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Conferência das partes

por henrique pereira dos santos, em 21.11.22

Acabou a 27ª CoP da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas.

É raro escrever ou falar de alterações climáticas porque não tenho nada de útil que mesmo remotamente possa acrescentar alguma coisa ao debate sobre o assunto, por me faltar competência na matéria.

O objectivo dessa convenção é tão claro quanto possível numa convenção internacional que se pretende que abranja praticamente todos os países do mundo: "O objectivo final desta Convenção e de quaisquer instrumentos legais que a Conferência das Partes possa vir a adoptar é o de conseguir, de acordo com as disposições relevantes da Convenção, a estabilização das concentrações na atmosfera de gases com efeito de estufa a um nível que evite uma interferência antropogénica perigosa com o sistema climático. Tal nível deveria ser atingido durante um espaço de tempo suficiente para permitir a adaptação natural dos ecossistemas às alterações climáticas, para garantir que a produção de alimentos não seja ameaçada e para permitir que o desenvolvimento económico prossiga de uma forma sustentável".

O que me interessa realçar é a tónica na necessidade de ponderar quer o efeito das actividades humanas nos sistemas naturais, quer o efeito das medidas a adoptar no desenvolvimento económico.

E é exactamente porque essa ponderação nunca será científica, que não faz sentido discutir a questão das alterações climáticas partindo do pressuposto de que a ciência diz isto ou aquilo (não, não diz, a ciência diz muita coisa diferente, se alguém quiser ler um bocadinho sobre a famosa aposta entre dois académicos - Julian Simon e Paul Ehlrich - que dizia respeito ao futuro, rapidamente percebe como a ciência é diversa) e, muito menos, que a perspectiva científica (independentemente da dificuldade em definir qual é a perspectiva da ciência) é a que garante a adopção das melhores opções para a sociedade.

Esta discussão, aqui sintetizada a propósito do crescimento populacional (que nos anos sessenta também motivava um alargado suporte científico que garantia que era praticamente inevitável um catástrofe humanitária e ambiental no espaço de uma ou duas décadas) é uma discussão já velha, pelo menos desde que Malthus escreveu os seus ensaios sobre população, no século XVIII: "The economist Julian Simon argued in 1980 that overpopulation is not a problem as such and that humanity will adapt to changing conditions. Simon argued that eventually human creativity will improve living standards, and that most resources were replaceable. Simon stated that over hundreds of years, the prices of virtually all commodities had decreased significantly and persistently. Ehrlich termed Simon the proponent of a "space-age cargo cult" of economists convinced that human creativity and ingenuity would create substitutes for scarce resources and reasserted the idea that population growth was outstripping the Earth's supplies of food, fresh water and minerals".

Até agora, Malthus, e todas as variações da sua ideia de que o crescimento é finito porque estamos num mundo finito (hoje a ideia é vendida com o slogan "Não há planeta B"), tem perdido a discussão, mas convém não perder de vista que para Malthus ter razão basta ter razão uma vez, mesmo que falhe todas as previsões anteriores, e para os que se opõem à ideia de um limite a partir do qual não há capacidade de adaptação, é preciso ter sempre razão, bastando falhar uma vez para perder a discussão.

Só que a nossa vida não consiste numa discussão académica sobre quem vai ter ou não razão num prazo futuro que desconhecemos qual seja, a nossa vida faz-se todos os dias, sem termos nenhuma certeza sobre o que vai ser o futuro.

E é por isso que não tenho a menor intenção de contribuir para dar credibilidade a afirmações catastrofistas sobre auto-estradas para o Inferno e outros soundbytes que tais, o que me interessa é saber qual é a decisão mais sensata, em cada momento, para cumprir o tal objectivo de ponderar, devidamente, os riscos ambientais, sociais e económicos de cada decisão, que eu tenho de tomar.

Incluindo os riscos de prescindir da liberdade de cada um fazer essa avaliação, e agir de acordo com ela, procurando garantir que não há poder externo que condicione essa liberdade, para além dos estritos limites que em cada momento as comunidades acharem adequado.

Felizmente, para todos nós, o que a sociedade faz para lidar com o problema das alterações climáticas é muito mais, muito mais diverso, do que o que resulta destas reuniões crescentemente alienadas da realidade que são as CoP desta e doutras convenções: têm a sua utilidade, claro, mas nada de essencial para a vida da humanidade resulta das discussões que ali ocorrem, pelo menos nada que seja mais relevante que as decisões de cada um de nós, no nosso dia a dia.


15 comentários

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De entulho a 21.11.2022 às 10:27

Muchos de los mensajes apocalípticos de los grupos ecologistas se han convertido en la verdad oficial, pero muy pocas veces son realistas, y en la mayoría de los casos responden a las presiones de lobbies poderosos como Greenpeace. Aparte de ello, la filosofía que subyace en muchos miembros del movimiento ecologista es claramente primitivista: preferir un árbol a una persona (por ejemplo, Al Gore) o alabar al cocodrilo que devora una pierna humana.
Hay pocos libros en nuestro idioma que expliquen cómo nuestro mundo no va a la deriva. Quizá el más importante sea El último recurso. Su autor, Julian Simon, demuestra que los recursos naturales son más abundantes que nunca porque el hombre consigue, mediante la tecnología y las señales que le ofrecen los precios, explotarlos con mayor eficacia. Simon, además, fue un ardiente anti-malthusiano y creía que una mayor población suponía, de hecho, un estímulo al progreso económico.
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De balio a 21.11.2022 às 10:48


a famosa aposta entre dois académicos - Julian Simon e Paul Ehlrich - que dizia respeito ao futuro, rapidamente percebe como a ciência é diversa (https://en.wikipedia.org/wiki/Simon%E2%80%93Ehrlich_wager)


Uma aposta não é ciência!
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De henrique pereira dos santos a 21.11.2022 às 11:17

E que tal se experimentares comentar o que está escrito, para variar?
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De balio a 21.11.2022 às 11:38


Mas o que está escrito sugere que essa aposta é ciência. E eu comentei, dizendo que essa aposta não é ciência.
Uma aposta sobre a evolução da sociedade não pode ser científica, porque a ciência (social) somente pode estudar a sociedade atual e as sociedades do passado - não pode estudar as sociedades futuras. Logo, qualquer coisa que se diga sobre as sociedades do futuro é essencialmente não-científica. Mesmo que seja dita por cientistas!
Quando Thomas Malthus e Paul Ehrlich predisseram o colapso da sociedade devido ao aumento da população e do consumo, estavam a fazer tudo menos ciência.
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De henrique pereira dos santos a 21.11.2022 às 11:58

Em que é que o que está escrito sugere que uma aposta entre dois académicos sugere que a aposta é ciência?
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De anónimo a 21.11.2022 às 12:51


Calma contido, mesmo sábio, post. Na verdade jóvens "activistas", incultos e à procura de causas, destruíndo o que também não compreendem, ou sofisticados letrados torcendo a realidade desejando que esta confirme as suas queridas teses, são tudo farinha do mesmo saco.



Claro que líders demagogos ao contemporizar, atribuindo magnanimamente verbas alheias -em moeda fiat- directamente para os bolsos de outros líders, demonstram a inconsequente comédia bufa que estas "Cops" na realidade são. 
O "Clima" sorri.
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De lucklucky a 24.11.2022 às 04:03

Correcção: Jovens "extremistas".

Note-se como o "mundo da cultura" está em silêncio com ataques a quadros e estátuas....
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De passante a 21.11.2022 às 23:43

Engraçado vai ser daqui a dois ou três séculos estarem a fazer conferências à procura de solução para o colapso populacional - a espécie perdeu o interesse em criar descendentes, e a população global vai numa fracção do pico do século XXI.


E se calhar para ajudar o sol está a dar menos gás, e anda tudo à procura de produzir metano e dióxido de carbono para fazer estufa ...
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De anónimo a 22.11.2022 às 12:48

Exacto. As iniciativas de "terraforming" deixam perceber o caricato de estes obcecados "climatologistas".
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De Elvimonte a 22.11.2022 às 00:17

"E é por isso que não tenho a menor intenção de contribuir para dar credibilidade a afirmações catastrofistas sobre auto-estradas para o Inferno e outros soundbytes que tais, o que me interessa é saber qual é a decisão mais sensata, em cada momento, para cumprir o tal objectivo de ponderar, devidamente, os riscos ambientais, sociais e económicos de cada decisão, que eu tenho de tomar." (HPS)


Acho que já houve alguém que decidiu.
"Delegates who arrive at Egypt's beachside resort city of Sharm El-Sheikh to discuss ways to mitigate the "climate crisis" are able to enjoy COPGourmet's $100 Angus beef medallion which is served with mushroom sauce and sauteed potatoes..." - excelente decisão.


"However, the UN aims to "minimize emissions per calorie" and to reduce meat consumption in order to prevent the planet from overheating, according to a COP27 food security document. "(https://cop27.eg/assets/files/days/COP27%20FOOD%20SECURITY-DOC-01-EGY-10-22-EN.pdf)


Questão: "It is hypocritical for delegates at COP27 to be dining on the destruction of our natural world, whilst simultaneously claiming to be trying to protect it." ? - Parece óbvia a hipocrisia.


"The conference also had chilly air conditioning, often left its doors wide open to the desert air and featured some 400 private jets flying into a posh Red Sea resort area in a country that gets 90% of its energy from fossil fuels." - Mais hipocrisia.



É claro que já decidiram. Eles, a nova aristocracia, voa em jacto privados e come "Angus beef", os plebeus que comam insectos para proteger o ambiente. Está tudo decidido, para quê dúvidas?


Pela minha parte, depois do delicioso "Angus beef" ao almoço, vou voar no meu Lear Jet até à Líbia, aqui ao lado, para comprar umas escravas frescas - estou a precisar de renovar a "paisagem" - naqueles mercados que por lá há agora e que demonstram o evidente progresso democrático lá ocorrido desde que mataram Kadafi.


E nem me falem no golpe de estado no Egipto que derrubou um governo democraticamente eleito e na ditadura militar instaurada a seguir. É que aquela democracia não era das nossas e o general, esse sim, é um dos nossos. Tanto que, para o lavar mais branco, até lá organizámos a COP27. Nos saudosos tempos de Pinochet teria sido no Chile, mas agora temos que nos contentar com o Egipto. É uma chatice, já não há generais como dantes. 



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De Anónimo a 22.11.2022 às 07:43

Há um ano atrás, uns burlões da Climáxico, vestidos de fato de pintor, entraram de rompante na refinaria da Galp em Sines. Seguiu-se o folclore costumeiro, com o genro do dr. Louçã à cabeça da turba, manifestantes algemados, gritando insultos de "racismo" numa mistela descabida com  "alterações climáticas", enfim, o esquema habitual...

Mas no meio desta festarola "montada" por estes 100 papa-açordas sem nada para fazer _ mas muito bem respaldados e bem "cevados" por todos nós! _ sobressaíam os dizeres dos seus cartazes e é isso que interessa para se perceber ao que vem  esta maralha:
"Never trust a cop" --- ( nunca confiem num polícia) 

e
"Muda o sistema, não o clima" 
Já desconfiava que o clima é a fachada e o verdadeiro propósito deste pessoal é outro, mas aqui tive a minha epifania. E cada um fique no que lhe parece sobre o ideário dos "activistas" do clima.

 
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De Anónimo a 22.11.2022 às 07:48

É preciso desmontar as patranhas com que nos andam a testar.
A ler:

https://observador.pt/opiniao/a-cimeira-do-clima-tem-pessimo-ambiente/

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De Anónimo a 22.11.2022 às 09:48

Não podia estar mais de acordo com as suas afirmações: 

" interessa é saber qual é a decisão mais sensata, em cada momento, para cumprir o tal objectivo de ponderar, devidamente (...) cada decisão, que eu tenho de tomar...de cada um fazer essa avaliação, e agir de acordo com ela, procurando garantir que não há poder externo que condicione essa liberdade, para além dos estritos limites..."

Mas o caminho da "salvação" que nos está a ser apontado não é esse, e é assustador. Por este andar, como será a sociedade do futuro, quando todos nos entregarmos à servidão, amansados pelo medo e governados por estes  fanáticos mullahs do clima? Essas visões do apocalipse climático parecem ir noutro sentido e fazem-me questionar se não há outro propósito: além de gerarem o pânico, pretendem criar-nos o sentimento de «culpa» antropogénica (pelo efeito das nossas irresponsáveis actividades humanas) e assim, encaminham- nos para a submissão voluntária a qualquer poder despótico para nos redimirmos dos "pecados"(através do medo). 

Para se perceber que cairam no descrédito _e nem eles parecem acreditar no que apregoam _ basta  estar-se atento a tanta incongruência e hipocrisia. A título de exemplo:

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De lucklucky a 24.11.2022 às 04:06

Quem se sente culpado não se defende. 
É esseo  objectivo do poder,  obter uma versão moderna do pecado original: existes logo és pecador contra a natureza.
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De Anónimo a 22.11.2022 às 09:49

 (cont.) 

« ... o eng. Guterres é apenas uma das inúmeras personalidades aflitas com o futuro colectivo que estes dias andam por Sharm el-Sheik  [mas] são conduzidos em automóveis altamente poluentes. E, ao invés de bicicletas, chegaram lá por via aérea. De facto, oitocentos jactos fretados ou regulares transportaram as sumidades que ocupam o seu precioso tempo a tentar salvar a Terra (...) os participantes da Cimeira viajam de avião para nos proibir de conduzir o carro... Alguém acredita que aquela gente acredita no Armagedão com que (...) enche a boquinha? Chamar-lhes hipócritas é um eufemismo  O clima não os interessa: interessa-lhes o poder. Estes encontros, e o respectivo folclore, são uma exibição de poder, idêntica à das festarolas em que, durante a Covid, as máscaras só eram utilizadas pela criadagem.

Como o vírus, agitar as variações da temperatura e da pluviosidade servem de teste à submissão das populações, que se desejam dóceis e prontas a abdicar da autonomia, da dignidade, da propriedade e da liberdade a troco de uma protecção postiça face a ameaças vagas. É para isso, testar-nos, que centenas de trapaceiros estão no Egipto.»---A.Gonçalves

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