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A judicialização das questões políticas parece-me ser, quase sempre, uma má solução.
As declarações de Ventura, e sobretudo as de Pedro Pinto, merecem-me a mais viva repulsa. No entanto, a queixa-crime contra os dirigentes do Chega não me parece adequada, e muito menos inteligente.
O resultado da queixa-crime será um de dois. Ou serão ilibados, e procurarão utilizar essa vitória como "legitimação" das suas posições, ou serão condenados e utilizarão essa condenação, numa estratégia de vitimização, como "prova" de perseguição pelo sistema.
Em termos de teoria de jogos, Ventura "y sus muchachos" foram colocados numa situação win-win, ou seja, ganharão qualquer que seja o resultado. Conforme tem sido público e notório, desde os tempos de Augusto Santos Silva, Ventura tem a agradecer à esquerda muito da sua promoção.
Acresce ainda que, ao optar pela via judicial, acusando o Chega de discurso de ódio esquerda, revela também um certo mau perder ou, pelo menos, o desejo de que as regras se apliquem com geometria variável.
O discurso de ódio tem sido muito do "modus operandi" da esquerda, especialmente daquela mais próxima do Bloco. Lembramo-nos de em manifestações promovidas pelo Bloco, ou às quais este se associou, ver cartazes do tipo "Morte aos proprietários", "Morte aos ricos" ou "Polícia bom é polícia morto". Poderão dizer que não foi o Bloco que fez esses cartazes, no entanto também é claro que não se demarcou deles nem os condenou com a veemência que se impunha.
Dentro desta lógica do "dois pesos, duas medidas" a suprema demostração e ironia é que um dos autores e promotores da queixa-crime por discurso de ódio do Chega, o advogado Garcia Pereira, foi, ele próprio, em 2015, o protagonista de uma das maiores campanhas de discurso de ódio de que há memória na democracia portuguesa.
Sim, em 2015, Garcia Pereira dava a cara num cartaz que apelava à "Morte aos traidores!", pressupondo-se que os traidores seriam aqueles que colocaram Portugal no Euro.
Aquele cartaz representava um nível de ódio, ímpeto sanguinário e violência subjacente muito superior ao discurso do Chega, ainda que este tenha aspectos nos quais não me revejo e que condeno politicamente.
De facto, o rosto de uma das maiores campanhas de ódio pretender liderar uma ação judicial de combate ao "discurso de ódio" mostra bem que há uma esquerda que não se enxerga de todo. A sua arrogância intelectual e autismo político ultrapassam todos limites.
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esse rey é meu...e não gostava dele de início , pa...
Para este tipo de gente, tudo se resume a alteraçõ...
A arma não foi disparada involuntariamente, isso é...
Não Felipe,não é assim que deve funcionar uma demo...
Tomem nota deste video(26 min)no qual a narrativa ...