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Coronavírus hoje em Portugal – 5.962 casos, 119 vítimas mortais
O mais difícil destas rotinas informes é a falta dos rituais inerentes a cada um dos dias, coisa que transforma a semana num amálgama de tempo indistinto, para além do dia e da noite. As idas ao escritório durante a semana, os dias de ginásio, os jantares com os amigos ou idas ao futebol, as reuniões profissionais ou políticas, as datas festivas e celebrações religiosas conferem uma plasticidade ao calendário que faz mais falta do que poderíamos pensar. Cá por casa a passagem do tempo é marcada pelas refeições, mais o almoço servido à mesa com alguma formalidade e empenho culinário, e pela recitação do terço ao fim da tarde. Para minha sanidade mental nos últimos tempos tenho assistido no máximo a uma hora diária de notícias na televisão. A parte que mais tenho gostado são as vistas aéreas da minha cidade semi-deserta. Para não desgastar com demasiadas exigências a salubridade mental da nossa pequena comunidade familiar os jantares são volantes, com relativa flexibilidade de horário. Nesse sentido ao domingo ninguém é obrigado a tarefas da escola ou laborais, os computadores preferem-se desconectados e eu não fui fazer a minha corrida matinal. Este dia também é marcado pela carência da missa dominical comunitária, e o facto de hoje não poder cumprir a visita semanal à minha mãe que sofre de um severo enfisema pulmonar causa-me alguma amargura – toda a gente sabe que a solidão também mata, quase tanto quanto a pobreza com que muitos se confrontarão nos próximos temos. Em compensação, a minha mãe com quem tenho falado todos os dias por telefone, parece estar a levar esta crise com algum fair play. Fumadora inveterada durante quase toda a vida, está habituada a respirar pouco.
Hoje foi dia de reabastecimento no supermercado, que me pareceu adaptado à crise, bem apetrechado com produtos frescos em todas as secções. A propósito: aqueles vídeos a ilustrar os comentadores de economia dos noticiários a falar da severa crise financeira a que estamos condenados com máquinas de contar notas de 50 e 100 euros em loop são só para nos enervar, não são? Na Suécia, que como sabemos são uns bárbaros, estão a enfrentar a epidemia de forma diferente da nossa, a vida prossegue com muito mais normalidade que aqui. Espero que sejam eles os enganados.
Voltando à irritação de António Costa com os holandeses na sexta-feira: é curioso notar que nem os enormes movimentos migratórios das últimas décadas mudaram velhos preconceitos e rivalidades nacionais. É disso que são feitas as nações e não é obrigatoriamente mau.
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