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Tendo o primeiro-ministro posto as contas em ordem sobre os arremessos de lama, parece que as dúvidas que restam no largo do Rato e entre os lacaios do Rato mais azedos nas redacções são estas: que Pedro Passos Coelho demorou muito a esclarecer, e que se «escondeu atrás das instituições».
Três observações sobre isto:
1ª. Os que falam de demora continuam a cair no erro de desvalorizar a extrema frieza do PM; pessoalmente, prefiro esta frieza às reacções destemperadas e ordinárias do PM de péssima memória; neste ambiente de esgoto, anda muita gente esquecida do que é a normalidade democrática.
2ª. Os que acusam o PM de esconder-se atrás das instituições parecem ter esquecido paixões bem recentes pela Constituição; pessoalmente, julgo que ganhamos em sanidade ambiental e clareza política com o «normal funcionamento das instituições», ou, no caso, quando são as instituições, a AR e a PGR, a esclarecer ou desmentir aquilo que ninguém, nem o próprio visado, poderia esclarecer ou desmentir com tanta prova, imparcialidade e certeza.
E 3ª. observação, dirigida aos ingénuos: quem julga que um desmentido ou um esclarecimento de Passos Coelho no princípio da semana teria resolvido alguma coisa mostra surpreendente inocência e demonstra acreditar em fadas, nomeadamente: a) que as acusações não têm qualquer relação política ou cronológica com o facto de dois protagonistas queridos das governações socialistas terem acabado de ser condenados em tribunal por corrupção e má gestão de dinheiros públicos; b) que as acusações e suspeitas publicadas por televisões e jornais resultam de trabalho jornalístico e não de trabalho político e serventuário; c) que os pseudo-jornalistas e serventuários se contentariam ou calariam (ou sequer ouviriam) algum esclarecimento ou desmentido vindo do próprio alvo das suas campanhas.
Ora a candura e a inocência e a ingenuidade são coisas muito calorosas, mas não exageremos.
E insisto: tendo o PM prometido tirar «todas as conclusões e consequências» dos acontecimentos desta semana, que «conclusões e consequências» tira para os promotores e alimentadores da campanha política e difamatória e para a benevolência de que gozam?
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Porque é que você pode "concluir" e os outros não?