...e todos os outros que não referiram, nunca, que se esperaria que a greve tivesse o efeito que teve, nomeadamente ao ser potenciada por outra greve simultânea convocada por outros sindicatos.»
De facto isto é populismo, mas é também desonestidade intelectual.
Ainda sobre o Director Executivo dr. Fernando Araújo, recordo que o cargo foi criado em Outubro de 2022, mas  F.A. entrou em funções só em Janeiro.
O país aguardava expectante que algo mudasse no SNS e depositava todas as esperanças neste novo organismo e nos reconhecidos méritos do seu Director. 
Eis que os meses iam passando, e o país »real», o das pessoas comuns,  não via mudanças nenhumas! E porquê? Porque, como sempre o governo do dr.Costa vivia de propaganda, de anunciar "anúncios"  que raramente se concretizavam e limitou-se mais uma vez "a arrastar os pés", como diria mais tarde o Pedro Nuno Santos. 
Ou seja, ao fim de meses e meses de espera paciente _ e diga-se, bastante embaraçosa para o dr.Fernando Araújo (todos nos recordamos) _  o organismo que era tão urgente e nos ia salvar, praticamente não tinha entrado em funções, não tinha estatutos, nem estava articulado com os serviços e estruturas do SNS. Portanto, formalmente não havia ainda equipa formada. 
Lembremos as notícias de 2023:  


    «Oito meses depois da sua criação e cinco meses depois de entrar em funções, a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) ainda não tem estatutos aa forma de organização interna da Direção Executiva ainda não foi aprovada, apesar de o Governo assumir que a redação, aprovação e publicação dos estatutos era uma das prioridades do organismo aprovados.»

“A elaboração dos estatutos da DE-SNS, tratando-se de um novo instituto, envolve cuidadosa articulação com alterações a introduzir na orgânica de outras instituições do Serviço Nacional de Saúde, o que explica o tempo utilizado no processo”, diz o Governo.

O Governo já terá na sua posse desde o início de fevereiro uma proposta feita pela equipa de Fernando Araújo, que estará ainda a ser analisada.»

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De Anonimo a 16.11.2024 às 12:06

O objectivo n1 do executivo era acabar com as ARS e implementar o modelo ULS. O processo foi concretizado em jan 24. Entre o Governo cair e uma inércia dos serviços,  a coisa foi-se arrastando em termos práticos,  embora em teoria estivesse implementada.
A contratação hospitalar enquanto EPE acaba, integra-se num modelo conjunto com CS. Depois há a questão do modelo de financiamento. 
 Impacto real nas pessoas, no imediato,  será/seria o acesso às urgências hospitalares terem de passar forçosamente pelo CS ou SNS24.

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