por João Távora, em 29.10.20
Aqui chegados, com os hospitais a rebentar pelas costuras,
fartos de regras contraditórias e absurdas, oprimidos com a possibilidade de inadvertidamente sermos agentes transmissores do vírus, fica claro que a única coisa válida que o governo poderia ter feito para nosso bem, teria sido durante a bonança do Verão, a preparação de uma sólida rede médica e hospitalar reforçada com planos de contingência para o País enfrentar com os mínimos de eficiência a estação das doenças respiratórias e obviamente para acorrer às outras que são ainda mais letais que o Coronavírus. Em vez disso andaram entretidos à caça de gambozinos, à cata dos assintomáticos com que durante meses se alimentaram os relatórios da DGS e as parangonas dos jornais. Isso agora já não interessa nada. Antes como agora, incapazes de assumir a sua incompetência, o que lhes interessa é a gestão do ruído com base no medo que pressentem da rua e que os telejornais se encarregarão de ampliar.
Para sábado anunciam-se mais medidas. Obviamente espera-se o pior, que o governo tem de fazer de conta que nos protege. Apesar de sermos todos uns ingratos irresponsáveis e libertários, em democracia somos eleitores.