Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]




Costa e Silva: as infraestruturas e os estivadores (2)

por Jose Miguel Roque Martins, em 23.07.20

 

Costa e Silva propõe um conjunto de infraestruturas imponente. É a sua primeira proposta vertical, como lhe chama.  

Não deixando de concordar que quanto mais e melhores infraestruturas estiverem ao nosso dispor, melhor, se não tivermos que prescindir de nada mais importante. O investimento em pessoas e em liberdade económica são bem mais essenciais. Do que temos que abdicar para termos mais infraestruturas? Um tema não tratado. 

Como exemplo de pormenor das omissões insanáveis das propostas deste relatório, neste capitulo, escolhi os Portos.

O tão enaltecido valor dos Portos nacionais e a sua privilegiada localização estratégica, enquanto geradores de valor, não é contestável. Resta saber para quem. Se para quem investe ou para os estivadores que vão sugar, como têm feito, a competitividade das infraestruturas. Que eu saiba, os portos não estão saturados. Porquê? Sem resolver o problema do grupo de pressão constituído pelos  estivadores dos portos, desconfiamos que serão eles, não os investidores ou o Pais os principais usufrutuários de qualquer investimento. Porque então faze-lo? Já temos a nossa capacidade esgotada? O investimento é tão bom que resiste a qualquer ataque? Então porque é que os privados não investem?

Como não mencionar este pormenor, que torna os nossos portos pouco competitivos, ao contrario do que aconteceria se existisse um mercado laboral livre? Como conciliar os investimentos com uma situação de rendas excessivas dos estivadores que se eterniza á anos? Como aceitar em democracia e numa sociedade que se pretende mais igual, que grupos de pressão impeçam criação de riqueza para a sociedade? Como aceitar que um plano para os próximos 10 anos seja completamente omisso quanto ao desmantelamento da enorme teia de grupos de pressão que são um colete de forças para a nossa economia?

As soluções aparentam sempre passar por investimentos de recursos que não temos, e não corrigirmos problemas estruturais que não requerem investimento. 

Todos os  problemas de uma economia de mercado distorcida e manietada, são sistematicamente ignorados ao longo do relatório de Costa e Silva que, quanto muito, prevê agudizar o problema.

 


8 comentários

Sem imagem de perfil

De Anónimo a 23.07.2020 às 11:11

o socialismo não vai além das obras públicas
sem quantificar
Sem imagem de perfil

De Luís Lavoura a 23.07.2020 às 16:48


Parece-me um bocado incrível a afirmação, implicitamente contida neste post, que os portos portugueses não são competitivos apenas devido aos direitos laborais dos estivadores.
Aposto que os estivadores portugueses auferem bem menos dinheiro do que os estivadores dos portos espanhóis mais competitivos.
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 24.07.2020 às 13:29

Caro Luis 


Infelizmente não é o único motivo num país fustigado por más praticas e por grupos de interesse ilegítimos. Mas são um dos problemas que afligem a rentabilidade dos Portos. 
O Luis não acha que existem demasiados grupos de pressão em Portugal? Pessoalmente acredito que quase todos os portugueses ( incluindo eu) pertence a um desses grupos. 
Mas o resultado final não se cancela. È o bolo social que encolhe, pelo que, se mesmo por milagre, tivéssemos uma compensação exata, os grupos de pressão e os privilégios de cada grupo são um estigma tremendo para a nossa economia. 
E esse facto não é mencionado no estudo do Sr Costa e Silva. 
Sem imagem de perfil

De Luís Lavoura a 24.07.2020 às 16:52


É normal que existam interesses. Os quais, em geral, são legítimos.
Também é normal, e legítimo, que existam grupos de pressão. É normal que as pessoas pressionem para fazer avançar os seus interesses.
Podemos discutir muitas coisas, como a forma como cada grupo de pressão pressiona, ou as leis que protegem certos interesses e desprotegem outros. Mas, é sempre normal e legítimo que existam interesses e os correspondentes grupos de pressão.
Sem imagem de perfil

De voza0db a 23.07.2020 às 19:13


Artigo típico de um escravo tuga que acha que quanto menos os outros escravos ganharem melhor para ele!


Sugiro que vás trabalhar para a estiva... e depois escreve outro.
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 24.07.2020 às 04:55

cada vez se escreve pior.
"rendas excessivas dos estivadores que se eterniza á anos?"


HÁ anos.
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 24.07.2020 às 12:35

Caro Senhor
"...para os estivadores que vão sugar, como têm feito, a competitividade das infraestruturas, ..."



Uma história, um pouco folclórica possivelmente, mas que confirma a expressão "sugar" no seu pior sentido, é a do ex-estivador (Bibi do benfica) que se passeia de rolls royce , é o maior proprietário/empresário de casas no bairro do Restelo, devedor ao fisco, com pena de prisão com liberdade suspensa, etc: parece que havia uma máquina eficaz para sugar os bens em trânsito...!


Cumprimentos


Vasco Silveira
Sem imagem de perfil

De Anónimo a 24.07.2020 às 13:25

infelizmente não faltam grupos e pessoas que sugam a sociedade portuguesa! 

Comentar post



Corta-fitas

Inaugurações, implosões, panegíricos e vitupérios.

Contacte-nos: bloguecortafitas(arroba)gmail.com



Notícias

A Batalha
D. Notícias
D. Económico
Expresso
iOnline
J. Negócios
TVI24
JornalEconómico
Global
Público
SIC-Notícias
TSF
Observador

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Comentários recentes

  • zé onofre

    Boa noiteA guerra começou no dia em que um homem (...

  • Anónimo

    Se foossem os também exóticos eucaliptos seria mui...

  • Anónimo

    A cidade tende sempre a concentrar o poder polític...

  • Anonimus

    SubscrevoAdicionaria privatização total da banca, ...

  • António

    O Sr. Dyson está rico. Bem o merece, ninguém é obr...


Links

Muito nossos

  •  
  • Outros blogs

  •  
  •  
  • Links úteis


    Arquivo

    1. 2024
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    14. 2023
    15. J
    16. F
    17. M
    18. A
    19. M
    20. J
    21. J
    22. A
    23. S
    24. O
    25. N
    26. D
    27. 2022
    28. J
    29. F
    30. M
    31. A
    32. M
    33. J
    34. J
    35. A
    36. S
    37. O
    38. N
    39. D
    40. 2021
    41. J
    42. F
    43. M
    44. A
    45. M
    46. J
    47. J
    48. A
    49. S
    50. O
    51. N
    52. D
    53. 2020
    54. J
    55. F
    56. M
    57. A
    58. M
    59. J
    60. J
    61. A
    62. S
    63. O
    64. N
    65. D
    66. 2019
    67. J
    68. F
    69. M
    70. A
    71. M
    72. J
    73. J
    74. A
    75. S
    76. O
    77. N
    78. D
    79. 2018
    80. J
    81. F
    82. M
    83. A
    84. M
    85. J
    86. J
    87. A
    88. S
    89. O
    90. N
    91. D
    92. 2017
    93. J
    94. F
    95. M
    96. A
    97. M
    98. J
    99. J
    100. A
    101. S
    102. O
    103. N
    104. D
    105. 2016
    106. J
    107. F
    108. M
    109. A
    110. M
    111. J
    112. J
    113. A
    114. S
    115. O
    116. N
    117. D
    118. 2015
    119. J
    120. F
    121. M
    122. A
    123. M
    124. J
    125. J
    126. A
    127. S
    128. O
    129. N
    130. D
    131. 2014
    132. J
    133. F
    134. M
    135. A
    136. M
    137. J
    138. J
    139. A
    140. S
    141. O
    142. N
    143. D
    144. 2013
    145. J
    146. F
    147. M
    148. A
    149. M
    150. J
    151. J
    152. A
    153. S
    154. O
    155. N
    156. D
    157. 2012
    158. J
    159. F
    160. M
    161. A
    162. M
    163. J
    164. J
    165. A
    166. S
    167. O
    168. N
    169. D
    170. 2011
    171. J
    172. F
    173. M
    174. A
    175. M
    176. J
    177. J
    178. A
    179. S
    180. O
    181. N
    182. D
    183. 2010
    184. J
    185. F
    186. M
    187. A
    188. M
    189. J
    190. J
    191. A
    192. S
    193. O
    194. N
    195. D
    196. 2009
    197. J
    198. F
    199. M
    200. A
    201. M
    202. J
    203. J
    204. A
    205. S
    206. O
    207. N
    208. D
    209. 2008
    210. J
    211. F
    212. M
    213. A
    214. M
    215. J
    216. J
    217. A
    218. S
    219. O
    220. N
    221. D
    222. 2007
    223. J
    224. F
    225. M
    226. A
    227. M
    228. J
    229. J
    230. A
    231. S
    232. O
    233. N
    234. D
    235. 2006
    236. J
    237. F
    238. M
    239. A
    240. M
    241. J
    242. J
    243. A
    244. S
    245. O
    246. N
    247. D