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Este é um post em causa própria, ou seja, do meu interesse enquanto presidente da Montis.
No blog da Montis escrevi um post com o mesmo título deste e que acaba assim:
"O país está cheio de terras sem destino.
Pode-se esperar que o Estado resolva o problema (que é muito complicado), ou pode-se passar à prática ajudando-nos a dar um destino a algumas dessas propriedades.
É verdade que não é assim que o problema fica resolvido, mas há um bocadinho pequeno do problema que pode ser resolvido por nós, e esse bocadinho pequeno depende também de si.
A partir de um euro, a opção é sua."
É um post sobre a primeira semana de uma subscrição pública (agora chama-se crowdfunding) para comprarmos 8,5 hectares, cinco em Pampilhosa da Serra, 3,5 em Vouzela.
O país tem um grave problema de falta de gestão nas terras marginais.
É um problema económico porque resulta da falta de competitividade das economias que poderiam gerir essas terras (pastoreio, produção florestal, resinagem, etc.) mas é também um problema económico por realimentar essa falta de competitividade de duas maneiras: 1) aumenta enormemente o risco de investimento, por causa dos fogos que se desenvolvem onde se acumulam os combustíveis florestais (mato, raminhos, folhas, manta morta, etc.); 2) diminui a competitividade porque as actividades económicas associadas têm custos operacionais substanciais a tentar gerir o risco de incêndio.
Para além disso é um problema social, quer pelo impacto directo em vidas humanas, afectação de infraestruturas, criação de insegurança, etc, quer porque os governos, todos os governos, têm empenhado meios substanciais, que têm de ser financiados pelos impostos, em soluções que não resolvem o problema da convivência com o fogo e consomem riqueza que poderia ser mais bem usado noutras coisas.
Marginalmente é um problema ambiental, em algumas situações muito específicas (afectações de zimbrais, expansão de espécies invasoras, uma ou outra vez em que uma chuva torrencial logo imediatamente a seguir a fogo pode provocar problemas de qualidade de água, coisas deste tipo).
A generalidade das pessoas que se debruçam sobre o problema (para lá das questões de combate aos fogos, que são muito pouco eficientes para a gestão do fogo) alinham numa de duas opções (ou nas duas em simultâneo): 1) isto é um problema social que o Estado tem de resolver, e ficam à espera que o Estado resolva, sem explicar muito bem como e de onde vêm os recursos para essa solução (pessoalmente tenho defendido que o pagamento da gestão de serviços de ecossistema aos produtores poderia ajudar muito); 2) isto é um problema de má organização da actividade económica, a produção florestal é rentável e o que é preciso é ganhar escala, aumentar a tecnicidade, usar melhores clones, por aí fora.
As duas opções têm o seu papel parcial, mas na verdade não resolvem o problema das terras marginais no seu todo, quer porque o Estado, mesmo que consiga a posse dos terrenos, jamais terá capacidade para gerir áreas enormes com perdas económicas anuais pesadas, quer porque na verdade, mesmo com mais escala, mais tecnicidade, usando as melhores técnicas (no fundo, aproximando mais outros produtores do modelo de produção comercial das celuloses), a verdade é que esse modelo não rentável em grande parte do país (e, em algumas áreas, não é de todo desejável).
O que queremos fazer, e o que pensamos que temos vindo a fazer na Montis, é olhar para os problemas novos decorrentes das alterações económicas e sociais e propor soluções que são diferentes destas, sem esperar pelas mudanças de políticas públicas relevantes: muitas destas terras não têm hoje vocação nenhuma, ninguém sabe o que lhes fazer e a Montis sugere que muitas podem ser dedicadas à conservação da natureza, desde que geridas com esse propósito, o que implica conviver serenamente com o fogo.
Se isto lhe parece fazer sentido, se quiser mais informação, se achar que vale a pena experimentar, mesmo a muito pequena escala, para depois se avaliar de que forma podemos ser melhores na forma como as terras marginais podem contribuir para a riqueza do país (em sentido lato, incluindo portanto a riqueza em biodiversidade), então o que sugiro é que dê um salto à nossa campanha "Como coisa que nos é cedida" e, se ficar convencido, carregue no botão de contribuir para que nós possamos duplicar a área propriedade da Montis.
Um euro é um euro, e todos contam (para além de todos estarem abrangidos pelo regime de benefícios fiscais do mecenato).
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