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Há muito tempo (2019), a Montis fez um crowdfunding para comprar terrenos, e comprou a propriedade que está na fotografia (já não está, a fotografia não é pública, ao contrário do que pensei, e usei-a sem autorização).
A história dessa compra é ela mesmo rocambolesca, tínhamos tudo acertado para comprar outros terrenos em Vouzela. Praticamente em cima da formalização do acordo os donos resolveram ser mais espertos que a Montis e quiseram alterar os termos do acordo, a Montis desistiu imediatamente de qualquer nova negociação com esses donos (parece que há pouco tempo fizeram chegar à Montis o seu interesse em vender, mas não tenho confirmação disto).
No meio de uma conversa com alguém que dizia que o que não faltavam eram terrenos baratos na zona do pinhal interior surgiu o anúncio da venda de uns quantos terrenos, a preço baixo (a política da Montis não é comprar os melhores terrenos para conservação e conservar essa biodiversidade existente, a política da Montis é comprar o mais barato que exista e geri-los de modo a que, no futuro, venham a ser terrenos com elevado valor de conservação), e a Montis virou a agulha para aqui, aproveitando todo o trabalho anterior para o lançamento do crowdfunding.
Depois de ter comprado os terrenos (2020), fez uma nova campanha de crowdfunding para financiar a transformação dos eucaliptais que tinha comprado noutra coisa qualquer com mais interesse para a conservação da natureza.
A opção da Montis foi procurar demonstrar que com um esforço mínimo e tempo, qualquer pessoa consegue reconverter um eucaliptal numa mata, razão pela qual se evitaram as soluções mais pesadas, caras e rápidas para a reconversão de eucaliptais que são usadas corrrentemente, com sucesso comprovado.
A primeira operação consistia em cortar os eucaliptos, e depois ir partindo a regeneração, coisa que pode ser feita por qualquer pessoa e, neste caso, se pretende que vá sendo feita com voluntários, como forma de envolver pessoas e fazer uma demonstração que chegue o mais longe possível, esperando-se que isso possa motivar outras pessoas e organizações a fazer reconversões de eucaliptais que não têm interesse nenhum, como é o caso.
O problema é que o eucaliptal tinha sido cortado, antes da compra pela Montis, há relativamente pouco tempo, não tinha havido selecção de varas, o terreno é péssimo, muito inclinado, com maus acessos e portanto o valor dos eucaliptos que lá estava não era muito interessante face aos custos de remoção (ou mesmo só corte dos eucaliptos, sem remoção).
Por isso não foi fácil encontrar forma de, sem pagar couro e cabelo, fazer o primeiro corte dos eucaliptos, até há pouco tempo.
Passaram quatro anos desde a compra do terreno e, finalmente, está quase a acabar o primeiro corte, que vai permitir desenvolver acções de gestão que possam aumentar a velocidade de recuperação e que, por outro lado, impeçam a regeneração do eucaliptal.
Claro que nestes quatro anos foram sendo feitas acções de gestão, em especial orientadas para a recuperação do solo, mas só agora é possível avançar para outras soluções (incluindo a possibilidade de usar fogo controlado, que é uma hipótese ainda em avaliação e que faria sentido se a escala da intervenção fosse maior, mas talvez não faça sentido para aquela propriedade em concreto. Em qualquer caso, não é uma prioridade neste momento).
Espero que daqui a quarenta anos, outras pessoas, na Montis, estejam a escrever posts sobre os valores naturais que podem ser encontrados naquele terreno, mesmo que já ninguém se lembre de que tudo começou com o corte de um eucaliptal sem interesse nenhum e sem valor social relevante e eu entretanto já esteja a adubar o solo há algum tempo.
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