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Diferente, porém, igual

por henrique pereira dos santos, em 26.12.24

Conheço uma mãe que dizia que o pior que lhe podia acontecer era ir comprar roupa com a filha adolescente porque o que a rapariga procurava, sistematicamente e com empenho, era roupa que fosse diferente, porém, igual.

Lembrei-me desta história a propósito da rusga do Martim Moniz e das declarações da esquerda Humanitária sobre o acesso ao Serviço Nacional de Saúde por parte de não residentes sem qualquer cobertura de seguros de saúde ou equivalente.

Estou de acordo com o João Távora, eu nem devia dizer nada sobre estas posições porque não deveria contribuir para interromper o erro estratosférico da esquerda nestas matérias.

Qualquer das duas situações têm muito que possa ser discutido, há muitas opções de política com zonas cinzentas e eu nem consigo ter opiniões completamente claras sobre qualquer dos dois assuntos porque não sei o suficiente de políticas de segurança nem de financiamento de sistemas de saúde para conseguir ver tudo o que está em causa, materializando a velha ideia de que quem não sabe é como quem não vê.

O que me parece claro é que o discurso de Miss Mundo da esquerda, andar a distribuir cravos a emigrantes (eu sei que há cravos todo o ano, mas de que sistemas de produção virão estes cravos em Dezembro?), fazer grandes proclamações de desobediência civil para tratar doentes sem a cobertura de qualquer sistema de saúde (dado que as situações urgentes e de perigo de vida são excepção à restrição, em que consiste uma desobediência civil que consiste em transferir custos de um utilizador para outra pessoa que não se pode defender?), está ao nível da exigência adolescente de comprar roupa diferente, porém, igual.

"Ninguém nega a necessidade de policiamento a começar pelos moradores. A questão principal desta acção foi meterem pessoas que andavam na sua vida normal tudo contra a parede de mãos no ar. Teatro puro com resultados ridículos. Aquele tipo de zona precisa de polícia de proximidade, mas isso é trabalho diário e em articulação com a Comunidade. Isto foi uma acção politica para papalvos aplaudirem. Não tem qq eficácia nem interesse: videovigilância, polícia de proximidade, controle nocturno de consumo de alcool, brigadas sociais especializadas em toxicodependência, isso são politicas com pés e cabeça. O resto, enfim.... O habitual. Circo", li eu da esquerda sensata e habitualmente ponderada, não daqueles ferozes defensores do Estado de Direito que, achando que a lei não está a ser cumprida, em vez de apresentarem queixa ou fazerem denúncias dentro do sistema judicial, preferem escrever cartas abertas nos jornais, tal é a confiança que têm no sistema de justiça para garantir a aplicação da lei.

A quantidade de especialistas em segurança que nunca repararam que ao pé da Mouraria há uma esquadra da polícia a menos de cem metros da rua do Benformoso, que evidentemente a zona é policiada frequentemente, que este tipo de operações não são em substituição do policiamento de proximidade, mas em seu reforço e, na pancada de dizer mal do abuso de revistas a pessoas que estão ali por acaso, acabam a propor videovigilância generalizada de ruas, é enternecedor, é mesmo um sinal de um país extraordinário com um especialista em segurança em cada esquina, razão pela qual o problema da criminalidade em zonas urbanas específicas está resolvido, ao contrário do que acontece em muitos outros países pouco evoluídos por esse mundo fora.

Por mim, a esquerda pode continuar a falar de amanhãs que cantam, a descrever cenários de contos de fadas, em que não há problemas difíceis, complexos, em que cada acção resulta numa reacção, desde que não tenha o poder na mão para fazer tudo diferente, porém, igual.


13 comentários

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De Anónimo a 26.12.2024 às 10:53

Sugestão para o nome da próxima acção policial: canela.
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De O apartidário a 26.12.2024 às 14:13

Por que tem a esquerda boa imprensa? Video em castelhano(casos na sociedade espanhola que claramente poderiam ser na sociedade portuguesa) 

https://youtu.be/7QJgVsylSwU?si=RCoj1byC1v-qsE8z
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De lucklucky a 26.12.2024 às 17:24

Porque a grande maioria dos jornalistas ocidentais são activistas de esquerda. 


Uma notícia como esta sobre os mortos a fugir do Regime de Esquerda Cubano nunca se leu num jornal ou viu numa TV tuga, pura e simplesmente não existiram:
"Mais de 10.400 migrantes morreram este ano a tentar chegar a Espanha"
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De lucklucky a 26.12.2024 às 17:31

E já agora esta notícia não vai aparecer em nenhum jornal ou telejornal de esquerda (ou seja todos):


Cuba tem de importar açúcar:  During the session of the National Assembly of People's Power, Cuban Prime Minister Manuel Marrero Cruz recalled when Raúl Castro remarked that "it would be an embarrassment to have to import sugar." He then stated, "and well, we are experiencing that embarrassment because we are importing sugar."


via Cibercuba.com


Com socialismo até a areia fica escassa no deserto...
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De Filipe Costa a 26.12.2024 às 15:17

Falta mais um pouco, todos sabemos que naqueles prédios vivem 20 pessoas por casa, o que se não é, devia ser ilegal. O problema é que se se expulsasse aquela gente toda que está a mais, a Esquerda ia fazer um berreiro que nem eu queria ouvir, mas deviam berrar para demonstrarem que se estão a cagar para "o segredo de justiça" e para as condições de vida daquela gente.
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De Carneiro a 26.12.2024 às 15:51

A verdade é que levámos décadas disto. Um circo sem número por forma a distrair ou retirar enfoque naquilo que é crítico/central.


Quando nada se tem de positivo/válido para apresentar, denigre-se ou artificializa-se para encobrir a fraude que se é. A esquerda e a extrema-esquerda têm sido useiras e vezeiras neste costume.


São a cobardia e o despudor elevados ao estatuto de virtudes!
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De O apartidário a 29.12.2024 às 06:27

"A esquerda e a extrema-esquerda têm sido useiras e vezeiras neste costume."  --------------- E com a passividade ou incapacidade(até cumplicidade em algumas matérias) da dita "direita" a qual é catalogada ora de democrática ora de reacionária(ou pior)conforme os momentos e os interesses. 
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De Anónimo a 26.12.2024 às 19:24

A única expressão que me oferece dizer ao ouvir os comentadores de esquerda: 


A esquerda é um escarro
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De Anonimo a 26.12.2024 às 19:26

Enquanto formos reféns do estatismo, nada mudará. Desde políticas de habitação públicas, até comunicação social socialista, passando por uma polícia que apenas quer o Governo parecer bem. Privatização ao máximo, funcionou na energia, telecomunicações, banca (falta a cgd) e retalho, são dos poucos sectores que funcionam e realmente trabalham para quem devem servir. Se este Governo conseguisse fazê-lo na saúde, educação e segurança, sem subsídios,  contratos de associação e ppp, já ajudaria a colocar Portugal no sec xxi
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De M.Sousa a 26.12.2024 às 20:16

Ao longo da vida, conheci vários revolucionários de esquerda, passe o pleonasmo. Todos eles exibiam estes traços comuns: 
- faziam revoluções com o livro de cheques do papá - ou cartão de crédito mais recentemente; 
- eram, e são, contra o capital, no bolso dos outros; são contra a riqueza, dos outros; adoram os pobres e as virtudes da pobreza, nos outros (talvez por isso se esforcem tanto para que haja pobres...); 
- odeiam a sociedade em que vivem, mas não abdicam da boa vida que esta lhes proporciona; 
- não têm, nem assumem, pingo de responsabilidade pelas consequências dos seu actos; 
- não passam de crianças grandes, cheios daquelas boas intensões que encheram - e vão continuar a encher, cemitérios ... 


Em suma, uns inúteis, desmiolados, floquinhos de neve, que amuam sempre que os contrariam e fazem birras de se atirar ao chão e rasgar as fatiota (em sentido figurado, claro está).
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De Anónimo a 27.12.2024 às 10:20

Sempre este mal disfarçado paternalismo execrável da esquerda, capaz de rasgar as vestes e de se imolar por questões de lana caprina... Para quê tanta gritaria?! Vejamos o caso com objectividade e sem paixões: que mal veio ao mundo no Martim Moniz? Houve consequências graves e um prejuízo fatal irreversível, depois dessa operação, pelos vistos, rotineira? Nenhumas! a não ser, certamente, o incómodo e o fazer perder tempo aos transeuntes que ali circulavam... Depois, cada um seguiu o seu caminho e foi à sua vida! Nada mais. 
É a vida! 
Também somos parados e revistados nos aeroportos e despejamos o que houver nos bolsos, porque qualquer um de nós é um potencial objecto de suspeita. Em alguns países até nos obrigam a ficar descalços ou em meias para nos mirarem e remirarem os tacões dos sapatos. 
Mas, claro, lá temos sempre este circo da esquerda oportunista, sempre faminta para aparecer e dar a sua "versão" dos factos, sempre pronta para distorcer a realidade e pegar fogo (como lhe convém). Mas já ninguém liga muito às suas tretas hiperbólicas e às frases cheias de "efeito". É só fumaça. Apenas isso, porque esta gente está por um fio e tem necessidade de fazer "prova de vida"...


Mas, uma vez que enchem tanto a boca com o Estado de Direito, do que eu gostava mesmo, era de ouvir essa gente pronunciar-se com o mesmo ardor e  empenho e a mesma perseverança, sobre o caso das constantes manobras dilatórias e os sucessivos adiamentos do julgamento de José Sócrates que esse sim! é um verdadeiro atentado ao Estado de Direito e um achincalhamento público da Justiça. Devia causar-lhes uma tal indignação que levasse a uma concentração geral de protestos por todo o país e um levantamento popular com trombetas, cornetas e bombos a rufar incessantemente. 
Ou... em alternativa, mas com o mesmo afinco, bastava um abaixo assinado como foi feito há dias com tanta diligência. Eu assinava por baixo, sem pestanejar!
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De O apartidário a 27.12.2024 às 11:28

Sensações" de insegurança na Espanha,isto das "sensações" e "percepções" parece que é uma coisa contagiosa ou assim, ou então alguma alucinação que anda no ar:

En este revelador programa, analizamos en profundidad la creciente crisis migratoria que enfrenta España, especialmente en las Islas Canarias, donde las llegadas de inmigrantes ilegales podrían superar las 50,000 personas en 2024. Rubén Pulido desglosa los datos más recientes y alarmantes, señalando cómo las rutas marítimas están siendo utilizadas por mafias organizadas con total impunidad.

También exploramos el papel de las ONG y las políticas gubernamentales que, lejos de frenar esta situación, parecen favorecerla, generando un negocio millonario a costa de vidas humanas y del aumento de la inseguridad en el país.

En esta entrevista, también abordamos temas de actualidad relacionados con la delincuencia y la seguridad. Analizamos el secuestro en el barrio madrileño de Carabanchel, donde una joven fue retenida por un grupo de origen magrebí que exigió un rescate a su familia.

Este video es una llamada de atención sobre los problemas que enfrentamos como sociedad: el crecimiento de la inmigración ilegal, el aumento de la inseguridad y el desafío de combatir el terrorismo.

https://youtu.be/cucodUazR3s?si=jXTJOqZWNYSlq9en
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De Anónimo a 28.12.2024 às 16:12

"Estou de acordo com o João Távora, eu nem devia dizer nada sobre estas posições", devia seguir o conselho que lhe foi dado.

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