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De Carlos III a Marcelo I

por João Távora, em 05.05.23

(...) "Quais são os regimes mais propensos a golpes de estado e regimes autoritários? São repúblicas, em particular as presidencialistas. Quais foram os regimes mais violentamente repressivos de toda a história, provocando milhões de mortos entre a própria população? Repúblicas como a Alemanha nazi, a União Soviética ou a China comunista.

A história da Grã-Bretanha é um bom exemplo de que fazer equivaler monarquia e opressão, república e liberdade é, no mínimo, simplista. Um trauma central na cultura política britânica são as guerras civis de meados do século XVII, e, como resultado delas, o derrube da monarquia entre 1649-1660. Qual foi o resultado? A tomada do poder por um ditador militar, o general republicano vitorioso, Oliver Cromwell, e a dissolução forçada do parlamento. Por isso, desde 1688, os ingleses consolidaram um regime híbrido como a melhor forma de garantir as liberdades numa monarquia constitucional: “the crown in parliament”. Afinal numa democracia nem todos os órgãos de soberania têm de ser diretamente eleitos pelo povo, veja-se, por exemplo, os juízes, ou até, os presidentes de repúblicas tão relevantes como a Itália ou a Alemanha.

Haverá quem pense que as monarquias podem até ser garantias de continuidade e moderação, mas serão fortes bloqueios ao progresso. No entanto, se olharmos para mais um indicador objetivo, o índice de desenvolvimento humano, no top 10 de países com melhores condições de vida no planeta em 2022, cinco são monarquias, e na lista dos 10 mais atrasados nesse campo, todos são repúblicas. Também aqui não podemos simplificar." (...)

A ler o artigo de Bruno Cardoso Reis na integra aqui


16 comentários

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De Carlos Sousa a 05.05.2023 às 14:00

Isto é o que se chama comparar alhos com bugalhos.
Basta ver quantas monarquias há no mundo e quantas repúblicas há no mundo, para se ficar com uma ideia do que realmente as pessoas querem.
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De Anonimo a 05.05.2023 às 20:10

Isso daquilo que as pessoas querem (o querem por exemplo na China?) pode ser perigoso, na Hungria querem o Orban, em Portugal querem o Costa... perdão,  o Chega.
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De César a 05.05.2023 às 14:10

Boa tarde
Apenas uma nota com o devido respeito, concordando com o que o senhor disse: nomes próprios não são traduziveis. É o rei Charles III e não Carlos.
É o mesmo que chamar o senhor de John Távora. Está incorrecto.
Cumprimentos
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De César a 05.05.2023 às 14:12

Correcção e as minhas desculpas: a imprecisão que o autor do texto no Observador disse. 
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De G. Elias a 05.05.2023 às 15:28

A minha maior reserva relativamente às monarquias reside no facto de que numa república todos os cidadãos são iguais perante a lei e qualquer um pode aspirar a ascender ao mais alto cargo da nação, bastando para isso que apresente a sua candidatura. Já numa monarquia esse privilégio está reservado a um grupo muito reduzido de pessoas, que ganham direito a ocupar o cargo a partir do momento em que nascem. Haverá justiça nesta desigualdade?
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De balio a 06.05.2023 às 16:37


Haverá justiça nesta desigualdade?


Não há.


Bom comentário.


Acresce a hereditariedade, e o sistema do primogénito. O filho de um bom homem tanto pode ser tão bom com o pai, como ser um merdas. E o filho primogénito tanto pode ser melhor como pior do que os seus irmãos.


A monarquia não faz sentido nenhum.
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De Octávio dos Santos a 07.05.2023 às 19:10

É normal que existam pessoas tão limitadas intelectualmente que não conseguem ver, compreender, o «sentido» (as vantagens) da Monarquia. Não é motivo para se ter vergonha, e é também para isso que nós, monárquicos, cá estamos - para ajudar os menos dotados, coitados.
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De G. Elias a 07.05.2023 às 23:39

A ver se percebi o seu comentário: o povo é burro e não entende as vantagens da monarquia - esse entendimento só está ao alcance de alguns iluminados. É assim?
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De Octávio dos Santos a 08.05.2023 às 16:10

O meu comentário-resposta anterior não era dirigido a si mas sim ao «Balio», pessoa a quem não dedico uma consideração muito elevada, e ao qual dei um cunho sarcástico que, possivelmente, poderia ser mais nítido. De qualquer forma, não faltam argumentos - e factos - a favor da Monarquia que muitos republicanos insistem em não querer compreender nem aceitar, além de ignorarem referendos que têm legitimado e confirmado este tipo de regime.
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De G. Elias a 10.05.2023 às 09:56

Para além dos aspectos que referi no meu comentário inicial, há outro ponto que jogo contra a reposição da monarquia em Portugal: nem os pretendentes ao trono se entendem sobre quem é o legítimo pretendente e sobre a linha de sucessão. Ou seja, parece haver uma "luta" entre vários ramos sobre quem é realmente o titular do (suposto) cargo.
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De Octávio dos Santos a 10.05.2023 às 13:15

A palavra certa é mesmo «parece». Não existe, verdadeiramente, qualquer «luta» nesse âmbito, e só há actualmente um verdadeiro, legítimo, pretendente ao trono: D. Duarte Pio, Duque de Bragança (e, depois dele, os filhos). «Notícias» em contrário são habitualmente provocações produzidas e/ou patrocinadas por propagandistas republicanos.
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De G. Elias a 10.05.2023 às 13:42

Segundo sei, o ramo miguelista foi para sempre banido da linha de sucessão, por isso não entendo de onde vem a suposta legitimidade de Duarte Pio.
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De Octávio dos Santos a 10.05.2023 às 17:45

A legitimidade de D. Duarte Pio, que não é «suposta», vem do facto de o «ramo não miguelista» se ter extinguido após a morte, sem descendência, de D. Manuel II. O pai. D. Duarte Nuno, neto de D. Miguel, casou-se com D. Maria Francisca, bisneta do Imperador Pedro II do Brasil, união que simbolizou e concretizou a reconciliação da família Bragança. 
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De G. Elias a 10.05.2023 às 19:48

D. Manuel II não deixou sucessão mas como decerto saberá existem outros pretendentes, nomeadamente os descendentes de Maria Pia de Bragança (alegadamente filha do rei Carlos I), entre outros pretendentes.
Não pretendo aqui debater quem é que tem mais legitimidade para ocupar o cargo, apenas a salientar que essa questão não é consensual.
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De pitosga a 05.05.2023 às 15:34


João Távora,
artigo curioso.
Abraço
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De anónimo a 06.05.2023 às 18:15


É sempre o caso do protagonista, ou seja, "o cantor, não a canção".

Atribuir o bem estar de um País ao facto de tal acontecer por se viver num regime monárquico, ou não, não é linear.


Uma boa monarca, o exemplo será Elizabeth II, traduziu-se na superação de algumas fraquezas do regime parlamentar, bem assim como uma certa estabilidade na importante organização que é o Commonwealth. Reconhecidamente Ela.


Um candidato a Presidente numa República constitucional almeja, literalmente, ser PR. É essencialmente esse o seu plano. O actual PR em Portugal era um conhecido comentador e assim se mantém. Não era um bem preparado príncipe.

Um Monarca, bem formado, almeja realizar um bom reinado, não está preocupado com vencer eleições.

Mais importente, como se assistiu hoje na cerimónia de entronização, é-lhe explicado que o seu poder "vem de Deus" (1) e terá que ser usado com assinalados cuidados e limitações. Pompa, circunstância e testemunhas dentro e fora do RU.

Em República o poder do PR advem-lhe de um somatório de votos, votos esses fabricados pela comunicação social, como sabemos. O resto são mandatos presidenciais mais ou menos folclóricos.

(1)- neste caso o príncipe bem sabe que será Rei por um alheio mérito, nascimento. Chamemos-lhe "Deus" ou destino.

O ser Rei, ou Imperador, pela força das armas é outro tema.

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