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Covilhã

por Miguel A. Baptista, em 26.03.21

Covilhã.png

Esta semana fui à Covilhã ver os meus pais. Não os via desde o Verão. Nos 51 anos de vida que já cá cantam nunca tinha tido um período tão longo sem os visitar. No Natal hesitei se lá iria, mas a prudência sobrepôs-se à tradição. Fui lá agora, após ambos terem sido vacinados.

Ir “à terra” comporta sempre um conjunto de emoções relativamente forte. Aqueles que viram o filme Cinema Paraíso lembrar-se-ão da nostalgia, e da carga emotiva, do momento em que Salvatore (Toto) regressa à sua terra natal. Ainda que, eventualmente, de forma mais suave é esse o tipo de sensação que tenho.
 
A infância, e a juventude, são lugares estranhos. São momentos de muitos afectos e emoções, no meu caso não porque tenha vivido de forma muito intensa, a minha vida até era relativamente calma e monótona, mas porque senti de forma muito intensa. Era um rapaz tímido, de óculos, com poucos amigos, mas com um mundo interior fervilhante. Ainda agora, algum excesso de imaginação que tenho vem-me da capacidade de ideação, devaneio e sonho que na altura desenvolvi.
 
O lugar, o palco, onde vivemos essas emoções fica-nos, de forma indelével, colado à pele. Eu sei que é uma banalidade, mas é verdade que nós podemos sair da nossa terra de infância, mas esta nunca sairá de nós.
 
A idade trouxe-me algo, que ainda não entendi se é uma bênção ou maldição, a capacidade de relativizar. Ou seja, a capacidade de saltar para fora do meu mundo e vê-lo como se se tratasse de um filme em que o protagonista era outro que não eu.
 
E pronto, ia escrever um post para falar da candidatura, anunciada ontem, do Pedro Farromba e do Adolfo Mesquita Nunes à Câmara da Covilhã, mas tenho os planos alterados. Como isto resvalou para um registo intimista e não pretendo misturar, demasiadamente, sentimentalismo e política essa reflexão ficará para um outro escrito.
 
(Banda sonora do post aqui)


3 comentários

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De SAP3i a 26.03.2021 às 19:01

O que muda não é o mundo, é a nossa compreensão dele.
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De Anónimo a 26.03.2021 às 21:24

Covilhã, cidade neve ... os tempos mudaram, mas os lugares permanecem nas nossas memórias. A Escola Campos Melo, a Universidade (que na altura era Instituto), a Casa Amarela, o Primor ... quanto à política, é melhor não falar (escrever). A Covilhã, outrora cidade industrial, é agora uma cidade universitária. No entanto não pode continuar "agarrada" ao passado e refém de interesses corporativos.
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 27.03.2021 às 17:31

http://www.rebordelo.net/cripto-judaismo/halapid/n016/Ha-Lapid_ano03-

O nosso amigo. o sr. tenente Elias da Costa, cripto-judeu da Covilhã, publicista notavel que tem procurado em varias publicações elevar o nível intelectual dos seus concidadãos, acaba de publicar um livro interessantissimo com o titulo «A Covilhã no trabalho»

1929 creio 

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