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E mudemos de assunto

por henrique pereira dos santos, em 09.02.25

"Há um malfeitor chamado Nethanyau que considera que matar dezenas de milhares de mulheres e crianças é um mal menor para exterminar quem assassinou israelitas. Justiça? Nada disso!Na mortandade não quer jornalistas, nem poupa escolas ou hospitais ou sequer ajuda humanitária. É a lei da tábua rasa. E basta ser palestiniano para ser criminoso.
Agora, milhares de prédios destruídos , mais de 50.000 mortos, crianças traumatizadas para a vida, não é que Gaza é inviável? Ups, que surpresa! A culpa, claro, só pode ser do Hamas, eleito pelos palestinianos de Gaza. Hamas é uma força política, não me refiro às forças armadas, nem defendo o que fizeram e ainda estou para perceber como foi possível.
Levar Nethanyau ao Tribunal Internacional e os raptores dos israelitas? Que nada! O melhor mesmo é acabar com os palestinianos. Leva-los de vez para fora da sua terra e fazer negócio imobiliário. Viva Grande Israel que de anexação em anexação atinge a vitória final. E enquanto prepara o resort para a Trump Tower em Gaza vai infernizando a Cisjordânia…
Resoluções da ONU? Acordo de Camp David? Tudo deitado para o lixo por Israel. Como pode a Palestina e os árabes em geral ter esperança?".

Depois de muita insistência minha, lá apareceu a argumentação, seguindo a cartilha habitual descrita por Jorge de Sena: "este heroísmo, este horror, foi uma coisa, entre mil, acontecida em Espanha há mais de um século e que por violenta e injusta ofendeu o coração de um pintor chamado Goya, que tinha um coração muito grande, cheio de fúria e de amor".

O que me interessa assinalar sobre este assunto, pleno de gente de coração muito grande, cheio de fúria e de amor, que se ofende com qualquer coisa entre mil acontecida em Gaza, por violenta e injusta, é que o quotidiano dos dois milhões de reféns que o Hamas mantém em Gaza, não entram nessa argumentação.

A vida concreta destes dois milhões de reféns que o Hamas mantém e tenciona manter em Gaza não diz nada a estes corações muito grandes, cheios de fúria e amor.

A ideia que às mães de Gaza não se aplica o que Sting escreveu sobre as mães russas, no tempo da guerra fria, é uma ideia largamente expandida, por mais estúpida que seja, como é: "There is no monopoly on common sense/ On either side of the political fence/ We share the same biology, regardless of ideology/ Believe me when I say to you/ I hope the Russians love their children too".

O erro histórico das potências coloniais e da comunidade internacional confundindo os grupos detentores de armas com o seu povo levando, por isso, à entrega do poder absoluto a esses grupos, pensando que o devolviam aos povos colonizados, é um erro que temos dificuldade em corrigir, e continuamos a insistir nele, por exemplo, no Médio Oriente, onde a ONU tem mais resoluções contra o único país em que o poder muda sem ser pela força das armas que contra todos os outros em que o poder assenta no poder das armas, isto é, não é removível sem ser pela força.

E as vítimas, como sempre, são os mais pobres e frágeis, no caso, os dois milhões de reféns que o Hamas mantém em Gaza, a quem não reconhecemos a dignidade mínima para exigir que, os que quiserem, devem ter o direito de ir tratar da sua vida e dos seus filhos noutro lado qualquer.

Dois milhões esses que estão totalmente ausentes das preocupações de grande parte desses grandes corações cheios de fúria e amor, como se demonstra pela citação inicial.


28 comentários

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De Albino Manuel a 09.02.2025 às 10:26

Nem li. É um caso de psiquiatria. Chama-se a isto envergonhar a família. 
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De henrique pereira dos santos a 09.02.2025 às 10:42

Estamos de acordo, também acho que comentar sem ler é um caso de psiquiatria
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De Anónimo a 09.02.2025 às 10:58

Mas alguém nos países ricos hoje em dia está interessado em permitir que os habitantes dos países pobres possam ir tratar da sua vida, e da dos seus filhos, noutro local qualquer?
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De José Quitério a 09.02.2025 às 11:10

Ao contrário do que repetidamente afirma ainda não vi ninguém a defender a proibição de os de Gaza sairem de Gaza quando quiserem.
Mas, é apenas absurdo inistir em que a solução está na emigração voluntária.
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De henrique pereira dos santos a 09.02.2025 às 15:36

Repetidamente afirmo? Não me lembro de ter dito isso em lado nenhum, em qualquer caso, essa é a situação actual, independentemente de haver quem a defenda ou não
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De Anonimo a 10.02.2025 às 21:09

Bem lembrado 
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De Anonimo a 11.02.2025 às 07:15

Tem razão,  hps
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De Anónimo a 09.02.2025 às 12:58

Bueno, como diria (dirá ) um espanhol  ao ver a sórdida "mise - en - scéne" da libertação de reféns, "Israel se quedó corto"...
Juromenha
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De César a 09.02.2025 às 14:10

Doi-lhe os parabéns por ainda perder tempo com indigentes mentais. Gente de muito sentimentalismo sem compromisso, ignorantes da História e iguaizinhos ao senhor de bigoge, se tivessem coragem e circunstância. 
Nunca os vejo preocupados com as vítimas do islão, com os milhares de moryos na Síria, em Cuba, com as cqrnificinas pedagogicas inspiradas em Marx. São apenas antissemitas primários, agora recauchutados em "anti sionistas". Nem eles sabem o que é sionismo e muito menos que a autodeterminação dos povos também engloba os judeus. E, já agora, os curdos sobre os quais não gastam uma úbica palavrinha nem lhes dá para o sentimento.
O desejo secreto deles é mais Auschwitz, Majdanek e afins. São é cobardes para admitir isso.
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De lucklucky a 12.02.2025 às 01:31

Precisamente.
Não são sentimentalistas se o fossem queriam os Hamas todos mortos por não fazerem o mesmo que fazem os Governos Israelitas aos seus civis. Protegendo-os.


Mas a culpa maior disto tudo é dos que ajem como porta-vozes do Hamas: os jornalistas.


Os jornalistas ajudaram a criar uma tactica militar sem precedente na história: um grupo que ganha mais quantos mais mortos tiver.


È como se o Estado Novo ganhasse com quantos mais mortos tivesse nas guerras coloniais.
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De Anonimo com penas a 09.02.2025 às 17:43

Subscrevo a opinião factual do hps
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De aleit a 09.02.2025 às 19:55

Só me custa a perceber como querem "transformar"  aquele "campo de futebol" num país "independente". Afinal vivem de dádivas, sobretudo da ONU(!?), não há notícia de que tenham qualquer atividade económica capaz de satisfazer as suas necessidades. Querem continuar, como "independentes", a viver das esmolas internacionais?

Sendo que o "Club Israelita" já é constituído por mais de 20% de Palestinianos e mais uns quantos Árabes... espertos; porque esta malta não decide associar-se ao Club?

Teriam muitas mais oportunidades do que aquelas que os políticos do Hamas lhes darão!

As Independências são sempre relativas, quer queiramos quer não!
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De Anónimo a 10.02.2025 às 09:38


não há notícia de que tenham qualquer atividade económica capaz de satisfazer as suas necessidades


Havia agricultura e pescas na faixa de Gaza.
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De Anonimo a 10.02.2025 às 13:03

E pecuária, comércio e actividade industrial 
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De anónimo a 10.02.2025 às 19:17


Então porque precisavam de tanta ajuda externa, financeira, alimentar, hospitalar ... e até ensino?. 
Não vale a pena tentar branquear a conivente, ingénua, dependente, população de Gaza, muito menos os cobardes guerreios do Hamaz debaixo das saias da população civil. Mártires, heróis ?. Votaram, escolheram. 
Nem vale a pena tentar branquear a ONU que com as suas, em coro, votadas decisões, e doentios interesses, apaparicou aquela dependência durante meio-século!.
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De Anonimo a 11.02.2025 às 10:15

Há que concordar.
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De lucklucky a 12.02.2025 às 01:38


A ONU tinha um Club de Praia privado em Gaza. Coisas que não aparecem nos jornais.
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De Anonimo a 12.02.2025 às 19:41

Felizmente sabe-se
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De António Luiz Pacheco a 09.02.2025 às 21:04

"O erro histórico das potências coloniais e da comunidade internacional confundindo os grupos detentores de armas com o seu povo levando, por isso, à entrega do poder absoluto a esses grupos, pensando que o devolviam aos povos colonizados, é um erro que temos dificuldade em corrigir, e continuamos a insistir nele" 


Destaco o que diz, e, concordo plenamente.  
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De Anonimo a 11.02.2025 às 10:46

Concordo com a concordância 
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De Anonimo a 11.02.2025 às 14:27

Discordo plenamente
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De Anonimo a 09.02.2025 às 22:22

Um texto que toca os os pontos essenciais. Infelizmente há um culpado, um grupo terrorista, que o Ocidente e media teimam em desculpar, proferindo responsabilizar Israel e agora Trump, que mal chegou, e cujo pecado foi pensar fora da caixa.
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De Anonimo a 10.02.2025 às 07:11

Aproveito para concordar com o texto.
Fiz um comentário mais longo a explicar as razões,  mas não passou...

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