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Crua lucidez

por João Távora, em 28.09.24

A prova inelutável de que estamos a convergir com a Europa é que, pela primeira vez, partilhamos os mesmos problemas. Em vez de nos exasperarmos com a nossa pobreza relativa, já nos apoquentamos com os números da imigração. Estamos praticamente a ficar ingleses. Os ingleses também estão a empobrecer. Se isto não é convergência, o que é convergência?

O mundo ocidental tem que fazer escolhas difíceis, mas descobriu a salvação evadindo-se para uma escolha fácil: a extrema-direita. Só a extrema-direita e a extrema-esquerda oferecem um mundo simplificado em dois tons: o preto e o branco, o mal e o bem, o desejável e o indesejável. Não há que hesitar, não se requerem quaisquer trade-offs. Basta alistarmo-nos na cruzada contra os sarracenos do “sistema”, os quais, como uma hidra sabida, têm várias cabeças. Corta-se uma, nasce outra.

Envelhecidos ou monoparentais, os narcisos sem bebés não querem o influxo demográfico do estrangeiro pós-colonial. Cada um na sua casa, queixamo-nos do contributo negativo do Alojamento Local para a crise da habitação. Em breve decrépitos, queremos que o Estado, através dos filhos dos outros, cuide de nós. Pensões serão de miséria sem crescimento económico. E crescimento económico é difícil de conceber com uma pirâmide demográfica invertida.

Com o eleitorado envelhecido e rancoroso (nós), será cada vez mais difícil travar a pressão para o aumento da despesa corrente e dos impostos. Nenhuma reforma será consentida. A corrida para o fundo será acelerada, com a economia a estiolar. Os jovens que podem fugir fugirão. Os jovens que querem entrar não o conseguirão fazer.

(...) 

Talvez os ativistas credenciados nas sociologias patrocinadas pelos impostos cobrados à imunda economia ingressem na vida produtiva, dando do mesmo passo descanso ao padre António Vieira, ao Camões e à língua portuguesa, serva e perpetuadora do patriarcado pós-neocolonial. Quem sabe?

Não se discute nada de jeito. Esmolas maiores ou menores são atiradas dos parapeitos do Estado. São as gémeas. São os eucaliptos. São as comissões de inquérito. É o grande capital. É a falta de capital. Deus nos acuda.

Sérgio Sousa Pinto a ler na integra aqui no Expresso


8 comentários

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De cela.e.sela a 28.09.2024 às 14:44

xuxa não cria riqueza; distribui o suor dos outros
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De cela.e.sela a 28.09.2024 às 15:05

«El modelo de Naciones Unidas, que había sido exitoso, cuyo origen podemos rastrear, en las ideas del presidente Wilson, que hablaba de la "sociedad de paz sin victoria" y que se fundaba en la cooperación de los Estados nación, ha sido abandonado; ha sido reemplazado por un modelo de gobierno supranacional de burócratas internacionales, que pretenden imponerles a los ciudadanos del mundo un modo de vida determinado. Lo que se está discutiendo - esta semana, aquí, en Nueva York, en la Cumbre del Futuro - no es otra cosa que la profundización de ese rumbo trágico que esta institución ha adoptado. Así, la profundización de un modelo que - en palabras del propio secretario de las Naciones Unidas - exige definir un nuevo contrato social a escala global, redoblando los compromisos, de la Agenda 2030.»

Palabras del Presidente de la Nación Javier Milei, en el debate general, del 79 Período de Sesiones, de la Asamblea General de Naciones Unidas, Nueva York, Estados Unidos

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De Anónimo a 28.09.2024 às 15:22

Esse xuxa mete nojo, citá-lo neste blogue é uma ofensa a quem cá vem procurar informar-se e não ler propaganda xuxa.
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De Silva a 28.09.2024 às 17:25

"O mundo ocidental tem que fazer escolhas difíceis"
Falso, a grande maioria das escolhas são sempre simples e fáceis, por exemplo, as escolhas de Sérgio Sousa Pinto podem ser relembradas aqui.
Sérgio Sousa Pinto – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org) (https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9rgio_Sousa_Pinto)
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De marina a 29.09.2024 às 01:19

desde 2008 que empobrecemos.  cada ano mais. os sucessivos aumentos de salário mínimo representam uma absurda perda de valor das pensões. quando me reformar , apesar de ter descontado  sempre bem acima do salário mínimo , o mais provável é receber abaixo. surreal que me tenham obrigado a contribuir para a minha pobreza. vá lá que fui educada para desconfiar do estado e da banca, se não estava tramada.
  e ninguém fala nisto. e tanto dá ps como psd , ambos resolvem problemas provocando pobreza.  estou fartinha da "democracia " politica.
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De Elvimonte a 30.09.2024 às 01:18

A Europa está a ser colonizada paulatina e subrepticiamente sob a égide de uma geração de políticos que considero a pior desde o final da 2ª GM.


Comece-se com o pan-europeísmo do conde Coudenhove-Kalergi,  o primeiro a receber o prémio Charlemagne. Tudo o que está a acontecer foi por ele teorizado nos seus livros "Pan-Europe" (1923) e " Praktischer Idealismus" (1925).


"The man of the future will be of mixed race. The races and classes of today will gradually disappear due to the elimination of space, time, and prejudice. The Eurasian-negroid race of the future, similar in appearance to the Ancient Egyptians, will replace the diversity of peoples with the diversity of individuals." ('Praktischer Idealismus', 1925, Count Richard Coundehove Kalergi)


Passemos agora ao ex-presidente francês Nicolas Sarkosy que, sem explicar as razões, fez um excelente resumo de alguns dos objectivos visíveis e imediatos:


“What is the goal? It’s going to be controversial. The goal is to meet the challenge of racial interbreeding. The challenge of racial interbreeding that faces us in the 21st Century….It’s not a choice — it’s an obligation. It’s an imperative. We cannot do otherwise. We risk finding ourselves confronted with major problems.…We must change. Therefore, we will change….We are going to change all at the same time. In business, in administration, in political parties. And we are obligated ourselves as to results. If volunteering doesn’t work, the state will move to more coercive measures.” (French President Nicolas Sarkosy, 2008)


(continua)

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De Elvimonte a 30.09.2024 às 01:26

(continuação)


Continue-se com o grupo Bilderberg, nas palavras de um dos seus fundadores:


“We are grateful to the Washington Post, The New York Times, Time Magazine and other great publications whose directors have attended our meetings and respected their promises of discretion for almost 40 years. … It would have been impossible for us to develop our plan for the world if we had been subjected to the lights of publicity during those years. But, the world is now more sophisticated and prepared to march towards a world governmentThe supranational sovereignty of an intellectual elite and world bankers is surely preferable to the national auto-determination practiced in past centuries.” (David Rockefeller at the Bilderberg Meeting, Baden Germany, June 1991, https://www.aspentimes.com/news/beware-new-world-order/)


Veja-se agora um excerto de  "The First Global Revolution", da autoria de Alexander King e Bertrand Schneider e publicado em 1992  sob o auspício do Clube de Roma na sequência de relatórios anteriores:


"In searching for a common enemy against whom we can unite, we came up with the idea that pollution, the threat of global warming, water shortages, famine and the like, would fit the bill. In their totality and their interactions these phenomena do constitute a common threat which must be confronted by everyone together. But in designating these dangers as the enemy, we fall into the trap, which we have already warned readers about, namely mistaking symptoms for causes. All these dangers are caused by human intervention in natural processes, and it is only through changed attitudes and behaviour that they can be overcome. The real enemy then is humanity itself."

(https://archive.org/details/TheFirstGlobalRevolution/page/n85)


(continua)

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De Elvimonte a 30.09.2024 às 01:28

"75 years ago Herman Goering testified at the Nuremberg Trials and he was asked: how did you make the German people go along with all this? He replied it's an easy thing. The only thing a government needs to make people into slaves is fear. You can do this in a nazi regime, you can do it in a socialist regime, in a communist regime, in a monarchy and in a democracy."

(RFK, Jr., https://www.bitchute.com/video/DqwsHsyOmSUw/)


(continuação)

Acrescente-se ainda que o Ocidente tem estado a empobrecer desde o advento da globalização e vai continuar até que os fluxos líquidos de capitais deixem de ser favoráveis ao Oriente. Como se isso não bastasse, o peso dos salários no PIB dos países ocidentais tem vindo a decrescer genericamente desde meados da década de 1970 (vd. https://www.researchgate.net/figure/Adjusted-Wage-Share-in-the-European-Union-1960-2000_fig3_239923475 e "Profits without Prosperity", da autoria de William Lazonick e publicado na Harvard Business Review) e a isso não será estranho o fim do sistema Bretton-Woods. O empobrecimento da generalidade das populações do Ocidente não tem nada de novo, havendo contudo quem só agora tenha despertado para essa crua realidade.


Mais recentemente, com a crescente desindustrialização da Alemanha em consequência de ter ficado sem energia barata há dois anos atrás (recorde-se que, embora isto só possa ser sussurrado, não vão as manadas de votos tresmalharem-se, “The primordial interest of the US is to split Russia and Germany, because united they are the only force that could threaten us.", George Friedman, Stratfor), Mario “whatever it takes” Draghi vem agora reconhecer, na opinião de alguns, o declínio irreversível da EU. A sua proposta de criação de “euro-bonds” embateu imediatamente na parede alemã, como seria de esperar de quem ainda não percebeu que um sucedâneo do plano Morgenthau está em curso.


A terminar, com os cumprimentos do Fórum Económico Mundial:


"In the future you'll own nothing and you'll be happy."

(https://en.wikipedia.org/wiki/You%27ll_own_nothing_and_be_happy)

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