Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
José Sócrates é dos poucos políticos que acho que vale a pena ouvir, quase sempre (quando não é sobre as minudências dos seu processo judicial e sobre a injustiça que sofre todos os dias, bem entendido), de maneira geral interessa-me muito mais o que fazem os políticos que o que dizem mas, no caso de Sócrates, vale a pena também ouvi-lo.
Por isso fui ouvir a entrevista que deu à CNN um dia destes, uma entrevista muito interessante (apesar das minhas objecções à explícita combinação do âmbito da entrevista, que é uma entorse grave às boas práticas do jornalismo político, apesar de ser uma prática comum).
Com certeza Sócrates continua a ser Sócrates e nada do que diz pode ser tomado pelo seu valor facial, portanto, tudo o que diz respeito a factos, tem de ser confrontado com fontes independentes (por exemplo, é extraordinário que durante o tempo todo que fala sobre investimento público, não tenha surgido uma oportunidade para perguntar se o pedido de ajuda externa não teria resultado dessa opção, mas enfim) e toda a entrevista tem de ser ouvida em função dos seus objectivos políticos que, no caso, passam muito por responsabilizar António Costa pelo estado actual do PS.
Reconhecido o contexto, é uma entrevista notável, digo eu, que desde o tempo em que era conhecido como o "Zé das sobras", por Elisa Ferreira o ter como Secretário de Estado Adjunto e segunda figura formal do ministério, dentro daquilo que eram as regras do primeiro governo de Guterres, um governo de coligação PS/ Independentes que tinha como figura tutelar Jorge Coelho, mas não lhe ter entregado nenhuma das competências mais relevantes do ministério, sou um feroz e consistente crítico dos métodos políticos de Sócrates.
A corrupção é uma questão que deixo para os tribunais, embora me pareça o resultado lógico das opções de gestão política de Sócrates, aquilo que desde esse longínquo anos de 1996 me separa de Sócrates são mesmo as suas opções políticas e de gestão.
Isto dito, é evidente que Sócrates, como político, está muito, muito acima da generalidade dos políticos seus contemporâneos, sobretudo no Partido Socialista (em grande parte, porque ninguém será capaz de, justamente, o acusar de cobardia política, como ele não se cansa de lembrar aos outros que é aquilo que os caracteriza), tendo cometido o grande erro de subestimar Passos Coelho, um político do mesmo nível de coragem política, com a vantagem de ser um tipo decente.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
São bons argumentos, embora a base de que partem n...
"Muito rapidamente: Ventura tem razão. Muitíssima ...
Para lerhttps://thehill.com/opinion/healthcare/529...
O abstracto é a base da ideologia, mas quando algo...
> reconhecia que se tinha enganado"Impossibiru!...