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Uma boa parte das políticas de sustentabilidade que conheço partem do princípio de que o fundamental é dar cabo do capitalismo (um dos gurus mais vocais dessa tese é João Camargo, que vale a pena ouvir para ter a certeza sobre o que não fazer).
Aqui vão três exemplos de que talvez o problema não seja capitalismo a mais, mas literacia económica a menos.
No século XIX, um trabalhador em Lisboa gastaria cerca de 70% do seu rendimento em comida, dos quais 30% em pão. Hoje gastamos cerca de 16 a 17% do nosso rendimento em comida, o que inclui os cerca de 30% de desperdício alimentar que ocorre nas nossas casas - coisas que compramos e deixamos estragar, restos que não comemos, partes dos alimentos que são usáveis e comestíveis e deitamos fora, etc..
Se quisermos reduzir o desperdício alimentar, temos duas opções:
1) esperar (de preferência sentada, por causa das varizes) que toda a gente tenha a consciência do desperdício alimentar que geramos, por isso tenha a vontade de o diminuir e, depois, ainda tenha o tempo e a sabedoria para estar no supermercado e na cozinha o tempo suficiente para optimizar o uso de alimentos, gastando uma hora de trabalho para reduzir em 30% uma despesa que representa 17% do rendimento que se poderia obter gastando essa hora de trabalho a aumentar os rendimentos;
2) optimizar a eficiência da economia de produção, logística, conservação e preparação de alimentos, diminuindo desperdícios e aumentando a competitividade e o valor da nossa actividade económica.
Boa sorte para os que apostam todas as fichas na primeira hipótese, mesmo sabendo que quanto mais conseguirmos resultados na primeira hipótese mais facilmente obtemos resultados na segunda.
Os segundos e terceiros exemplos tomam-me menos tempo por estarem escritos em dois artigos de hoje do Observador.
"Durante alguns anos temos assistido à resistência dos moradores de Lisboa ao dito alojamento local o que é, no mínimo, irracional. Se os ditos moradores colocarem as suas casas numa plataforma de alojamento de curta duração e forem viver para junto da praia, não só é financeiramente proveitoso, como a sua qualidade de vida crescerá em muito se o seu local de trabalho também se deslocar."
Quem quiser aprender mais sobre isto, é ir ler o João Pires da Cruz.
"Do abandono, a que muito do nosso espaço florestal está votado, o fogo não é uma causa, mas sim um sintoma, uma consequência. Não estamos a pagar a pronto um padrão aceitável de fogo. Acabamos por pagar, a prazo e com juros, uma elevada factura (em vigilância, em meios aéreos, em reconstruções, em falências, em cheias, em poluição, etc.) que não apaga a dimensão trágica deste fenómeno recorrente, e que afecta tudo e todos: mortes, paisagens horríveis, perda de valor, bens destruídos, animais mortos, etc, etc… É desta forma dolorosa que queremos pagar a conta do fogo?"
Quem quiser aprender mais sobre isto, é ir ler o João Adrião.
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