por João Távora, em 25.08.22
Bolsonaro e Lula são lamentáveis excrescências democráticas e modernas de que ninguém civilizado em Portugal ou no Brasil verdadeiramente gosta de assumir "paternidade" histórica.
Bem esteve o presidente da Câmara Municipal do Porto Rui Moreira ontem em directo do Brasil na SIC a "desinfectar" essa aparente ferida, dando ecos da cerimónia da entrega por si ao Chefe de Estado brasileiro do coração do imperador D. Pedto I daquela grande e desconcertante nação inventada pelos portugueses - a única bem sucedida monarquia da América Latina. Este foi cedido pela edilidade no âmbito da relação entre dois estados soberanos e irmãos, não por especial favor a nenhum dos candidatos presidenciais. Pena que não tenha havido espaço na entrevista para a contextualização da pertença ao Porto da relíquia - são mais os brasileiros em romagem à Igreja da Lapa que os portuenses, que mal conhecem a história da sua Cidade Invicta na Guerra Civil entre liberais e tradicionalistas.
Já o estranho culto a um órgão humano conservado em formol numa espécie de cálice, é uma modernice idolatra. Os mais antigos só se ajoelhavam a Deus, nunca aos seus iguais. A história não é só progresso...