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Costa e Silva propõe um conjunto de infraestruturas imponente. É a sua primeira proposta vertical, como lhe chama.
Não deixando de concordar que quanto mais e melhores infraestruturas estiverem ao nosso dispor, melhor, se não tivermos que prescindir de nada mais importante. O investimento em pessoas e em liberdade económica são bem mais essenciais. Do que temos que abdicar para termos mais infraestruturas? Um tema não tratado.
Como exemplo de pormenor das omissões insanáveis das propostas deste relatório, neste capitulo, escolhi os Portos.
O tão enaltecido valor dos Portos nacionais e a sua privilegiada localização estratégica, enquanto geradores de valor, não é contestável. Resta saber para quem. Se para quem investe ou para os estivadores que vão sugar, como têm feito, a competitividade das infraestruturas. Que eu saiba, os portos não estão saturados. Porquê? Sem resolver o problema do grupo de pressão constituído pelos estivadores dos portos, desconfiamos que serão eles, não os investidores ou o Pais os principais usufrutuários de qualquer investimento. Porque então faze-lo? Já temos a nossa capacidade esgotada? O investimento é tão bom que resiste a qualquer ataque? Então porque é que os privados não investem?
Como não mencionar este pormenor, que torna os nossos portos pouco competitivos, ao contrario do que aconteceria se existisse um mercado laboral livre? Como conciliar os investimentos com uma situação de rendas excessivas dos estivadores que se eterniza á anos? Como aceitar em democracia e numa sociedade que se pretende mais igual, que grupos de pressão impeçam criação de riqueza para a sociedade? Como aceitar que um plano para os próximos 10 anos seja completamente omisso quanto ao desmantelamento da enorme teia de grupos de pressão que são um colete de forças para a nossa economia?
As soluções aparentam sempre passar por investimentos de recursos que não temos, e não corrigirmos problemas estruturais que não requerem investimento.
Todos os problemas de uma economia de mercado distorcida e manietada, são sistematicamente ignorados ao longo do relatório de Costa e Silva que, quanto muito, prevê agudizar o problema.
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