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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos». Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei». Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente». Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!». Disse-lhe Jesus: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto». Muitos outros milagres fez Jesus na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome.
Palavra da salvação.
Para se pensar:
Também se lê que o tórax de Jesus foi perfurado pela lança de um soldado romano para confirmar a morte. Em lado algum se escreveu de que lado foi perfurado.
Os crucificados nunca estavam muito acima do solo. Quase de certeza, a acção do soldado foi executada no lado esquerdo do tórax — excepto se ele fosse canhoto (uma raridade humana e na tropa). E o soldado, por ofício, devia saber de que lado estava o órgão vital — o coração.
A saída de água e de sangue após a perfuração do tórax de Jesus têm uma tranquila explicação. Em situações pré-morte (e após inúmeras sevícias, como foi o caso) inicia-se o que, agora, chamamos de falência multi-órgão. Aparece insuficiência cardíaca direita com a formação de derrames no pericárdio e nas pleuras. Perfurar o tórax esquerdo faria sair líquido (vindo do pericárdio e/ou da pleura) e sangue (vindo do coração).
As lanças romanas (dardos) eram usadas em combate; não é lógico que aqueles soldados — estando de vigilância a mais uns miseráveis condenados — as tivessem. As lanças tinham uma ponta de metal, perfurante até de armaduras, com uns 9,5 cm de comprimento e 1,0 cm de largura.
Esta ponta estava ligada a uma haste de metal, mas menos resistente (de 60 por 0,7 cm) maleável e que se dobrava após o impacto, tornando impossível retirar a ponta, ou voltar a usar a arma. Dadas as suas dimensões, é improvável que tivesse feito uma ferida larga. As palavras de Jesus a Tomé “Chega aqui o teu dedo e vê as minhas mãos. Estende a tua mão e mete-a no meu lado”, indicam que a ferida era larga.
Esta ponta estava ligada a uma haste de metal, mas menos resistente (de 60 por 0,7 cm) maleável e que se dobrava após o impacto, tornando impossível retirar a ponta, ou voltar a usar a arma. Dadas as suas dimensões, é improvável que tivesse feito uma ferida larga. As palavras de Jesus a Tomé “Chega aqui o teu dedo e vê as minhas mãos. Estende a tua mão e mete-a no meu lado”, indicam que a ferida era larga.
As espadas eram norma no armamento diário de todos os soldados romanos. Mediam 60 a 80 cm de comprimento e eram largas — uns 5 a 7 cm, o que equivale a “uma mão travessa”. Perfurar com uma espada, deveria provocar a ferida torácica aonde “cabia uma mão”. Se foi assim, o golpe foi dado “de baixo para cima”, por um soldado em pé que, com a arma, poderia chegar ao tórax de Jesus.
Muitas representações do cadáver de Jesus na cruz, mostram uma ferida larga na base do tórax direito. Rembrandt Van Rijn representou tal larga ferida na base do tórax esquerdo. Luke Cranache, pintor famoso, cuja tela da crucificação está em Augsburg, não pintou ferida alguma em qualquer dos lados. Quando inquirido sobre a razão disto, disse: Fá-lo-ei quando for informado qual o lado perfurado.
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