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Decidam lá isso!

por Jose Miguel Roque Martins, em 07.12.23

A especialização de Portugal no turismo não corresponde a uma escolha deliberada, a um desígnio nacional. Aconteceu porque era a actividade que, face ao nível de capitalização da economia, à sua falta de especialização de mão de obra e às condições de atractibilidade naturais, se mostrou rentável e possível. Melhor seria se fossemos o Silicon Valley, ou os relojoeiros industriais da Europa, mas não aconteceu. 

O turismo não é uma indústria de alto valor acrescentado e salários elevados, mas representa mais de 8% do produto Português. Sem ele, na ausência de outra actividade melhor que apareça naturalmente ( que não se vislumbra), Portugal fica economicamente muito debilitado.

Nos últimos anos, tempos assistidos à reivindicação do espaço publico (e habitacional) para os Portugueses. A perseguição ao alojamento local, já produziu efeitos práticos lesivos da expansão do turismo). Sem turismo, provavelmente o problema da habitação resolve-se por si, sem construção: os emigrantes e muitos Portugueses vão embora, fugindo da miséria e de um pais sem dinheiro nem espaços públicos atraentes, sem necessidade de nova construção ( uma oportunidade de crescimento) , acrescendo que restarão ainda menos trabalhadores para contribuir para as pensões.

A localização do novo aeroporto é assunto que quem não conheça verdadeiramente os intrincados problemas associados, não tem a possibilidade de opinar: não basta intuição, é preciso dominar e conhecer os detalhes. Não me arrisco, por isso, a opinar sobre ela.

A urgência da sua decisão e implementação, é outra coisa: não há dúvidas que precisamos de aumentar a nossa capacidade aeroportuária rapidamente. O aeroporto da  Portela ( Humberto Delgado)  foi classificado como o 4º pior aeroporto do mundo, está um caos, e sem um aeroporto, lá se vai o Turismo e a TAP que ainda há pouco nos consumiu mais de 4 mil milhões de Euros. Ou então assumimos de vez que vamos resolver o problema da habitação e passar a uns 8 milhões de habitantes, pobres, mas donos do seu enorme pedaço vazio. 

 

 


9 comentários

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De balio a 07.12.2023 às 12:23


Sem turismo, provavelmente o problema da habitação resolve-se por si, sem construção: os emigrantes e muitos Portugueses vão embora



Errado. Muitos portugueses vão embora, mas muitos estrangeiros vêem.


Mesmo que não houvesse turismo, a população portuguesa continuaria a aumentar (sobretudo por efeito do balanço migratório, que tende a ser positivo para Portugal), e ademais a população quer cada vez mais casas e casas cada vez maiores, por efeito do enriquecimento.
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De Anonimo a 07.12.2023 às 12:25


O turismo também "aconteceu" porque alguns dos destinos que eram competição (Tunísia, Egipto, por exemplo) tiveram alguns problemas que os tornaram menos agradáveis.
Há que realçar que houve um esforço em transformar Portugal do destino turístico de sol e praia para algo mais abrangente; desde o cultural, natural (com a exploração de trilhos, etc) ou desportivo (Nazaré). O que permitiu a alguns locais deixarem de ser sazonais, e passarem a ter turismo o ano inteiro.
A questão da qualificação é engraçada, passa a ideia de qualquer um pode trabalhar num café ou restaurante, nomeadamente a interagir com clientes, quando assim não o é. Ou devia ser. A área da hotelaria devia ter qualificações, e não estar dependente de um qualquer tipo, local ou imigrante, que vem aos tropeções servir à mesa.
Quanto ao aeroporto, nao estou qualificado para dizer se A ou B é melhor ou pior, mas sei que décadas para construir um aeroporto essencial (se não o é, que assumam) é de nação decadente, e de que existe um aeroporto em Beja que não sei bem para que serve.
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De Manuel da Rocha a 07.12.2023 às 12:39

Curioso querer que Portugal fosse "o Silicon Valley, ou os relojoeiros industriais da Europa". Vá a Silicon Valley e vai ver que 25 dólares é a bica mais barata e que 1 semana, num quarto com acesso a 1 WC (para 10 quartos) e 1 cozinha, custa algo como 6000 dólares. Um apartamento T1 é a módica quantia de 15000 dólares mensais, só com acesso a água fria (para ter aguá quente há extra). Daí que 95% da população faz 3 a 8 horas, diárias, em transportes, nalguns casos até viagens de avião, pois fica muito mais barato. Os filmes mostram milhões de jovens a viver lá, nada do que se vê na realidade. 
No caso dos "relógios", lembre-se que a Suiça ganhou essa capacidade por causa da banca "secreta". As principais exportações, até 1960, eram o chocolate e um canivete. Os relógios eram extras, para vender aos que lá iam depositar malas cheias de dinheiro, para não serem reconhecidos. Desde 2017, que o Turismo já rende 50000 vezes mais que a banca suiça, levando a, mais de, 9 milhões de bancos suíços a terem falido e os outros perderem 77% dos funcionários. E o chocolate voltou a subir, ficando atrás do turismo. 
Em 2015, a direita prometeu isso: impostos de 0,0000000001% e benefícios fiscais de 60000000 milhões de euros, para trazer para cá empresários e grandes empresas, voltámos ao mesmo, com Iniciativa Liberal, PSD e CDS a prometerem o mesmo (agora com 400000 milhões de ajudas aos portugueses) sem explicarem de onde vão tirar 960000 milhões de euros, para cumprirem as promessas que já fizeram e ainda nem em campanha estão. Mal ponham o IRC em 0,5% e o IRS em 15% (com 180 milhões de potenciais deduções por cada contribuinte), Bruxelas vai lançar investigações e lá vamos pagar muitos milhares de milhões de euros em multas, por violar os acordos económicos europeus. 
O novo aeroporto já devia estar em construção... o Montijo funciona e precisa das mesmas infraestruturas que o de Alcochete (não é só "já temos a ponte Vasco da Gama e a auto-estrada) mas, tem 2 problemas: não podem aterrar/descolar aviões, em Lisboa e no Montijo, ao mesmo tempo; a capacidade de estacionamento na Base Aérea 6 é de 12 a 17 aviões. Já em 2015 estes 2 problemas estavam no contrato que o governo assinou para avançar com ele. Agora já temos uma data: 2042. Vamos gastar 8000 milhões para daqui a 20 anos, irmos gastar 18000 milhões para fazer outro? É que a direita portuguesa (Iniciativa Liberal, Chega e muitos deputados do PSD) defendem o de Santarém, porque iria justificar a duplicação das faixas de rodagem na A1 e o comboio de "altíssima velocidade", entre Lisboa e Vigo. (Acho curioso que querem 4 pistas, 47 milhões de voos anuais mas,  a ligação ferroviária a Espanha ficou esquecida, deixando cá pouca gente, além que seria complicado lutar contra Gatwick, Heathrow e Orly, pelos voos de longo curso.) 
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De urinator a 07.12.2023 às 13:13

o turismo do tabuleiro na mão representa apenas o dobro da Auto Europa.
não há planos para a criação de riqueza.
' Andante ma non troppo '
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De Carlos Sousa a 07.12.2023 às 13:23

"...acrescendo que restarão ainda menos trabalhadores para contribuir para as pensões."
"...e a TAP que ainda há pouco nos consumiu mais de 4 mil milhões de Euros."


Continuamos com as falácias e a mesma demagogia para totós. 


Como se os pensionistas também não fossem morrendo.
A TAP não consumiu 4 mil milhões, foram 3 mil milhões. Então e o BPN não conta? Esse consumiu mais do dobro.
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De lucklucky a 08.12.2023 às 00:14


BPN foi escolha do Governo PS pagá-lo ninguém obrigou. 

Porque é que se esquece dos aumentos de capital da CGD? 
E porque é que os políticos ficam com o poder e ficam com os lucros quando dá e os cidadãos são os accionistas escravos que nunca têm dividendos da CGD?
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De lucklucky a 07.12.2023 às 13:40

Atendendo ao poder das pessoas que acreditam no aquecimento global duvido que seja necessário um novo aeroporto, aliás devemos-nos preparar para ter menos turismo.


O espantoso da discussão do aeroporto e em mais uma demonstração como o jornalismo é monocultural e reles, é como nunca se fala no interesse do campo de tiro de Alcochete para função militar...
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De Cá não há bar a 07.12.2023 às 20:22

O aeroporto tem de ser em Vendas Novas,para o pessoal chegar e ir logo ås bifanas.
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De lucklucky a 08.12.2023 às 00:16

Se existir o que é importante é que descentre Lisboa. E lá vão começar a chorar pela "gentrificação"...

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