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Da tolerância (outra vez máscaras)

por henrique pereira dos santos, em 22.04.22

Tenho visto vários comentários no sentido de boicotar ou interpelar (estou a falar no sentido de confrontar ao estilo dos proselitistas) pessoas com máscara, sobretudo trabalhadores de lojas e afins.

Fui a um supermercado, e durante o tempo todo que lá estive penso que não vi nenhuma outra pessoa sem máscara, com excepção de um homem com máscara meio posta, meio não posta, que explicava à senhora da charcutaria, que conhecia, que já não era obrigatório e tinha respondido não sei o quê quando na Caixa Geral de Depósitos uma funcionária lhe tinha dito que precisava da máscara.

Reparei que a senhora da charcutaria lhe respondeu que sim, tinha razão, já não era obrigatório, mas eles - os trabalhadores do supermercado - era melhor que usassem "já viu, estamos aqui com toda a gente", dizia fazendo um gesto largo com o braço, e o assunto morreu.

Quando estava a pagar, perguntei à senhora da caixa se todos usavam máscara por opção ou por indicação da empresa, respondeu-me imediatamente que, no caso dela, era por opção e iria sempre continuar a usar porque tinha um enfisema pulmonar, mas que tinham já recebido uma comunicação da empresa a dizer que já não era obrigatório.

Cortei (mais ou menos) a conversa (os portugueses a falar de doenças são terriveis, mas conheço a senhora e até acho que nem seria o caso), explicando que estava a perguntar apenas para saber se era opção do trabalhador ou da empresa, por curiosidade.

Penso que hoje parte das pessoas ainda usaram máscara por deficiência de informação, mas é bem provável, como diz o João Távora mais abaixo, que a coisa demore o seu tempo a resolver-se.

Depois de tanto tempo a aturar parvos que me mandavam pôr máscaras, quer explicitamente, quer com olhares imperativos, espero agora não ter de passar o tempo a defender o direito das pessoas a estarem com máscaras, se quiserem, perante parvos de sinal contrário que acham que todos têm de fazer o que acham adequado.


19 comentários

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De João Távora a 22.04.2022 às 17:09

Tens toda a razão. 
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De balio a 22.04.2022 às 17:42


Apoiado. As pessoas que quiserem usar máscara devem poder fazê-lo sem por isso serem vexadas ou olhadas de lado. Usar máscara deve ser uma opção legítima - tão legítima como uma mulher tapar a cabeça, por motivos religiosos ou outros quaisquer, com um véu ou com um lenço ou com um turbante ou com o que lhe apeteça.
As pessoas devem ser livres de trajar como queiram.
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De Tiro ao Alvo a 22.04.2022 às 19:09

Que comparação tão estapafúrdia!

Comparar máscaras para evitar contaminações com adereços, religiosos ou não, não lembraria ao diabo que, dizem, é muito imaginativo.

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De lucklucky a 23.04.2022 às 23:44

Ou seja devem poder andar nuas na rua.
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De balio a 24.04.2022 às 11:19

Você precisa que eu escreva tudo? É claro que há limites de decência e pudor. Mas só deve haver esses.
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De Vagueando a 22.04.2022 às 19:33

Tem razão. Há por aí muita gente que gosta de impor o seu (não) poder de impor aos outros aquilo que acha correto.
Contudo,  nos transportes públicos continuará a ser obrigatório. Assim não percebo os médicos (que supostamente sabem do que falam) queixarem-se antes da pandemia, que as pessoas entupiam as urgências nos picos da gripe, nunca terem recomendado às mesmas que usassem, durante esse pico, a máscara nos transportes públicos.
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De Anónimo a 22.04.2022 às 21:05

« os portugueses a falar de doenças são terriveis».

São terríveis porque são doentes. E a doença é de morte.
(Não estou só a falar da demografia...)
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De pitosga a 23.04.2022 às 09:42


Só me falta um topo no Guiness... Ver um gaijo a passear o cão e ambos com máscara.


Mas já vi um gaijo dentro de um carro grande alemão, sozinho, de vidros fechados, com máscara e com viseira. Uma besta. Aliás é o que há mais por aí.
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De Carlos Sousa a 23.04.2022 às 11:10

Eu acho que até é bom sinal haver parvos dum lado e do outro. É sinal que a vacinação foi um êxito e atingimos finalmente a parvoíce de grupo.
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De Anónimo a 23.04.2022 às 12:43

A insensatez de alguns agora leva-os a tornarem-se "caça utilizadores de mascara". Advogam a não utlização de máscara e outras regras com a liberdade, constituição e afins, mas pelos vistos ignoram que continuamos com mais de 20 mortos por dia, assim como a liberdade de cada um poder continuar a usar máscara quando achar necessário.
Obviamente que este alivio, ninguém usa máscara porque sim, irá agravar o numero de infeções, aumentar o numero de internados em enfermaria e cuidados intensivos e atrapalhar mais o já exaurido SNS.
Resta-nos que esse efeito seja atenuado pela sensatez de quem continua a usar mascara em locais, para além dos indicados pelo governo, onde as pessoas se aglomeram.


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De henrique pereira dos santos a 24.04.2022 às 07:27

Tenho uma novidade para si: não há demonstração, em lado nenhum do mundo, que eu conheça, de qualquer relação entre a evolução da incidência desta doença e o uso obrigatório de máscaras.
No entanto, percebo bem o seu ponto de vista: se correr mal, é por causa da insensatez dos que não usam máscara, se correr bem, é por causa da sensatez dos que usam máscara.
Assim é fácil ser santo.
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De Carlos Sousa a 24.04.2022 às 10:32

Quando as pessoas aceitam a ladainha dos mortos covid sem qualquer confirmação de autópsias é inútil tentar argumentar. É mais fácil enganar uma pessoa do que mostrar-lhe que foi enganada.
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De Anónimo a 25.04.2022 às 10:49

Resta é saber quem está enganado. Não pode assegurar os obitos por covid porque não se fizeram autópsias, mas pelo mesmo motivo, já não são mortos covid (brilhante dedução), apesar de pelo menos terem covid quando morreram. As pessoas só acreditam no que querem, mesmo apesar de estar à vista a maior probabilidade. 
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De Carlos Sousa a 25.04.2022 às 11:06

"( brilhante dedução)"


A dedução é sua, aliás não é uma dedução é uma falácia. 
A ausência de autópsias impede a confirmação dos mortos covid mas não impede a existência de mortos covid. 
Penso que isto é básico mas é como você diz, as pessoas só acreditam no que querem. 
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De Anónimo a 24.04.2022 às 16:44

"não há demonstração, em lado nenhum do mundo, que eu conheça, de qualquer relação entre a evolução da incidência desta doença e o uso obrigatório de máscaras" - Nem sei porque vamos continuar, por obrigação, a usar máscaras nos transportes publicos. Já nem falo em establelecimentos de saúde e lares. De facto, os nossos especialistas é que estão mal, conquanto sempre houve uns que estiveram bem. Até quando se opuseram às vacinas, ou quando se recusaram a usar máscara em estabelecimentos comerciais. como eu assisti, e havia fila de ambulâncias à porta do HSM.
Alíás, nem sei porque houve criticas à DGS porque ao inicio da pandemia, por falta de máscaras, as mesmas foram desaconselhadas pela organização, e mais tarde aconselhadas. Assim é fácil estar certo (há quem prefira santo). Se a DGS diz A, nós dizemos B, se a DGS diz B nós dizemos A. O argumento é que não podemos ser carneiros e obedecer ao governo, nem que seja só porque ... sim.
E voltando ao inicio, nem sei porque a máscara foi utilizada em todo o mundo durante as fases criticas da pandemia se nunca houve / não há tal demonstração.
Quanto ao correr bem ou mal, ainda não chegámos ao correr bem pelos numeros existentes face às metas estabelecidas (achará que as mesmas estão erradas). Já nem falo no ainda desconhecimento da doença que origina que alguns após a contrairem nunca mais foram os mesmos.
Como tal, acho que a sensatez de em locais de aglomeração continuar a usar máscara é a atitude correta, eu, que na fase critica da pandemia não andei de alcool a tiracolo e tratar os meus semelhantes como seres pestilentos e contagiosos. Não vale é a pena ... facilitar.
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De henrique pereira dos santos a 25.04.2022 às 07:22

Não, não foi em todo o mundo, nem foi da mesma maneira, que as máscaras foram tornadas obrigatórias e é exactamente por isso que é possível fazer comparações e existem milhões de dados sobre o assunto.
Só que esses milhões de dados sobre o assunto não permitem fazer demonstração nenhuma de que há uma relação entre a obrigatoriedade do uso de máscaras e a evolução da epidemia.
Para responder a este facto, não vale a pena agitar espantalhos como a oposição às vacinas, por exemplo, pelo menos no que me diz respeito, pelo simples facto de nunca ter lido rigorosamente nada escrito por mim que seja contra vacinas.
Estou de acordo, é completamente incompreensível que continue a ser obrigatório o uso de máscara, seja onde for: as pessoas são perfeitamente capazes de tomar decisões quanto ao uso de máscaras para se proteger quando entendem.
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De Anónimo a 25.04.2022 às 10:56

"as pessoas são perfeitamente capazes de tomar decisões quanto ao uso de máscaras para se proteger quando entendem.", pois, nem todas, a realidade dos ultimos dois anos assim o demonstra, pelas atitudes irreponsaveis que se conheceram e das muitas mais, com certeza, que nunca se conheceram.
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De henrique pereira dos santos a 25.04.2022 às 11:09

Repare, está a partir do princípio de que a sua opinião é a verdade.
Eu, que sou mais cartesiano e acho que a minha opinião é só a minha opinião (e sobre ela tenho muitas dúvidas), estou a pedir-lhe uma coisa simples: uma demonstração, verificável, de que o que chama irresponsabilidade das pessoas tem alguma relação com a evolução da epidemia.
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De Carlos Sousa a 25.04.2022 às 11:59

Se isso fosse assim tão linear, desgraçados dos africanos. Com esgotos a céu aberto, sem vacinas e sem máscaras a esta hora já tinham desaparecido todos.

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