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Se quando um polícia mata um ladrão num assalto é objecto de investigação e pode ser responsabilizado por isso, se quando uma instrução de comandos corre mal os superiores hierárquicos podem ser responsabilizados por porem a vida de terceiros em risco, qual será a razão para que nunca se ponha a hipótese de responsabilizar criminalmente os comandantes de bombeiros que, por inconsciência ou incompetência na leitura do fogo, põem a vida de terceiro em risco, sem qualquer utilidade prática?
Não vale a pena dizer que o fogo é imprevisível: alguns dias antes de começarem as condições meteorológicas em que se verificam estas situações, o Laboratório de Fogos Florestais da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro publicou um post chamando a atenção para as características dos fogos que se iriam verificar com as condições meteorológicas previstas por volta de 6 de Setembro, pondo a tónica exactamente na elevada probabilidade de acontecer o que aqui aconteceu.
Note-se que havendo fogo posto na origem deste incêndio, o facto é que o fogo foi dado como em conclusão e os bombeiros tiveram três dias de condições meteorológicas favoráveis para fazer um rescaldo bem feito, o que se passou nestes últimos dias resulta de um reacendimento. Não há nenhuma responsabilidade a apurar sobre o rescaldo que foi feito de modo a saber se o reacendimento foi uma inevitabilidade ou o resultado de trabalho mal feito?
Compreendo que se fique fascinado com a coragem dos bombeiros em causa (pelo que percebi, não confirmei totalmente, três terão recebido tratamento por queimaduras) mas o que está aqui em causa não é a heroicidade de cada uma das pessoas envolvidas e sim o facto do pensamento mágico ter mais peso nas organizações que a racionalidade e o conhecimento que existe e pode ser mobilizado de forma socialmente útil.
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