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Desigualdade de nascimento e imposto sobre heranças

por henrique pereira dos santos, em 20.04.23

O mais forte, e mais demagógico, argumento que é usado para reforçar impostos sobre heranças é o de que se trata de uma medida que pretende diminuir a mais injusta das desigualdades, a desigualdade de nascimento.

Esquerdistas empedernidos citam a posição de Adam Smith favorável ao imposto sobre heranças, como se as desigualdades de nascimento (e a esperança de vida) do tempo de Adam Smith fossem as mesmas de hoje e ainda vivêssemos sob a influência do Antigo Regime, em que a posse da terra determinava, em larga medida, o conjunto de privilégios de um grupo social, a começar pelo privilégio da posse e uso de armas.

Uma carreira profissional e, nas nossas circunstâncias, o rendimento - ao contrário do tempo de Adam Smith, o peso dos terratenentes para quem ter uma actividade profissional remunerada era indecoroso, é hoje residual - de uma pessoa pode, simplificando grosseiramente e desvalorizando indevidamente a sorte, dizer-se que assenta em três coisas: capacidade, conhecimento e contactos.

A capacidade decorre grandemente da lotaria genética, embora não se devam desvalorizar os efeitos da experiência de vida e da educação no seu desenvolvimento (Mozart era filho de músicos, Bach era de uma família de músicos, Picasso era filho de um professor de pintura, etc.).

O conhecimento adquire-se em grande parte em sistemas de ensino organizados.

Os contactos decorrem do meio social em que se vive, sendo relativamente difícil romper esse círculo de relações (diga-se que esta é a principal razão que me fez mudar de opinião sobre o serviço militar obrigatório, passando eu a ser a favor dessa opção exactamente porque ela obriga a que gente vinda de todo o lado seja obrigada a conviver no mesmo sítio e circunstâncias durante tempo suficiente para conseguir ver o mundo para lá da sua bolha social).

Em que medida taxar heranças influencia cada uma destas dimensões que, inegavelmente, estão presentes na desigualdade de nascimento e favorecem a reprodução social, com o resultado que conhecemos em Portugal: os filhos de pobres têm uma probabilidade muito maior de serem pobres que os filhos de ricos que, por sua vez, têm uma muito maior probabilidade de serem ricos?

O argumento é o de que diminuindo a riqueza dos ricos e aumentando a igualdade, como estas dimensões são influenciadas pela riqueza de cada família, estaremos a diminuir a desigualdade de nascimento.

O argumento não tem ponta por onde se lhe pegue porque as heranças não se recebem no momento do nascimento, as heranças recebem-se (de maneira geral), no decurso da vida, pela morte de pessoas mais velhas. Uma pessoa que é taxada aos vinte anos por receber uma herança, continua a ser uma pessoa que, durante vinte anos, teve as vantagens que a riqueza da família confere, seja no trabalho sobre as capacidades de cada um, seja no ensino que recebeu e seja na rede social que lhe coube em sorte.

Ou seja, recebeu uma herança menor, ficou menos rico aos vinte anos, mas numa altura em que já tinha recebido o principal prémio da lotaria do nascimento, tendo tido muito, mas muito mais oportunidades que o tipo do lado que não recebeu herança nenhuma e, por isso, não foi taxado, mas também não conseguiu desenvolver as suas capacidades, ter o ensino que lhe convinha e apoiar-se numa rede social que lhe desse acesso a melhores oportunidades.

O facto de se transferir parte da riqueza da família para o Estado não dá nenhuma garantia de que se altera alguma coisa de essencial na reprodução social, quer porque a riqueza de cada pode contribuir para o reforço dos verdadeiros mecanismos de redistribuição de riqueza (a remuneração do trabalho e capital), quer porque se o Estado for especialista em gerar perda de valor, como também acontece, globalmente a capacidade de redistribuição de rendimento diminui, não aumenta.

Do que precisamos não é de perseguir a quimera de eliminar desigualdade no nascimento, que sempre existirá, do que precisamos é mesmo de aumentar a capacidade dos mais pobres e dos deserdados da vida poderem desenvolver as suas capacidades, poderem ter oportunidades iguais às dos ricos no ensino e acesso ao conhecimento e oportunidades para romper os círculos sociais em que nasceram, acedendo aos círculos sociais que lhes permitam o acesso a melhores oportunidades.

Contratos de associação, para que os pobres frequentem as escolas dos ricos, serviço militar obrigatório, para que os ricos conheçam os circulos sociais dos pobres, mecanismos de mistura social real (papel que os partidos políticos podem desempenhar, é certo, embora a longa permanência no poder tenda a enfraquecer essa sua função, já agora), etc., etc., etc., são imensamente mais eficientes para olear o elevador social que a criação de impostos sobre heranças e doações.

Note-se que não sei o suficiente de impostos para saber se a forma mais eficiente e justa de financiar o Estado é com base nesse tipo de impostos (a mim parece-me mais sensato taxar o consumo, isentar de taxação a remuneração do capital e do trabalho e tenho sentimentos divididos quanto à taxação da propriedade e sua transmissão), o que sei é que se o que se pretende é diminuir os efeitos da desigualdade de nascimento, taxar heranças e doações é uma maneira ineficaz, assente em argumentos morais falsos, cuja defesa é especialmente estranha num país que tem um problema de escassez de capital muito acentuada.



16 comentários

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De xarneca a 20.04.2023 às 09:17

A rua da União onde eu brincava de chicote queimado e partia as vidraças da casa de dona Aninha Viegas Totônio Rodrigues era muito velho e botava o pincenê na ponta do nariz Depois do jantar as famílias tomavam a calçada com cadeiras mexericos namoros risadas A gente brincava no meio da rua Os meninos gritavam: Coelho sai! Não sai! A' distância as vozes macias das meninas politonavam Roseira dá-me uma rosa Craveiro dá-me um botão {Dessas rosas muita rosa Terá morrido em botão...)
Manuel Bandeira
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De balio a 20.04.2023 às 09:41

Ora bem, neste post temos argumentos racionais e, aind por cima, corretos. Argumentar assim está bem.
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De Anónimo a 20.04.2023 às 11:26

Excelente! Subscrevo integralmente  um a um cada parágrafo e uma a uma a sua argumentação e os seus pontos de vista. Um texto que devia ser divulgado e enviado para o Ministério da Educação, "ao conhecimento" da Susana Peralta.
Esta senhora devia saber que "dar e distribuir" não resolve coisíssima nenhuma. Em teoria, e falando metaforicamente, acho bom e justo que todas as pessoas possam ter, por.ex., um Picasso em casa. Mas convém lembrar que haverá sempre os que sabem que têm um Picasso e os outros que, tendo um Picasso,  não sabem que têm um Picasso, ou o que "é" um Picasso. Porque, apesar da distribuição de bens e de riqueza, na tentativa de diminuição do fosso entre as classes privilegiadas e as desfavorecidas,  continuará a haver  todo um mundo que as separa, se não houver uma coisa que a corrige e que é a base, "a Basesinha": a oportunidade à Educação e à Cultura. Esse é que é  o 1º passo para se esbaterem as desigualdades culturais, sociais e as diferenças  "de berço", logo económicas... 
Depois, e só depois, quando todos acederem por igual a uma série de aprendizagens, conhecimentos, adquirirão os "skills" para poderem saber o "é" um Picasso.

Tal como o HPS, também penso que para se conseguir diminuir as desigualdades sociais, consiste em apostar de facto na igualdade de oportunidades de todos poderem ter acesso a uma rede de Escolas de grande qualidade com um Ensino de excelência, como diz, «para que os pobres possam romper com  que os ricos conheçam os círculos sociais dos pobres, mecanismos de mistura social real».
E porque nunca é demais repetir ideias boas, permita-me que transcreva a sua melhor síntese onde aponta uma solução para combater a pobreza e a injustiça social:


 « do que precisamos é mesmo de aumentar a capacidade dos mais pobres e dos deserdados da vida poderem desenvolver as suas capacidades, poderem ter oportunidades iguais às dos ricos no ensino e acesso ao conhecimento e oportunidades para romper os círculos sociais em que nasceram, acedendo aos círculos sociais que lhes permitem o acesso a melhores oportunidades.»



Depois há o lado negro deste país. Hoje o Alexandre Homem Cristo descreve o quadro aterrador do estado do ensino e da escola pública  em Portugal. Um título sugestivo que diz tudo : "Salve-se quem puder".


https://observador.pt/opiniao/salve-se-quem-puder-2/



 


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De Anonimo a 20.04.2023 às 12:56


Por "redistribuir" entenda-se subsidiar. Especialmente algumas castas que sem redistribuição dificilmente conseguiriam ter a carreira profissional que pretendem.



Evidentemente, a classe social tem um papel determinante no sucesso (embora não seja o único, nem decisivo) de um indivíduo. Uma pessoa que tenha acesso a cultura, educação, saúde e tudo o mais (e cuidado, nem todos os pais "investem" nisso, mesmo com possibilidade para tal), tem à partida mais hipóteses de alcançar o que quiser.
Como dizem os teoristas da cons-piração, isto está tudo ligado; e esta sanha de taxar o rico mesmo depois de morto cai no saco da cultura do privilégio, há que acabar com os privilegiados, seja de que modo for.
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De Anónimo a 21.04.2023 às 11:03

Lembro-me que durante a pandemia e os confinamentos, a Susana Peralta  saíu-se com a ideia "original" de cobrar impostos aos mais ricos, cortando-lhes desde logo o salário para que fosse repartido / distribuído, durante a crise, pelos mais carenciados! Num país em que se considera um privilégio usufruir dum salário a rondar os 1400 euros!!! E em que o salário mínimo e o médio se aproximam cada vez mais... pergunta-se quem seriam, afinal, os ricos da Susana Peralta. Mas recordo-me que ela na altura os identificou como sendo todos aqueles que estavam em teletrabalho, porque depreendeu (bem) que eram os que possuíam mais qualificações, mais habilitações e um nível de formação superior. Logo, eram todos os que "soaram as estopinhas" para melhorar as suas condições de vida, muitos com sacrifícios, para conseguirem auferir de melhores rendimentos (para os nossos padrões... bem entendido!). Estavam agora na iminência de verem reduzidos os seus proventos:.. porque alguém tinha tido a ideia peregrina de lhe diminuir o salário !!!
Pois esta senhora, mesmo saltando à vista todas estas dinâmicas de relação causa-efeito, nem assim conseguiu detectar nem perceber onde está o principal problema do país: são os baixos níveis de formação, de educação e a falta de qualificações profissionais que geram empregos mal remunerados, trabalho precário, e enfim... essa "falha" será determinante na persistência da nossa pobreza  e no problema da desigualdade, tema central e insistente nas investigações da Susana Peralta. 


Contudo, alguma coisa lhe está a escapar no que respeita às medidas de combate da pobreza e das desigualdades. A sra. precisava de um banho de realidade e mudar o seu foco de atenção para outra área, dedicando-se de preferência ao estudo da Escola pública como elevador social. Pode ser que percebesse finalmente onde reside o problema e por onde passa a solução!
E depois pergunte-se qual é a medida de combate à pobreza que se torna mais cara e mais dispendiosa  ao país, por constituir uma despesa permanente e praticamente sem retorno:
__ será a solução de arrecadar para o Estado  mais impostos e mais taxas que depois serão  distribuídos através de subsídios pelos mais desfavorecidos, mantendo-os eternamente no mesmo patamar de pobreza e perpetuando o seu estado de carência e dependência permanentes? 
--- OU será melhor que o Estado investa numa boa rede de Escolas públicas que possam oferecer oportunidades e  possibilidades de as pessoas mudarem as suas vidas, obterem mais qualificações, ganharem autonomia para superar a sua condição familiar inicial e ascenderem a um patamar superior, com retorno futuro a nível de trabalho e rendimentos e consequentemente com melhorias significativas na sua qualidade de vida?
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De Anónimo a 25.04.2023 às 07:49

Correcção: "que o Estado invista "
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De Anónimo a 20.04.2023 às 14:26

O elevador social está avariado e a situação da escola pública é alarmante.

"aumentou recentemente a procura por vagas em colégios privados (...) nunca em democracia houve uma tão grande percentagem de alunos do secundário a frequentar estabelecimentos privados. (...)Apesar do tremendo esforço que tal implica, as famílias estão a optar por pagar para tirar os seus filhos de escolas da rede pública.

aumentou bruscamente a procura por centros de explicações, para apoio à aprendizagem dos alunos, de acordo com uma reportagem desta semana na Renascença." 
Os testemunhos e os dados "retratam uma realidade alarmante onde milhares de famílias sentem a necessidade de subscrever serviços de apoio ao estudo para os seus filhos realmente aprenderem e poderem prosseguir os seus estudos no ensino superior".
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De Anónimo a 20.04.2023 às 14:29

(cont.) "as acções geram reacções. Com o iminente colapso da rede pública, porque os desafios educativos não foram corrigidos (mas sim agravados) e os danos na aprendizagem não foram recuperados (mas sim negados), as famílias viram-se forçadas a resolver à medida das suas possibilidades: inscrevendo os filhos na rede privada e recorrendo a centros de explicações. A Educação entrou num salve-se quem puder e, infelizmente, muitas crianças não podem — afinal, não são muitas as famílias que conseguem suportar o custo financeiro destas alternativas, pelo que se alargou o fosso social entre quem pode e quem não pode.

Isto é uma injustiça revoltante. Isto é um drama social silencioso, porque os principais prejudicados não têm voz no debate público. E, claro, isto é também a morte do slogan político “da defesa da escola pública” — é que foram os seus alegados defensores que a sacrificaram no altar das suas conveniências."-Alexandre Homem Cristo

(Um sobre o qual se deviam debruçar as Peraltas, porque este é o tema que devia estar no centro das suas preocupações)

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De balio a 20.04.2023 às 16:08


Um sobre o qual se deviam debruçar as Peraltas


Susana Peralta tem três filh@s, pelo que as suas preocupações com a educação del@s não devem ser poucas.


Mas se calhar já @s tem tod@s no ensino privado.


Neste ponto, Susana Peralta está em vantagem sobre alguns paladinos da direita (tipo: Paulo Portas), que gostam de falar sobre o ensino mas, como não têm filh@s, na verdade só sabem sobre ele por ouvir falar.
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De Anónimo a 20.04.2023 às 21:33

"Mas se calhar já @s tem tod@s no ensino privado." Aí está! Ela pode escolher a escola que quer para os filhos.
Pelo contrário os filhos dos pobres, mesmo que tenham imensas capacidades e sejam intelectualmente dotados nunca terão _pelo menos neste sistema educativo_ possibilidades de escolher a melhor escola onde podem desenvolver todas as suas potencialidades, nem terão "oportunidades iguais às dos ricos no ensino e no acesso ao conhecimento e oportunidades para romper os círculos sociais em que nasceram". 
E é assim que a pobreza se reproduz interminavelmente, gerando mais pobreza que se perpetuará na(s) geração(ões) seguinte(s). E é uma pena, porque a inteligência não escolhe berço. Às vezes penso: quantos pessoas geniais se perderam porque "as coisas são o que são"? Conheço algumas.
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De Anónimo a 21.04.2023 às 08:32

Balio, a Susana Peralta pertence à chamada "casta" de intelectuais a quem deram um púlpito onde são ouvidos... Portanto, têm de dizer coisas...
Mas vejamos onde quero chegar: a Susana Peralta, tanto quanto sei, teve um percurso académico notável, em Escolas de exigência que premeiam o esforço de quem estuda e portanto onde a SP pôde ir consolidando  Conhecimento e adquirindo ferramentas que lhe abriram portas para uma carreira profissional bem sucedida, fruto do seu próprio mérito. E tudo isso aconteceu, porque teve oportunidade de desenvolver as suas capacidades.
Desconheço  a origem social da SP, ignoro se provém de um meio privilegiado que lhe facilitou a vida, ou se, pelo contrário, conseguiu a pulso romper com uma origem  desfavorecida e sair dum círculo familiar materialmente pouco abonado. Mas uma coisa sei: sei que foi a partir dos seus méritos e do seu percurso escolar e académico que pôde aceder a um mundo de Contactos  independentemente da sua condição familiar inicial ou «apesar dela». Isto tudo para dizer, em suma,  que são as escolas de qualidade acessíveis igualmente a todos que permitem debelar as desigualdades "de origem" e que possibilitam _àqueles que não recebem nenhuma herança_ a continuação da sua ascensão social com a perspectiva de ultrapassar as suas condições iniciais, e de entrar num meio privilegiado do ponto de vista cultural, social e económico.
Certamente todos estes factores conjugados resultaram  numa vida materialmente confortável com acesso a inúmeros bens, e sobretudo a outro bem maior:  a  liberdade do poder de escolha, como por ex., a  escola dos filhos.  Porque certamente, todas as SsPs  estão cientes de que a aposta na melhor Escola e a que prepara melhor os seus alunos para o futuro, é a que ensina e tem resultados. A SP terá aprendido que se deve investir numa boa Educação porque "quem semeia há-de colher", tal como lhe aconteceu a ela própria.  
 A Escola é, pois, o bem maior e a melhor "herança" que se pode deixar, porque ela é determinante no futuro individual e... com benefícios para o futuro colectivo do país! 


O Conhecimento  abre todas as oportunidades de se ter um futuro melhor  e a possibilidade de quebrar os círculos de pobreza e diminuir  o fosso das desigualdades sociais e económicas. Não vejo outra forma. Mas o país e os governantes  não estão a responder a essa urgência de revolucionar todo nosso sistema de Ensino.  Por alguma razão somos um país pobre, estagnado e a afundar-se.  Sem massa crítica e sem gente com  uma Ideia para o futuro, assim não vamos lá!
A esquerda perde-se em divagações intelectuais teóricas, muito académicas e por vezes tão irrealistas que se tornam absurdas e estéreis em termos de resultados práticos_  e, por outro lado, não conseguem ver o "óbvio ululante" e relacionar uma coisa com a outra: isto é, ver que a verdadeira causa da nossa estagnação não está na falta de mais uma taxação ou imposto, mas está neste sistema de Educação absurdo, totalmente falido, deficiente e medíocre. (Se gerem de forma tão vergonhosa o país como demonstram na Tap...)
 Não devemos ter dúvidas de que estamos a caminho de ser a vassoura da Europa! A tal ponto deixaram chegar esta  situação, que até o elevador social conseguiram avariar e já quase ninguém consegue sair da cepa torta! É obra!
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De Luis a 20.04.2023 às 17:18

O que muita gente quer é arranjar maneira de meter mais dinheiro no Estado casa vez maior e mais gastador e o resto é lero lero pra enganar a malta. Se esta gente quisesse mesmo ajudar os mais pobres teriam apostado muito mais na escola pública, por exemplo, ao invés de deixarem o ensino chegar onde chegou com milhares de alunos sem professores todos os ano, com uma cultura de facilitismo completamente patética, etc, etc. Se quisessem ajudar os pobres já teriam percebido que, mais do que simplesmente lhes atribuir subsídios ou dar dinheiro vindo dos ricos é importante dar-lhes as ferramentas adequadas para ascenderem no chamado elevador social que, já agora, está em queda livre.
Como não fazem nada disso a conclusão que tiro é que o que realmente os move é a fome de cobrar mais impostos para alimentar a máquina estatal cada vez maior e mais voraz que têm patrocinado. 
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De anónimo a 20.04.2023 às 17:29


Em suma, ficamos a saber muito sobre quem é madame Peralta. E também porque é que alguém lhe atribui tribuna.
Quanto á "flat tax" (a mim parece-me mais sensato taxar o consumo, isentar de taxação a remuneração do capital e do trabalho e tenho sentimentos divididos quanto à taxação da propriedade e sua transmissão) isso é uma outra boa conversa.
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De marina a 20.04.2023 às 20:17


bem , quando chegarem à desigualdade de nascimento com base genética , nem quero saber que solução vão propor.
eu gostava de correr como o obikwelu , é uma injustiça tremenda os meus genes não darem para isso.
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De Francisco Almeida a 21.04.2023 às 16:14

Caro Henrique Pereira dos Santos,
Sou um seu leitor antigo, que na leitura quer na idade. Daí que me atreva a comentar este postal, aliás mais um sobre este mesmo assunto.
Não será o caso de Susana Peralta, que não conheço, que demonstra alguma inteligência sem se eximir a algumas escorregadelas por preconceito ideológico.
Mas o que motiva enorme parte da esquerda - não me atrevo a dizer a maioria mas disso desconfio - é a inveja. Por isso o imposto sobre as heranças faz todo o sentido. Quem o propõe sabe à partida que tem aplauso garantido.
Por isso, discuti-lo numa base de realismo social e económico é uma perda de tempo, um exercício de futilidade ou uma tese académica. Mas pouco ou nada tem a ver com a realidade.

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