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O propósito da geringonça protegida e até liderada por Marcelo Rebelo de Sousa, amigo de longa data de Ricardo Salgado, é esconder e impedir. O propósito é esconder o verdadeiro estado do país e impedir um verdadeiro recontro jurídico com o passado. O propósito é evitar que se reforme o SNS ou o Metro, entre outras coisas, e impedir que se investigue a fundo a CGD, a TAP, o socratismo, o BES, esse caso que o “Marcelo comentador” comentava através da lente do amigo.
A geringonça que expulsou Passos, porque tinha (e tem) medo do seu reformismo, é a mesma geringonça que agora expulsa Joana Marques Vidal, porque tem medo das investigações em curso
Se o propósito é impedir e esconder, Joana Marques Vidal era uma adversária tão ou mais poderosa do que Passos Coelho. Estava escrito: a geringonça que expulsou Passos, porque tinha (e tem) medo do seu reformismo, é a mesma geringonça que agora expulsa Joana Marques Vidal, porque tem medo das investigações em curso. É só isto. Nem por acaso, Joana Marques Vidal foi logo atacada pelo ministro-sombra de Costa, Rui Rio, que se juntou desde o início ao coro liderado pelo PS e por Costa.
António Costa, político do PS e ministro do socratismo, não podia gostar de Joana Marques Vidal. Quem se mete com o PS leva! Há dias, aqui no Expresso, Luís Marques mencionou as pressões de que Souto Moura foi alvo devido ao processo Casa Pia, que acabou por envolver figuras do PS. Um dia saberemos. O certo é que, depois de Souto Moura, o PS colocou na Procuradoria uma comédia. É este mesmo PS que agora recusa reconduzir a única procuradora que nos deu a sensação de vivermos numa democracia a sério, onde os poderosos não estão acima da lei. Guardião dos interesses das clientelas eleitorais que não querem as reformas, o PS julga-se acima da lei, julga-se acima do bem e do mal. Marcelo, amigo de Salgado, é conivente.
De repente, o fedor dos anos socráticos voltou.
Henrique Raposo no Expresso Diário
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