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Miguel Castelo Branco escreveu há uns dias:
“A Rússia desferiu esta noite um tremendo ataque a Kiev - mais de 500 veículos não tripulados e uma centena de mísseis- que assestaram um rude golpe em unidades industriais, depósitos de combustível e munições, unidades militares e edifícios governamentais. Não obstante a amplitude do ataque, o presidente da edilidade relata a ocorrência de 15 feridos. A Rússia não faz da guerra una operação de eliminação de civis. Nesta mesma noite, dos bombardeamentos sobre Gaza resultaram dezenas de mortes civis e centenas de feridos. Desta matança diária não há expressão de pesar. O clássico padrão duplo, a hemiplegia moral, a falta de vergonha e safadeza de sempre”.
É evidente que o parágrafo anterior tem problemas de ligação com a realidade evidentes, que se exemplificam bem na frase "Desta matança diária não há expressão de pesar", como se todos os dias os jornais, rádios, televisões e afins não estivessem entupidas com manifestações de pesar pelas mortes na guerra de Gaza.
O que citei tem como objectivo comparar a humanidade do exército russo, que invadiu a Ucrânia sem qualquer ameaça relevante que o justifique, com a barbaridade do exército israelita que está em guerra com o Hamas para neutralizar uma ameaça bem real para o Estado de Israel.
Mas o mais interessante do que está escrito não é a comparação entre a suposta humanidade do exército russo por comparação com a radical barbaridade israelita, o que é interessante é a comparação entre o exército ucraniano e o Hamas.
O exército ucraniano combate fardado, o Hamas não. O Estado ucraniano faz apelos constantes para que os seus civis se afastem da frente de guerra, o Hamas contraria, mesmo pela força, o afastamento de civis das zonas perigosas. O Estado ucraniano disponibiliza a rede de metropolitano das suas cidades para protecção dos seus civis, o Hamas impede o uso da sua rede de túneis por civis. O Estado ucraniano tem um sistema de alertas para que os seus civis procurem abrigo, o Hamas evita avisos sobre riscos para civis. O exército ucraniano tem um sistema de conscrição generalizado para pessoas acima de 25 anos, o Hamas recruta a partir dos 13/ 14 anos. A guerra na Ucrânia faz-se em largas planícies que foram praticamente despovoadas de civis num sistema de retirada organizada pelo Estado ucraniano para minimizar as perdas civis. A guerra de Gaza faz-se em ambientes urbanos, densamente povoados, em que o Hamas tenta, por todos os meios que consegue usar, impedir que os civis sejam temporariamente deslocados para evitar riscos de mortes de civis.
Poderia continuar, mas não vale a pena, está dito o que pretendia, que a morte de civis em Gaza tem, essencialmente como responsável o Hamas, a morte de civis na Ucrânia também tem um responsável, mas é o exército invasor, o russo.
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