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Há centenas de anos (para não dizer milhares), diferentes comunidades culturais, étnicas, religiosas, coexistem no médio-oriente, sempre com tensões, nem sempre pacificamente.
Há umas dezenas de anos, com a queda do império otomano, as tensões foram aumentando, à medida que os nacionalismos ganhavam espaço no campo das ideias, dando origem a um agravamento da violência entre todas essas comunidades.
Este é o contexto da criaçãodos estados modernos do médio-oriente e da actual violência endémica na região, na verdade uma continuação da violência ancestral, que se vai adaptando a novos contextos.
Claro que há quem ache que o Estado de Israel não é uma das respostas da comunidade internacional a este contexto (boa ou má resposta, é uma coisa impossível de saber, porque a história não admite contraprova), mas sim uma criação ocidental que expulsou palestinianos das suas terras para as entregar a judeus que apareceram doutros lados quaisquer, mas não vale a pena perder tempo com pessoas que jamais deixarão que os factos influenciem as suas ideias.
A questão central mais próxima é que neste contexto de tensão entre vizinhos, que de tempos a tempos explode em violência militar (neste caso, sempre por iniciativa dos vizinhos de Israel), o Estado de Israel resolveu investir pesadamente na defesa dos seus cidadãos civis (sistemas de intercepção de projécteis, abrigos, serviços de informação, forças armadas com elevada eficácia, etc.), enquanto alguns dos seus inimigos, no caso, o Hamas, investiu exactamente no inverso, na segurança dos seus militares, deixando os seus civis sem defesa, no pressuposto de que a morte dos seus civis eram o instrumento mais poderoso de destruição do apoio das opiniões públicas ocidentais à única democracia e estado de direito da região.
O último período de acalmia militar acabou, por iniciativa do Hamas, com um ataque que Israel pensava que seria impossível, expondo fragilidades relevantes no modelo de convivência pacífica com os vizinhos, assente num sistema de defesa inexpugnável.
O Estado de Israel, bem ou mal, passou a considerar que a auto-defesa não era suficiente para neutralizar as ameaças e adoptou uma doutrina diferente, considerando que só a destruição ou enfraquecimento das ameaças garantiam a protecção dos seus cidadãos (daí que os comentários sobre a desproporção da reacção israelita ao ataque do Hamas estejam fundamentalmente erradas, a guerra de Gaza não é uma retaliação pelo ataque do Hamas, mas uma tentativa do Estado de Israel neutralizar uma ameaça real à segurança dos seus cidadãos).
No contexto de uma guerra com elevada probabilidade de morte de civis, quer por ser essa a opção do Hamas, quer porque as circunstâncias de uma guerra em contexto urbano e elevada densidade populacional resultem, forçosamente, na morte de muitos civis, Israel tem sido especialmente cauteloso nas suas operações militares com o objectivo de não oferecer à propaganda do Hamas o espectáculo da carnificina que o Hamas idealizou.
Uma das principais opções do exército israelita, com custos operacionais relevantes, por limitar muito o efeito de surpresa das operações militares, consiste em avisar as populações civis de que determinadas zonas irão ter maior intensidade de operações militares, portanto, é bom que as pessoas se desloquem para zonas de menor risco.
O que conclui grande parte da opinião publicada ocidental, a coligação de organizações internacionais que há anos que beneficiam dos programas de ajuda humanitária na região e alguns altos responsáveis da ONU?
Que Israel está a cometer um crime de guerra por obrigar a deslocações forçadas de civis, deslocações essas que não só não são forçadas (são aconselhadas), como visam informar as pessoas que o risco de estar numas zonas vai aumentar, portanto é melhor procurar abrigo noutro lado (no fundo, a versão a sério do velho "mete os putos na barraca").
E se fossem pentear macacos?
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