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Devo dizer que quando, pela primeira vez, alguém fez referência ao facto da imprensa estar abaixo da classe política, em credibilidade, nos EUA, fui verificar a fonte da informação porque não queria acreditar.
A opção da imprensa esquecer a sua função principal - produzir informação validada de forma independente e, tanto quanto possível, objectiva - para se concentrar em defender as pessoas dos perigos do mundo, teve como resultado o mundo ficar igual, mas a credibilidade da imprensa diminuir muito.
A academia vai pelo mesmo caminho, e não é apenas por coisas como esta, que é o resumo de um artigo científico publicado numa revista científica:
"The article aims to transform narratives surrounding Utah’s Great Salt Lake, often referred to as “America’s Dead Sea,” by reimagining how brine shrimp (Artemia franciscana) are perceived in science, culture, and art. It introduces the concept of hydrosexuality to bridge these realms, thereby enriching feminist blue posthumanities and feminist biology through art-based practices and queer advocacy. By navigating the environmental narrative of the GSL, the hydrosexual perspective challenges settler science by exploring the connections between the reproductive system of brine shrimp and the economy, ecology and culture. The article provides a framework for integrative cultural analysis that bolsters arguments about the multilayered exploitation of the lake and amplifies voices that recognize the brine shrimp as vital to the survival of multiple species and to the GSL as a unique ecosystem. Furthermore, this cultural analysis draws inspiration from low trophic theory and Queer Death Studies. This multifaceted approach is exemplified by two case studies in the arts, which gradually alter white humans’ perceptions and understandings of the brine shrimp, helping to reimagine the GSL in the context of rapid climate change."
O problema é bem mais fundo e vou tentar explicar rapidamente.
Isto é um sinal perto de minha casa
Neste cruzamento havia um sinal de proibição de virar à esquerda porque é perigoso virar à esquerda (depois de passar o cruzamento a rua tem uma interrupção do separador central que permitia virar à esquerda).
Umas pessoas aqui da vizinhança, que têm umas ideias esquisitas (fartaram-se de fazer barulho e moer o juízo de toda a gente contra a prostituição na zona, que nunca incomodou nenhum morador, pelo contrário, prestava um excelente serviço de segurança e outras pequenas vantagens, ao ponto de uma das senhoras me vir entregar umas chaves que tinham caído do bolso de um dos meus filhos sem que ele desse por isso), acharam que isto devia ser um bairro residencial, com regras de trânsito que impedissem o atravessamento da zona (com excepção do trânsito local, esquecendo-se que todo o trânsito é local num primeiro momento).
Tanto chagaram a câmara, que na altura tinha uma política de contenção da circulação automóvel, que acabaram por conseguir que a câmara andasse a espalhar sinais de trânsito, um deles, exactamente este.
Os técnicos acharam que em vez de proibir de virar à esquerda, isto é, em vez de proibir uma manobra perigosa, o ideal seria obrigar a virar à direita, que assim não só não se virava à esquerda, como as pessoas não atravessavam o cruzamento, entrando nessa tal área residencial (qualquer pessoa que conheça a zona sabe que isto é uma ideia sem nexo, mas esqueçamos isso).
Mas tinham de fazer uma excepção para o trânsito local (o tal que só se sabe que não é local quando já se foi embora) e, já agora (a coisa mais perigosa para sabotar decisões e planeamento), faziam também uma excepção para os veículos turísticos, como se pode ler.
Resultado?
Ninguém vira à direita a menos que queira ir para a direita (como sempre aconteceu), e passou a ser normal (e perigoso, como se comprova com o ocasional desastre rodoviário) virar à esquerda.
Em vez de quem decide se concentrar no mínimo de condicionamento socialmente relevante (proibir uma manobra perigosa), optou-se por definir um quadro ideal do que seria o trânsito e obrigar toda a gente (menos as excepções discricionárias) a fazer o que não queria fazer.
Grande parte da academia está a fazer o mesmo caminho, em vez de se concentrar em produzir informação dentro do quadro de incerteza inerente ao mundo, com métodos verificáveis e repetíveis, passou a querer, como os jornalistas, obrigar as pessoas a fazer o que está certo.
O resultado vai ser o mesmo: o mundo seguirá igual, mas a credibilidade do sistema científico e da academia ir-se-á aproximando da credibilidade actual da imprensa.
A opção da imprensa esquecer a sua função principal - produzir informação validada de forma independente e, tanto quanto possível,
(..).A academia vai pelo mesmo caminho, e não é apenas por coisas como esta, que é o resumo de um artigo científico publicado numa revista científica:
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