Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]




Dissonância

por henrique pereira dos santos, em 28.02.24

Passos Coelho fez um discurso de campanha num comício, um bom discurso, no qual disse várias coisas, entre elas, o mesmo que Mariana Mortágua tinha dito no debate com Ventura: nem uma imigração sem regras, nem oposição à imigração.

A forma como o disse foi diferente, mas o essencial do que disse sobre imigração é isto: precisamos de olhar para a política de imigração antes que arranjemos um problema mais sério.

Porque falou em insegurança no mesmo passo que falou em imigração, caiu o Carmo e a Trindade, na bolha mediática (o resto do mundo continuou tranquilamente a fazer a sua vida).

Para mim, e estou convencido de que será o mesmo para quase toda a gente, está simplesmente a referir-se a um problema mais que conhecido: quando os imigrantes não se integram (por responsabilidade sua ou de quem os recebe, é irrelevante para o diagnóstico, não sendo irrelevante para as medidas a adoptar), o risco de guetização é grande e o risco de conflitualidade entre diferentes grupos sociais é potenciado.

Parece que para a bolha mediática e os partidos situacionistas (no sentido em que são avessos a qualquer mudança do que existe, não são contra a mudança em si, são contra a mudança em mim, como se costuma dizer) desataram aos gritos, chamando nomes a Passos Coelho (coisa a que com certeza está habituado) e logo os comentadores vieram falar do fantasma de Passos Coelho ser um grande problema para a campanha da AD (Passos Coelho ganhou as eleições contra António Costa em 2015, mas isso não impede uma quantidade de gente enorme de achar que é um activo eleitoral tóxico).

O mais interessante é que, fora dessa pequena bolha, provavelmente toda a gente percebeu perfeitamente o discurso, toda a gente achou normal, uns concordando, outros discordando, e só essa pequena bolha mediática é que acha que a resposta política eficaz ao discurso consiste em agitar o fantasma do Chega e da extrema-direita, convencidos que estão de que alguém está convencido de que Chega tem umas SA (como os mais novos já nem devem saber, SA era as milícias para militares do partido Nazi) escondidas em algum lado.

Veremos no dia 10 (como vimos em 2015) se essa bolha mediática que está convencida de que Passos Coelho é uma activo eleitoral tóxico tem razão ou não, a mim, a sensação que me deu é que se perguntarem à esmagadora maioria das pessoas o que é que eles disseram, a resposta será a clássica: "nada, só falaram".


12 comentários

Sem imagem de perfil

De Anónimo a 29.02.2024 às 10:26

Por mim foi uma enorme satisfação e só tenho a agradecer o regresso de Passos Coelho, ainda que por breves momentos. 
chilique que deu a muita gente _ à esquerda_  é um grande sinal do seu  desespero e da sua insegurança. Sabem que o Pedro Nuno Santos perde com a comparação. PNS é um flop, não tem discurso e presumo que já deve ser um embaraço para os próprios socialistas. Descobriram que não terá futuro e tem uma mochila carregada de asneiras às costas. 
Tanto ele como outros seus camaradas de governo foram os Mestres da Bagunça.   Não ficou pedra sobre pedra com a passagem destes "señoritos" pelo governo.   Nem vale a pena enumerar a razia que esta espécie de marabunta fez aos sectores públicos da competência dum Estado (dito!) Social.   Além da descredibilização total das Instituições que estão hoje de rastos.   Não devemos nem podemos esquecer o que se passou na Tap, e na Comissão de Inquérito, nem as cenas degradantes de pancadaria que se passaram no "Ministério-Galamba", uma gentalha sem qualquer sentido de Estado, que acabou em perseguições com o SIS a bater à porta dum cidadão para o intimidar, nem esqueçamos aquela situação caricata duma oferta de uma ida a um campeonato de football aos médicos para premiar o seu esforço;  nem do escândalos de abandono dos Lares de idosos durante a pandemia, etc.etc. Cada um tem na memória o que se passou com os vários "casos" de duvidosa honestidade!

Evidentemente que por tudo isso receiam o Passos Coelho porque é uma diferença do Dia para a Noite e será sempre um grande activo não só para a direita como para uma grande parte  do país  que tem memória e sabe bem em que partido votou e quem  queria que governasse de novo o país em 2015.
 
Como a esquerda insiste em ter um discurso virado constantemente para o passado, então vamos a issoPassos Coelho teve mais votos que o PS de António Costa. Não há volta a dar a isto. É um ferrete que marcou para sempre a esquerda e sobretudo os socialistas. Vai doer-lhes para sempre que os seus resultados de 2015 tenham sido um desaire humilhante e a sua "vitória" não ter sido limpa, mas uma fabricação cínica, fruto de uma conspiração da esquerda. 
O que sucedeu foi um  plano B  desesperado, como "a" única saída para o revés eleitoral do PS. Tudo engendrado como um Deus ex-maquina que sacaram à última hora, um subterfúgio mirabolante para salvarem "miraculosamente" o Costa da derrota. Assim o fizeram à má fila, nas costas do eleitorado, logo à traição. É bom repeti-lo sempre. 


 Passos Coelho tem, pois, o talento de os transtornar, o que se compreende... «é uma dor que desatina».  Não lhes deve ser nada fácil olharem nos olhos aquele que lhes infligiu uma derrota inesperada!  A grandeza inspira sempre Inveja e Despeito aos que têm consciência da sua própria inferioridade.
 
O recente aparecimento de um Passos Coelho sem traumas, nada agastado, cheio de segurança, bem "amadurado" e com um discurso fluente, reflectido e bem estruturado, veio lembrar, de novo, às hostes esquerdistas  "o tal"  facto de 2015 que nunca lhe perdoarão! 


Mas Passos Coelho trouxe ainda outra coisa (muito mais importante) e de que andávamos arredados há quase 9 anos:  veio lembrar-nos o que distingue um Estadista dum trampolineiro, como o que nos calhou na rifa nestes últimos anos

Comentar post



Corta-fitas

Inaugurações, implosões, panegíricos e vitupérios.

Contacte-nos: bloguecortafitas(arroba)gmail.com



Notícias

A Batalha
D. Notícias
D. Económico
Expresso
iOnline
J. Negócios
TVI24
JornalEconómico
Global
Público
SIC-Notícias
TSF
Observador

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Comentários recentes

  • Anónimo

    O projecto 2025 está em andamento, e em breve dar...

  • Anónimo

    Também

  • lucklucky

    E os qu têm propriedades no concelho mas não o hab...

  • lucklucky

    "fez a apologética da paz"Não fez nada. Fez a defe...

  • anónimo

    Sim, nos últimos tempos representaram o divino, pa...


Links

Muito nossos

  •  
  • Outros blogs

  •  
  •  
  • Links úteis


    Arquivo

    1. 2025
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    14. 2024
    15. J
    16. F
    17. M
    18. A
    19. M
    20. J
    21. J
    22. A
    23. S
    24. O
    25. N
    26. D
    27. 2023
    28. J
    29. F
    30. M
    31. A
    32. M
    33. J
    34. J
    35. A
    36. S
    37. O
    38. N
    39. D
    40. 2022
    41. J
    42. F
    43. M
    44. A
    45. M
    46. J
    47. J
    48. A
    49. S
    50. O
    51. N
    52. D
    53. 2021
    54. J
    55. F
    56. M
    57. A
    58. M
    59. J
    60. J
    61. A
    62. S
    63. O
    64. N
    65. D
    66. 2020
    67. J
    68. F
    69. M
    70. A
    71. M
    72. J
    73. J
    74. A
    75. S
    76. O
    77. N
    78. D
    79. 2019
    80. J
    81. F
    82. M
    83. A
    84. M
    85. J
    86. J
    87. A
    88. S
    89. O
    90. N
    91. D
    92. 2018
    93. J
    94. F
    95. M
    96. A
    97. M
    98. J
    99. J
    100. A
    101. S
    102. O
    103. N
    104. D
    105. 2017
    106. J
    107. F
    108. M
    109. A
    110. M
    111. J
    112. J
    113. A
    114. S
    115. O
    116. N
    117. D
    118. 2016
    119. J
    120. F
    121. M
    122. A
    123. M
    124. J
    125. J
    126. A
    127. S
    128. O
    129. N
    130. D
    131. 2015
    132. J
    133. F
    134. M
    135. A
    136. M
    137. J
    138. J
    139. A
    140. S
    141. O
    142. N
    143. D
    144. 2014
    145. J
    146. F
    147. M
    148. A
    149. M
    150. J
    151. J
    152. A
    153. S
    154. O
    155. N
    156. D
    157. 2013
    158. J
    159. F
    160. M
    161. A
    162. M
    163. J
    164. J
    165. A
    166. S
    167. O
    168. N
    169. D
    170. 2012
    171. J
    172. F
    173. M
    174. A
    175. M
    176. J
    177. J
    178. A
    179. S
    180. O
    181. N
    182. D
    183. 2011
    184. J
    185. F
    186. M
    187. A
    188. M
    189. J
    190. J
    191. A
    192. S
    193. O
    194. N
    195. D
    196. 2010
    197. J
    198. F
    199. M
    200. A
    201. M
    202. J
    203. J
    204. A
    205. S
    206. O
    207. N
    208. D
    209. 2009
    210. J
    211. F
    212. M
    213. A
    214. M
    215. J
    216. J
    217. A
    218. S
    219. O
    220. N
    221. D
    222. 2008
    223. J
    224. F
    225. M
    226. A
    227. M
    228. J
    229. J
    230. A
    231. S
    232. O
    233. N
    234. D
    235. 2007
    236. J
    237. F
    238. M
    239. A
    240. M
    241. J
    242. J
    243. A
    244. S
    245. O
    246. N
    247. D
    248. 2006
    249. J
    250. F
    251. M
    252. A
    253. M
    254. J
    255. J
    256. A
    257. S
    258. O
    259. N
    260. D