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Um amigo chamou-me a atenção para uma sessão que a Ordem dos Biólogos ia fazer sobre áreas protegidas, na Assembleia da República.
Pode ser vista aqui.
A sessão é o que é (um conjunto de intervenções mais ou menos de prever, conhecendo os autores, repetindo os clichés sobre a matéria que alimentam discussões eternas sobre áreas protegidas, com uma ou outra excepção, nomeadamente por parte de Miguel Araújo), mais um conjunto de intervenções de deputados (e assessores) deprimentes (as intervenções, não os deputados), como seria de esperar num país em que quase não existe pensamento estratégico sobre gestão da conservação da natureza e da paisagem, com respostas de uma assistência que essencialmente dava voz à vitimização em que se viciou a tecnoestrutura do ICNF.
O que é verdadeiramente relevante na sessão?
Os ausentes.
Para mim, pessoalmente, desgosta-me profundamente que a Iniciativa Liberal não tenha tido tempo, disponibilidade ou interesse em encontrar alguém, dentro ou fora do partido, para lá estar. Mas enfim, isto é o que é.
O mais relevante não é essa ausência, essa é apenas um incómodo pessoal.
O mais relevante é que sendo uma sessão da elite da conservação em Portugal, a Ordem dos Biólogos (em que se misturam cargos corporativos com funções passadas de direcção no ICNF e afins), com a participação de deputados, autarcas, dirigentes antigos e actuais do ICNF, técnicos do ICNF, ONGs do ambiente, não tenha havido espaço para quem realmente faz gestão do território: agricultores, pastores, produtores florestais, gestores de baldios, propietários, caçadores, empresas de retalho e ligadas ao consumo de produtos provenientes do sector primário, produtores de azeite, de vinho, de abacate, de amêndoa, etc., etc., etc..
Não me espanta pois a minha sensação de que, de um lado e de outro dos intervenientes, me ficasse quase sempre a sensação de que estavam a discutir o sexo dos anjos, porque os que realmente tomam decisões sobre a gestão do território, aos olhos destas elites, são inúteis na discussão das políticas que lhes dizem respeito.
As elites, em Portugal, não precisam de pôr os pés na terra para tratarem das suas vidinhas, e isso nota-se nestas alturas.
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